Eduardo Baptista fala sobre Oswaldo e comenta ódio no futebol

Técnico da Ponte declara que não deixa filha ir ao estádio ver jogos e aconselha que pais façam o mesmo. Treinador acredita que paixão nacional está se transformando em ódio<br>

Eduardo Baptista
PontePress / FabianaFantini

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Após o empate da Ponte Preta com o Novorizontino, por 1 a 1, o técnico da Macaca, Eduardo Baptista comentou a saída de Oswaldo de Oliveira do Atlético-MG, após confusão com o repórter Léo Gomide. 

Eduardo propôs, em sua última resposta na coletiva de imprensa, uma reflexão sobre os rumos do futebol nacional. O treinador enfatizou a questão da violência atrelada a paixão pelos clubes. 

- O Oswaldo é um cara que admiro muito, mandei mensagem de solidariedade. O que aconteceu me deixa triste. Essa guerra não tem vencedor. Estamos transformando a paixão nacional em ódio nacional. Hoje você não pode mais perder um jogo. Empata um jogo e já estão xingando. Então gostaria de pedir uma reflexão a todos: o que estamos fazendo com o nosso futebol? Se você perde, te batem na rua. Está perigoso. Tive a felicidade de trabalhar em outros países, e não tem isso lá. No Japão, você ganhou ou perdeu, o povo de aplaude. Tem as críticas, claro - disse o comandante. 

O técnico aconselhou os pais a não deixar seus filhos acompanharem os jogos de futebol no estádio, por questões de segurança. Eduardo deu o exemplo de sua filha, que é impedida por ele, a ver os jogos no Majestoso. 

- O futebol está ficando um ambiente nocivo e perigoso no Brasil. Meus filhos não vão mais ao campo. Minha filha queria vir. Eu não deixei, infelizmente, mesmo que fosse para sentar nas sociais. Eu aconselho os pais de família a não deixar os filhos virem aos estádios. É triste. Eu, com três anos, vinha no Moisés, ia na Vila e no Morumbi, acompanhando meu pai (Nelsinho Baptista, ex-lateral e hoje técnico do Sport). Era rato de estádio. Mas hoje não tenho coragem de deixar minha esposa trazer meus filhos. Não estou criticando imprensa, nem treinadores. Só peço para todos nós fazermos uma reflexão para onde estamos levando nosso futebol - afirmou Eduardo Baptista. 

Vale ressaltar que o treinador já presenciou dois episódios tensos. Um deles foi a recepção da Macaca, em Viracopos, após derrota para a Chapecoense. Jogadores como Lucca e Fernando Bob chegaram a ser agredidos, e todo o grupo foi à delegacia registrar Boletim de Ocorrência. O outro foi na partida contra o Vitória, que a Ponte Preta caiu para a segunda divisão. Vândalos invadiram o gramado e partiram em direção aos atletas, que correram para os vestiários em busca de proteção, assim como Eduardo Baptista.

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