Veste a faixa, Cuca! Técnico confirma profecia e realiza sonho de 1992

Técnico cumpre promessa feita há 24 anos e dá título ao Verdão. Supersticioso, religioso e competente, ele se identifica como poucos com o clube pelo qual torcia na infância. Fica?

Solta o grito, Cuca! É campeão!
(Foto:Divulgação)

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"Pedacinho por pedacinho, jogo a jogo, vamos colocando a faixa. Cada jogo é uma decisão e se continuarmos assim este ano vai dar Verdão”. Você pode pensar que essas frases de Cuca foram ditas em uma das várias entrevistas do treinador durante o Brasileiro, mas saíram de sua boca há 24 anos, em 1992.

Cuca ainda era meia e tinha um compromisso: tirar o clube pelo qual torcia na infância de uma fila de 16 anos. Fez gols, comemorou um deles com o "gesto da faixa". Mas não conseguiu. Bateu na trave com o vice-paulista e saiu meses antes do esquadrão montado pela Parmalat vencer o Estadual de 1993 e iniciar uma dinastia. Foi em seu retorno como técnico que ele, enfim, vestiu a faixa que tanto quis – além de sua primeira taça com o Verdão, este é o seu primeiro título no Campeonato Brasileiro.

Antes da glória, o treinador não teve dos melhores inícios: derrotas seguidas, goleada para o Água Santa e crise. Eliminado do Paulista e da Libertadores, ele disse à torcida: “vamos ser campeões brasileiros”. Veja no vídeo projeções que ele fez no início do Brasileirão e frases sobre sua relação com o clube.


Parecia loucura, afinal o time ainda não inspirava confiança e o Brasileiro nem tinha começado. Pois Cuca tomou a frente na reformulação do elenco, dispensou jogadores como Robinho, trouxe reforços como Mina e Tchê Tchê e deu ao Verdão um dos seus times mais competitivos do século. Bonito ou feio, fez um Palmeiras cascudo, organizado e que correu poucos riscos. Difícil questionar quem liderou 29 das 38 rodadas.

Devoto de Nossa Senhora, supersticioso, Cuca já foi comparado a um “gênio indomável”. No dia a dia, poucos são tão competentes. Mas há quem tenha dificuldade de entendê-lo. Não o palmeirense, que até compartilhou a superstição do treinador com a calça “da sorte” de cor vinho.


Ele criou uma empatia imediata com a torcida. Talvez por muitas vezes lembrar Luiz Felipe Scolari, Cuca é o treinador mais identificado desde Felipão e Luxemburgo. Teria que ser ele, um dos melhores que passaram pela Academia recentemente, o responsável a encerrar o jejum de 22 anos no Brasileiro.

A cara do Verdão, Cuca tem contrato até dezembro e não sabe se fica. Já disse que sairia, mas resistirá ao clamor da torcida para buscar a segunda Libertadores dele e do clube?

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