Michel se diz surpreso por ser alvo da torcida do Palmeiras, mas quer ficar

Após ver seu nome em uma lista de demissões feita pela Mancha, camisa 15 diz que não se abalou como na época do São Paulo: 'Saí de lá com grande possibilidade de parar de jogar'

Michel Bastos
Michel Bastos admite que esperava ter jogado mais em 2017 - FOTO: Cesar Greco/Palmeiras

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Michel Bastos diz ter ficado surpreso ao ver que seu nome integrava a "lista de demissões" elaborada pela Mancha Alviverde no protesto do último domingo, mas não cogita atender a solicitação da torcida organizada e avisa que permanecerá no Palmeiras na próxima temporada.

- Eu vejo nas redes sociais que toda vez que jogo e a equipe ganha a grande maioria vai me parabenizar, falar que gosta do meu futebol. Depois desse jogo (vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, em que foi titular) minhas redes sociais bombaram, todo mundo me elogiando. Para essas pessoas que estão pedindo minha saída, acho que vou conseguir mostrar em campo que estão se precipitando. Minha intenção é ficar aqui ano que vem. Nos clubes em que passei sempre tentei deixar uma boa imagem. Me surpreendeu (o protesto), mas se agora o Alberto me der uma sequência terei oportunidade de mostrar em campo que tenho condições de continuar - disse o jogador de 34 anos.

No ano passado, o camisa 15 foi alvo de outra grande torcida da capital paulista, a do São Paulo. Ele foi agredido durante uma invasão ao CT da Barra Funda, em agosto do ano passado, e diz que esteve perto de encerrar a carreira por causa disso. 

- Cara, vou ser bem sincero: estou muito feliz. Saí do São Paulo no ano passado com grande possibilidade até de parar de jogar. Eu tenho um filho de dez anos que viveu comigo essa situação, e hoje eu já tenho uma certa idade, tenho preferências, e em primeiro lugar está a minha família. Só que depois disso eu estou aqui no Palmeiras, um dos melhores clubes do Brasil. Não estou insatisfeito, estou feliz. Joguei pouco, sim. Algumas coisas me atrapalharam, como as lesões. Acho que tenho só 20 partidas como titular no ano, mas mesmo assim sou um dos líderes de assistências. Acho que temos que respeitar as decisões do treinador, mas toda vez que vesti a camisa do Palmeiras eu tentei dar o meu melhor.

- O que aconteceu comigo no São Paulo me abalou muito, pela maneira que foi e por até hoje eu não entender o por quê de todo aquele movimento contra a minha pessoa. Aqui no Palmeiras, me surpreendeu ver meu nome nessa lista (de demissões feita pela torcida). Sempre fui bastante elogiado pelos torcedores e não cogitei sair em nenhum momento, nem ninguém pediu minha saída. Pegou de surpresa, mas não me abalou tanto, porque eu confio no meu futebol. Hoje eu posso pedir aqui para o torcedor me apoiar mais, mas acho que o melhor é jogar bola. Dessa maneira é que vou conseguir provar. Muita gente fala que jogar renomado, com certa idade, não tem mais o que provar, mas eu acho que é sempre bom você mostrar o que pode dar para a sua equipe. Eu tenho esse potencial - emendou.

Michel foi contratado pelo Palmeiras após rescindir com o São Paulo, no fim do ano passado, e tem contrato até o fim de 2018, com opção para renovação até o fim de 2019. Ele disputou 35 das 64 partidas do Verdão na temporada, marcou dois gols e deu 7 assistências - só Dudu, com 9, deu mais passes para gol.

Com a ausência de Egídio, que está em crise com a torcida e foi liberado pelo clube para resolver questões particulares, Michel Bastos foi titular e teve boa atuação contra o Flamengo, no domingo. Ele deve ser mantido na equipe contra o Sport, quinta-feira, no Allianz Parque.

Veja outras respostas de Michel Bastos:

LATERAL OU MEIA?
"Eu sempre me coloquei à disposição (para jogar na lateral). Acho que todo jogador tem uma preferência, tem sua posição de origem. Eu sou meio-campista, mas em nenhum momento falei que não jogaria na lateral, com Eduardo, Cuca ou Alberto. Sempre fui muito sincero, meio de campo é a minha posição, mas sempre me coloquei à disposição. Posso ser mais útil para a equipe no meio, mas com o Cuca, por exemplo, eu joguei muito mais fora de posição. Não sei porque as pessoas falam que o Michel não quer jogar em tal posição. Não, sempre me coloquei à disposição para o que o treinador achar melhor".

VOLTA AO TIME TITULAR

"Foi ótimo poder voltar a jogar 90 minutos depois de um bom tempo. Meu último jogo tinha sido contra o São Paulo, se não me engano dia 27 de agosto. Depois disso tive uma lesão e uma infecção na perna que me atrapalharam. Voltei em um momento em que a equipe precisava, quando se ouvia bastante coisa, questionando o grupo, o time. Fico feliz nao só pela minha atuação, mas pela vitória, porque era um resultado que a gente precisava, queria, e dá confiança".

ANO SEM TÍTULO

"Acho que não foi o ano que nós queríamos. O Palmeiras vem de dois anos com títulos, investiu bastante, conseguiu manter grande parte do elenco... É frustrante para a gente sair sem nenhum título, a gente sabe da qualidade da equipe, mas futebol é isso. O projeto do Palmeiras é a longo prazo e com certeza no ano que vem a gente estará muito forte para ganhar títulos. Lógico que o torcedor quer de imediato, a gente entende, mas eles podem ter certeza que o projeto que o Palmeiras tem não é só para um ou dois anos. O momento que foi bastante frustrante para nós e para o torcedor foi a saída da Libertadores, foi bastante difícil, porque era um grande objetivo nosso. O momento bom não faz muito tempo, depois de a gente ser bastante questionado pós-saída da Libertadores. Fizemos um projeto de fazer um bom segundo turno e encostar nos primeiros lugares, e conseguimos isso por um certo período. Disseram que nossa equipe tinha qualidade e poderia encostar no Corinthians. Acabou não acontecendo, e até esse jogo contra o Flamengo diziam que era uma equipe medíocre. No futebol as coisas mudam rápido. Em resumo, não foi um ano como a gente queria, mas faz parte. O ano está acabando, temos quatro jogos, e vamos batalhar já pensando no ano que vem".

A INSATISFAÇÃO DA TORCIDA

"Houve esse protesto, mas na hora que o juiz apita o torcedor apoia, está junto com a gente. A gente não tem sombra de dúvidas. Eu não tenho medo de entrar no Allianz e ver a torcida contra a gente. A gente sabe que eles vão apoiar. A gente entende a cobrança, sabe que o torcedor muitas vezes age com a emoção, e estamos em um grande clube, onde a cobrança sempre é grande. Falam que cobram o Palmeiras porque gastaram 100 milhões. Se gastasse 10 milhões, a cobrança seria a mesma".

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