Guerra diz qual sua maior dificuldade no Verdão e se vê melhor a cada dia

Em alta, venezuelano deve fazer sua terceira partida seguida como titular neste domingo, contra a Ponte Preta. Intensidade dos jogos no Brasil chamaram a atenção do armador

Guerra fará sua terceira partida seguida pelo Verdão  
Divulgação/Palmeiras

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O palmeirense aguardou ansiosamente para ver Guerra brilhar com a camisa alviverde. Depois de um início sem conseguir nem garantir a titularidade, o meia foi muito bem nos últimos dois jogos e deve começar a sua terceira partida seguida neste domingo, às 16h, diante da Ponte Preta, no jogo de ida da semifinal do Campeonato Paulista, no Moisés Lucarelli.

O motivo para o começo mais lento foi explicado pelo armador nesta entrevista ao LANCE!. Depois de jogar por três anos na Colômbia, o ex-jogador do Atlético Nacional encontrou um estilo de jogo bem diferente, mais “intenso”, como repetiu mais de uma vez nesta conversa. Esta característica foi o que fez o meia de 31 anos de idade sair exausto da vitória sobre o Peñarol (URU), pela Libertadores. Depois de criar sete chances de gol no jogo e dar uma assistência, ele foi tratado cuidadosamente por conta do desgaste.

Eduardo Baptista chegou a colocar uma ponta de dúvida na sua utilização no Moisés Lucarelli, mas a expectativa é de que o camisa 18 esteja novamente em campo nesta tarde. Antes, leia o que ele tem a dizer sobre sua atual fase, a relação com o elenco e a chance de disputar a primeira final no clube.

Como uma vitória como a de quarta ajuda para a semifinal do Paulista?
É importante sempre ganhar, porque dá motivação para os jogos que vêm. E agora deixando a Libertadores de lado temos de pensar na Ponte Preta, um rival muito difícil. Estamos focados e motivados, porque a equipe mostra em cada momento que quando todos corremos, nos esforçamos, é muito difícil que nos vençam. Vamos seguir trabalhando com humildade para continuar vencendo.

Aqui falamos muito de jogo com cara de Libertadores, pegado, e esse contra o Peñarol foi assim. Você, que ganhou o torneio ano passado, está acostumado?

Não é fácil, os uruguaios se caracterizam por ir duro e forte na bola, de falar o jogo todo. É a característica deles. Tem de respeitar e não entrar no jogo deles, porque em um momento a partida ficou muito pausada, com muita discussão e era o que eles queriam. E bom, eles também sabem jogar, usam a bola aérea, como o Peñarol. No Paulista é que me custou muito, porque a intensidade que se joga é impressionante e pouco a pouco vou me adaptando.

Na Colômbia não se jogava com tanta frequência, e na liga nacional os jogos não era tão intensos. Como está se encaixando aqui?
É um processo, tem de se adaptar. Aqui se joga a cada dois, três dias. É impressionante a quantidade de jogos aqui no Brasil. Mas é o que tracei para mim, cheguei querendo disputar todos os jogos possíveis, porque vivemos disso. E ainda podemos desfrutar num grande clube, rodeado de bons jogadores e pessoas que querem te ajudar. É algo que tracei e espero que eu e a equipe continuemos fazendo bem.

Qual a maior dificuldade?
A intensidade do jogo. Partidas de muitas “idas e voltas”. Se ataca muito, se defende muito, e isto desgasta. Viemos de uma liga em que o jogo era mais pausado, te deixam pensar mais. Aqui tem que pensar antes de chegar a bola, preparar em cada treinamento, porque as partidas pedem isso. Se não preparar bem, vai sofrer, não vai aguentar 90 minutos e é isto que tenho visto até aqui no Brasil.

Seu estilo de jogo é de poucos toques e rápidos. Está conseguindo se adaptar e mostrar o que fazia no Nacional?
Sim, era questão de conhecer os companheiros e eles me conhecerem. No Nacional eu fazia porque tinha um trabalho de três anos, já conheciam meu estilo. Aqui estou chegando, e agora estão entendendo que às vezes dou um só toque, às vezes eles pensam que vou parar a bola e dou um passe, então é o dia a dia, o trabalho, o treinamento. Temos de ir nos conhecendo nas partidas e vamos continuar assim para nos entrosarmos o máximo possível.

O jogo contra o Peñarol foi o seu melhor no Palmeiras?
Cada partida é um desafio. Não posso viver do passado, são provas que enfrentamos e foi o melhor por ser o mais recente. Agora é pensar na Ponte, passar o Peñarol, para fazer o melhor possível contra a Ponte Preta.

Pelas lesões no ano passado, a parte física era uma preocupação quando chegou. Como está se sentindo?
Eu sempre me caracterizei por ter um estado físico muito bom, termino cansado os jogos, logicamente, mas temos esta estrutura espetacular para nos recuperar e é algo que facilita. Temos fisioterapeutas, médicos que se encarregam de recuperar jogadores e temos muitas pessoas que estão tentando nos recuperar o mais rápido.

O Eduardo falou que viu você jogar mais recuado, como um volante, na seleção da Venezuela. É uma possibilidade?
Na seleção me colocam ali porque no Nacional joguei assim várias vezes. O técnico da seleção gostou e me perguntou se poderia jogar assim e eu aceitei. Fiz isso no último jogo, é para sair com a bola mais limpa e agora com o professor Eduardo ele fala para às vezes, não todo tempo, mas que às vezes eu vá pegar a bola para ter a saída mais limpa, porque estão marcando muito Felipe (Melo), e eu e Tchê Tchê temos de fazer isso. Eu me sinto bem fazendo isso, porque é uma das características que eu tenho. Vamos continuar trabalhando.

Qual a expectativa para já se aproximar de uma final em quatro meses de Palmeiras?
Estou motivado, porque os resultados estão aparecendo, e ficamos bem empolgados. Temos de passar a página do Peñarol, do Novorizontino. No futebol tem que passar rápido para já pensar na partida seguinte. Não serve nada vencer as partidas que passaram e agora perder o campeonato. Não seria nada bom. Estamos concentrados para no domingo enfrentar um time muito forte.

No último jogo vimos saírem jogadas de primeira. Os companheiros já se entendem mais com você?
Estão saindo as jogadas. Cada vez nos entendemos melhor, o Tchê Tchê, Dudu, Felipe, Willian vamos nos conhecendo, eu e Borja já trabalhamos juntos, mas é o nosso lema, e meu, de entender como querem jogar o Tchê Tchê, o Dudu e a cada dia este vai ser a prova de nos entender cada vez melhor e que outros times vão nos estudar. Temos de improvisar por isso e as jogadas estão saindo.

Após fazer carreira na Venezuela e Colômbia, o que tem achado da estrutura dada pelo Palmeiras?
É espetacular, tudo de primeiro nível. Tem todas as comodidades, dormitório, pode comer, recuperar. É uma cidade aqui dentro. Não falta nada. Não podemos queixar na hora de jogar, porque temos um clube de primeiro nível, todos trabalham pelos jogadores e é importante, nos fazem sentir em casa. Você quer chegar aqui e não quer sair porque tem tudo. Esperamos seguir crescendo.

Quem acompanha as redes sociais dos jogadores vê você, Borja e Mina sempre juntos. De onde começou esta amizade?
Falamos espanhol, logicamente. O Miguel conheço do Nacional, o Mina conheci aqui, antes não nos conhecíamos. E nos damos bem porque estamos sempre jogando, ou eles estão dançando, fazendo vídeos cantando. Temos que viver com alegria, porque estamos trabalhando com esporte e precisamos desfrutar, com responsabilidade. Quando tiver que jogar vamos estar sérios, concentrados, e gosto de desfrutar o momento.

E com os jogadores brasileiros, já consegue se virar bem?

Eu entendo um pouco, mas não falo muito (risos).

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