Eficiência e técnica: Palmeiras, enfim, mostra a grandeza de seu elenco

Com a vitória por 3 a 0 sobre o Ituano, em Itu, Verdão mostrou, pela primeira vez em 2018, o poder de seu elenco. Atuação destacou qualidade técnica e eficiência de seus meias

Ituano 0 x 3 Palmeiras
Eduardo Carmim/Photo Premium

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Com a classificação já garantida e o adversário já definido nas quartas de final do Paulistão-2018, o Palmeiras foi até Itu para vencer e ter a vantagem de ser o melhor da primeira fase da competição. Pelo contexto da partida, Roger Machado poupou seis titulares e não pôde contar com dois por suspensão. Assim, um time alternativo entrou em campo contra o Ituano, venceu, convenceu e começou a mostrar o porquê de o Verdão ter um dos melhores (senão o melhor) elencos do Brasil.

Basicamente, o que chamou a atenção foi a facilidade com que os homens de meio-campo trocaram de posição, trocaram passes e acharam espaços na frágil marcação do adversário. Bruno Henrique e Moisés mostraram um entrosamento bastante peculiar variando seus postos, ora como primeiro, ora como segundo volante. Sem contar a qualidade com que as bolas foram levadas aos outros meias.

Porém, essa engrenagem não teria funcionado não fosse a movimentação de Guerra em busca de espaços, flutuando pelo meio quase sem marcação. Dificilmente suas jogadas foram interceptadas, tanto que em uma delas saiu o passe para o primeiro gol de Scarpa, o melhor jogador da partida.

O camisa 14 do Verdão desfilou em Itu todas as suas qualidades, aquelas que fizeram dele um dos jogadores mais desejados na última janela de transferências. Jogou pela direita, pela esquerda, pelo meio, criou chances, finalizou e decidiu a partida com dois belos gols que uniram categoria e precisão. Ele ainda quase marcou o terceiro, quando apareceu como um centroavante oportunista na área adversária.

Toda essa química desses meias tiraram um pouco a responsabilidade de Dudu, que pôde jogar mais livre, puxando contra-ataques rápidos e aparecendo em momentos oportunos, sem a carga de ser 'o cara' do time. Algo que não diminui a importância do camisa 7, mas cria a possibilidade de a equipe encontrar soluções quando ele não estiver em seus melhores dias.

Outro que teve uma atuação destacada foi Tchê Tchê, improvisado na lateral direita. Por já ter jogado inúmeras vezes na posição, a adaptação não foi um obstáculo, pelo contrário, funcionou como um jogador que variou entre o meio e o corredor tanto no setor defensivo, quanto no ofensivo. As qualidades do camisa 8 foram elogiadas pelo técnico Roger Machado, que o havia sacado do time titular nas últimas partidas.

- O Tchê Tchê não dá para dizer que é uma improvisação, porque ele é oriundo dessa função, e hoje para mim fez um grande jogo, jogo muito seguro defensivamente e ofensivamente, difícil você tomar a bola dele, porque ele tem um controle com ambas as pernas, que o permite sair pelos dois lados, é muito difícil ser marcado. Ele controlou o jogo no setor defensivo - afirmou o comandante.

Ainda sobrou espaço para o lançamento de dois jovens da base palmeirense, que já haviam recebido oportunidade anteriormente, mas em partidas ingratas. Papagaio entrou no duelo diante do São Caetano, quando o placar já era adverso e o time estava muito mal. Fernando foi colocado em campo contra o Vitória, no Brasileirão do ano passado, em um jogo que, talvez, tenha sido o pior da 'fase' Alberto Valentim.

Com um time mais coeso, sem o resultado adverso, ambos puderam mostrar que têm qualidades para brigar por vaga nesse elenco estrelado que o Palmeiras montou para 2018. Se Papagaio não marcou gol como Fernando, pelo menos fez uma função essencial para que os meias pudessem trabalhar com liberdade. Os dois foram elogiados por Roger.

- Sobre os meninos, o Papagaio já havia estreado no jogo contra o São Caetano, e hoje eu dei uma oportunidade de sair jogando. Lutou bastante, driblou, sente um pouco a questão do ritmo coletivo ainda, em função de o centroavante ser um pouco mais dependente de outras peças para que a engrenagem funcione bem, mas acho que fez um bom jogo, e o Fernando, um jogador mais de lado, leve, joga na frente, tem características de velocidade, tem destreza com a bola e presença dentro da área. Ele tem oportunismo, logo na primeira bola, dividiu com o goleiro e já poderia ali ter marcado o primeiro gol. Depois, em um lance de oportunismo em uma bola colocada pelo Juninho pela lateral, ele colocou a bola para dentro da rede. É um jogador que eu já havia visto jogar outras vezes, é muito talentoso - concluiu o técnico.

Claro que foi apenas um jogo, contra um adversário de qualidade técnica inferior, mas foi a primeira vez neste ano que o Palmeiras pôde rodar seu elenco e mostrar que ele não é bom apenas no papel, mas também dentro de campo. Com o alto nível técnico mostrado por alguns dos principais jogadores desse time, basta agora manter a pegada das últimas duas partidas. Sendo assim, se tornará realmente um adversário muito difícil de ser batido.

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