COF reprova contas de janeiro do Palmeiras

Cofistas e o presidente Maurício Galiotte tiveram um encontro nessa terça para debater o primeiro balancete do ano. Mudanças em contratos com a Crefisa geram divergência

Maurício Galiotte conta com o apoio de Leila Pereira, que já exerce grande influência no Conselho
Maurício Galiotte esteve na reunião de terça-feira à noite, na sede do clube (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

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O Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) do Palmeiras reprovou nessa terça-feira as contas referentes ao mês de janeiro. O impasse é motivado pela alteração nos contratos dos jogadores contratados pela Crefisa.

O cronograma para aprovação dos balancetes está bem atrasado, pois vinham sendo discutidos os aditivos da patrocinadora. Os cofistas queriam uma solução para evitar que os R$ 120 milhões investidos em reforços não se tornassem uma dívida de empréstimo, como de fato ocorreu.

O presidente Maurício Galiotte, na reunião, repetiu que este débito está coberto, por ser atrelado à possível venda dos atletas. Antes, o valor para contratações vinha de novas propriedades para expor as marcas de Crefisa e FAM (como carteirinha dos sócios-torcedores, por exemplo). O valor só seria devolvido, sem correção monetária, caso o jogador fosse vendido depois - o lucro ficaria com o clube.

O problema é que a Receita Federal considerou que esta movimentação não é de patrocínio, mas sim empréstimo, o que gera diferente tributação. A empresa teve de pagar uma multa de quase R$ 80 milhões, e como consequência foram feitos os aditivos. Agora, devem ser pagos juros (com uma das taxas mais baixas do mercado), e o clube precisa devolver toda a quantia, mesmo se a venda for abaixo do valor da compra.

Os jogadores que chegaram com aporte da patrocinadora foram: Luan (R$ 10 milhões), Fabiano (R$ 6,7 milhões), Bruno Henrique (R$ 14 milhões), Guerra (R$ 10 milhões), Thiago Santos (R$ 1 milhão), Borja (R$ 33 milhões), Deyverson (R$ 18 milhões), Dudu (R$ 10 milhões) e Lucas Lima (R$ 17,5 milhões). Segundo Leila Pereira, o clube não será prejudicado por isso.

Desde o início, o COF tenta negociar um novo aditivo. Este foi um motivo para postegar a votação do balancete, que normalmente ocorre no mês seguinte. Além disso, considera-se que Maurício fez um empréstimo que equivale a mais de 10% da receita prevista para o ano - por estatuto, para fazer uma movimentação deste tamanho, o órgão fiscal deveria ter sido consultado antes, o que não aconteceu. No balancete de janeiro, a dívida do clube teve o acréscimo dos R$ 120 milhões e houve um déficit de R$ 13 milhões.

Para pessoas próximas ao presidente Maurício Galiotte, a reprovação das contas tem influência política, por conta da briga entre Mustafá Contursi, figura muito influente no COF, e Leila Pereira, já que a gestão deu mostras de estar no caminho certo. A cúpula do órgão fiscal, contudo, rebateu, argumentando que a decisão é apenas técnica, pelo aumento grande da dívida do clube, e a tomada de um empréstimo acima do autorizado sem a aprovação dos cofistas.

As reuniões do COF devem ser mais recorrentes nos próximos meses, para acelerar a avaliação dos balanços mês a mês até junho. Apesar dos primeiros números ruins, as vendas de jogadores vão ajudar a tirar o clube do déficit em 2018 e provavelmente bater a previsão orçamentária - até maio, o clube já conseguiu 54% dos R$ 477 milhões que esperava arrecadar em todo o ano.

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