Após primeiro semestre perdido, BR-16 é mais que obsessão no Palmeiras

Com campanhas frustradas na Libertadores e no Paulistão e troca de treinador em março, Verdão teve três semanas para se 'reconstruir' com Cuca na luta pelo Brasileirão

Santos x Palmeiras
 (Foto: Eduardo Viana/Lancepress!)

Escrito por

O título brasileiro é uma obsessão para o Palmeiras, que não levanta essa taça desde 1994, mas torcedores, jogadores e dirigentes do clube não imaginavam que o foco na preparação para a competição pudesse ser tão grande. A ideia de todos era estar dividindo as atenções com os mata-matas da Libertadores, este sim o grande projeto do ano. Mas o trabalho de Marcelo Oliveira não encaixou, o time caiu logo na fase de grupos do torneio continental, também não foi à decisão estadual e teve 19 dias apenas para se preparar para o segundo semestre. Há males que vêm para o bem?

Para Cuca, sim. O técnico não conseguiu recolocar o Verdão nos trilhos a tempo de recuperar o primeiro semestre, mas tem repetido que conquistará o título brasileiro. Confiança no trabalho bem feito e cobrança no elenco, que tem deficiências (sobretudo na defesa), mas no conjunto da obra pode se equiparar aos melhores do país.

Fernando Prass, Vitor Hugo, Egídio, Matheus Sales, Gabriel, Arouca, Zé Roberto, Rafael Marques, Dudu, Gabriel Jesus, Alecsandro e Barrios são remanescentes de 2015, quando a base atual foi montada. Some-se a isso um Cleiton Xavier que enfim parece ter se livrado das lesões. São peças importantes e já adaptadas ao clube.

Campinho - Palmeiras
Time-base do Palmeiras para a largada no Brasileirão

O problema é que o primeiro semestre não foi ruim apenas pelos resultados. Os reforços contratados em janeiro não engrenaram, à exceção de Jean, que se fixou como titular. Vagner e Rodrigo nem estrearam, Régis jogou pouco e está de saída, Moisés se machucou, Erik até agora é uma decepção e Edu Dracena e Roger Carvalho foram superados pelo garoto Thiago Martins na defesa.

Cuca, vice-campeão nacional com o Cruzeiro (2010) e com o Galo (2012), diz que conhece bem a competição e tomou a frente na remontagem de elenco. Vieram Fabiano, Fabrício, Róger Guedes, Tchê Tchê e Yerry Mina. Versatilidade é a palavra da moda. Agora vai?

Fernando Prass contra o Corinthians - foto: Cesar Greco
Fernando Prass é o ídolo maior atual do Palmeiras - foto: Cesar Greco

OLHO NELE: Prass

Nome: Fernando Büttenbender Prass
Posição: Goleiro
Naturalidade: Porto Alegre/RS
Nascimento: 09/07/1978
Altura: 1.91m
Camisa: 1
Jogos: 180

Fernando Prass segue como o principal nome do Palmeiras. Titular absoluto da meta palmeirense, o arqueiro é o grande líder do elenco e teve belíssimas atuações na curta campanha na Copa Libertadores deste ano, como no jogo contra o Rosario Central, no Allianz Parque, quando fechou o gol e garantiu a vitória alviverde por 2 a 0. No Campeonato Paulista, também foi destaque. Na semifinal contra o Santos, na Vila Belmiro, defendeu pênalti de Lucas Lima, mas desperdiçou a cobrança final. Antes, havia segurado outra penalidade, desta vez, contra o arquirrival Corinthians, no Pacaembu. Lucca perdeu e na sequência o Verdão fez o gol da vitória com Dudu. Ídolo, vibrou nas grades do estádio com a torcida.

Libertadores Palmeiras x River Plate-Uru (foto:Eduardo Viana/LANCE!Press)
Palmeiras 4x0 River Plate-URU: eliminado na Copa Libertadores (foto:Eduardo Viana/LANCE!Press)

VERDÃO EM 2016

O Palmeiras não teve sucesso nas duas primeiras competições oficiais das quais participou. No Campeonato Paulista, foi eliminado na semifinal, contra o Santos, nos pênaltis. Foram 29 gols marcados nos 17 jogos do estadual. Foi na competição, porém, que sofreu goleada diante do Água Santa: 4 a 1, dia 27 de março. Desde então, não perde. São sete jogos de invencibilidade.

Na Copa Libertadores, a equipe não passou da primeira fase. Foram seis jogos, duas vitórias, dois empates e duas derrotas. Oito gols marcados e quatro sofridos, terminando com um aproveitamento de 44%. Marcelo Oliveira foi demitido do cargo de treinador do Palmeiras na madrugada do dia 9 para 10 de março, após derrota no Allianz Parque para o Nacional, do Uruguai. Cuca, que já estava nos planos do Alviverde, assinou contrato poucos dias depois. Antes, porém, o interino Alberto Valentim, membro da comissão técnica permanente do clube, comandou o time na vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, no Pacaembu, pelo Paulistão.

Desde que assumiu, Cuca aparece com 11 jogos, cinco vitórias, dois empates e quatro derrotas. Além de uma goleada aplicada no Guarani, por 6 a 2, em jogo-treino disputado em Atibaia, durante preparação para o Brasileirão. O time está há sete jogos sem perder, sem contar o jogo-treino. No entanto, nem tudo foi fácil. Cuca obteve quatro derrotas seguidas quando chegou ao clube: para Nacional, no Uruguai, pela Libertadores e Osasco Audax, no José Liberatti, Red Bull Brasil, no Pacaembu, e Água Santa, em Presidente Prudente, estes pelo Paulistão.

Neste ano...
Vitórias: 11
Empates: 10
Derrotas: 4
Gols pró: 43
Gols contra: 27

COM A PALAVRA, ADEMIR DA GUIA
Bicampeão brasileiro pelo Palmeiras em 1972/73

"Nós temos que esperar o início do campeonato para sabermos o que podemos esperar, é natural que o time vá crescendo conforme a competição avance, eu vou começar a acreditar em título quando o Palmeiras vencer não só dentro de casa, mas também fora. Aí é possível sim pensar em título. O time vai ficar pronto ao longo do ano, o trabalho do Cuca começou agora, ele mostrou uma enorme melhora na Copa Libertadores, mas faltou tempo e conhecimento do elenco para avançar. Primeiro, precisa ter uma base e assim seu trabalho não será prejudicado. Se eu tivesse que apontar, diria que Fernando (Prass) e Gabriel (Jesus) estiveram muito bem no fim da competição, eles são minha duas grandes apostas para esse Campeonato Brasileiro".

News do Lance!

Receba boletins diários no seu e-mail para ficar por dentro do que rola no mundo dos esportes e no seu time do coração!

backgroundNewsletter