Técnico da Seleção feminina de basquete deixa o comando da equipe

Em meio a crise entre CBB e clubes da LBF, Luiz Augusto Zanon alega problemas de saúde e não é mais o treinador do time 

Luis Augusto Zanon
Luiz Augusto Zanon estava à frente da Seleção Brasileira desde março de 2013 (foto: Divulgação CBB)

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A crise que abala o basquete feminino brasileiro não para de crescer. A menos de um ano para a Olimpíada Rio-2016, a Seleção Brasileira ficou sem seu treinador. Nesta sexta-feira, Luiz Augusto Zanon pediu para deixar o cargo.

A notícia foi divulgada pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) em uma nota oficial. No texto, Zanon explicou que solicitou a dispensa por questões de saúde. Segundo o treinador, ele tem um problema de hérnia de disco que precisa ser tratado.

"Venho a público declarar a difícil decisão que tomei para abdicar do cargo de técnico da Seleção Brasileira Adulta Feminina, para preservar meus problemas de saúde, pois temo não permitir a dedicação e a intensidade necessárias para conduzir a equipe brasileira, da forma que entendo, em uma competição da importância que tem o torneio de basquete dos Jogos Olímpicos", disse Zanon na nota.

O treinador ainda disse que a CBB foi contrária à sua saída da Seleção, e agradeceu à confederação pelo tempo à frente da equipe. Zanon assumiu o comando do Brasil em março de 2013.

"Registro, também, que essa decisão é pessoal e contrária à vontade da CBB. Desejo a todos da Confederação o sucesso que merecem. Conheci todas as dificuldades que as pessoas que lá trabalham têm na condução da modalidade e pude comprovar que todo o trabalho é limitado exclusivamente pela falta de recursos e não por falta de conhecimento ou comprometimento", falou o técnico.

Além das questões de saúde, Zanon esteve nas últimas semanas em meio a um fogo cruzado entre a CBB e os clubes que disputam a Liga de Basquete Feminino (LBF).

Os seis times da liga (América de Recife, Corinthians/Americana, Presidente Venceslau, Santo André, Sampaio Corrêa e Maranhão Basquete) se uniram em um colegiado e divulgaram um manifesto pedindo o controle da Seleção Brasileira feminina, por não concordarem com a gestão do time por parte da CBB. Em outra carta, o grupo ameaçou não liberar suas jogadoras para o evento-teste da Olimpíada Rio-2016, que acontecerá em janeiro no Parque Olímpico com a presença de Brasil, Austrália, Argentina e Venezuela.

Na semana passada, Zanon e a confederação ignoraram as ameaças, e convocaram 12 jogadoras, todas dos times da LBF, para a disputa do torneio. Ainda não se sabe se elas jogarão ou não a competição amistosa no Parque Olímpico.

À frente da Seleção Brasileira, Zanon disputou dois grandes torneios. Em 2014, no Campeonato Mundial, o Brasil ficou em 11º lugar, ao ser eliminado nas oitavas de final pela França. No Pan de Toronto, neste ano, a equipe acabou na quarta colocação, ao perder para Cuba na disputa pela medalha de bronze.

Leia abaixo a explicação de Zanon para a renúncia ao cargo da Seleção Brasileira, na nota publicada pela CBB:

"Venho a público declarar a difícil decisão que tomei para abdicar do cargo de técnico da Seleção Brasileira Adulta Feminina, para preservar meus problemas de saúde, pois temo não permitir a dedicação e a intensidade necessárias para conduzir a equipe brasileira, da forma que entendo, em uma competição da importância que tem o torneio de basquete dos Jogos Olímpicos. Pela história que construí no basquete, modalidade que amo e que trato com o respeito devido, raro hoje em dia, preferi sofrer com esse afastamento voluntário, do que sofrer por não estar em condição momentânea de cumprir uma parte importante e fundamental do projeto, que criamos e desenvolvemos desde 2013 e que, com absoluta certeza, será vencedor no tempo devido. Quero deixar aqui os meus votos de sucesso para o novo treinador que a CBB venha a contratar, já me colocando à disposição para transmitir todas as informações das quais ele venha precisar, embora nossa Comissão Técnica tenha totais condições e competência para isso. Registro, também, que essa decisão é pessoal e contrária à vontade da CBB. Desejo a todos da Confederação o sucesso que merecem. Conheci todas as dificuldades que as pessoas que lá trabalham têm na condução da modalidade e pude comprovar que todo o trabalho é limitado exclusivamente pela falta de recursos e não por falta de conhecimento ou comprometimento. Sempre fui respeitado como pessoa e profissional. Aproveito para agradecer a cada integrante da comissão técnica e as atletas que comandei pelo seu profissionalismo e dedicação"


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