Scheidt cita planos de carreira após anunciar fim de seu ciclo olímpico

Depois de perder a medalha de ouro em Nassau por um segundo, velejador brasileiro já pensa quais competições disputará em 2018. Ele não vai competir em Tóquio-2020

Robert Scheidt no pódio de Nassau
Robert Scheidt e Henry Boening, o Maguila, comemoram o vice-campeonato no SSL Finals (Foto: Thiago Ferri)

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Robert Scheidt e Henry Boening ficaram "a uma onda" do título do SSL Finals, campeonato de vela disputado em Nassau, nas Bahamas. Os brasileiros terminaram a última regata a um segundo de Paul Goodison (GBR) e Frithjof Kleen (ALE), a dupla campeã do torneio, numa prova em que o medalhista olímpico considera ter lhe trazido uma sensação inédita.

- Nunca tive uma regata decisiva em que chegou na linha de chegada sem saber quem venceu. Talvez tenha sido a competição que foi mais próxima, que me lembre. Acho que o importante é que lutamos até o fim. Faltou muito pouco. A gente velejou com o foco de ganhar o tempo todo. Isto nos fez recuperar duas posições e valeu. Eles mereceram, velejaram muito bem a regata final e é legal ver um novo vencedor também, já que o Mark (Mendelblatt) tinha vencido as últimas duas edições. Vamos ver se ano que vem se a gente consegue melhorar - disse Scheidt, ao LANCE!.

- Lutamos até o fim, faltou muito, muito pouco para vencer a regata e acabar com a medalha de ouro. No detalhe, a surfada da última onda que faltou e poderíamos ter vencido o campeonato. Talvez tenha sido o dia que velejamos melhor a semana toda, fizemos algumas mudanças no barco que foram muito boas. O Henry está de parabéns, fez um grande trabalho na proa, sempre muito calmo, muito forte, ajudando bastante em fazer o barco andar, foi ótimo ter velejado com ele mais este ano - acrescentou.

Dono de cinco medalhas olímpicas, Scheidt já avisou que não disputará os Jogos de Tóquio, em 2020. Duas vezes ouro (Atlanta-1996 e Atenas-2004) e uma prata (Sidney-2000) na classe Laser, ele ainda levou uma prata (Pequim-2008), um bronze (Londres-2012) e acabou em quarto lugar na Rio-2016 na Star, categoria que disputou nesta semana nas Bahamas.

O velejador chegou a cogitar participar da próxima Olimpíada na classe 49er, mas acabou desistindo. Isto não significa o fim da carreira do brasileiro de 44 anos, que já faz planos para competir em diferentes categorias no próximo ano.

- Para 2018 tenho um programa já praticamente acertado para velejar de barcos grandes na Europa. Quero seguir fazendo algumas regatas na classe Star, que é a minha paixão, e por que não algumas regatas na classe Laser, mas sem pensar em Olimpíada. Vou fazer para me manter em atividade, porque gosto, tenho paixão pela vela. Vou seguir próximo das competições. A vela olímpica, claro, é uma página que fechei, mas por que não seguir competindo em alto nível nas regatas que eu puder? - pontuou o brasileiro.

Campeão do SSL Finals em 2013, ainda com Bruno Prada, Robert Scheidt foi bronze em 2016 e agora prata - nessas duas ocasiões seu parceiro de barco foi Henry Boening, o Maguila. De todas as edições, esta foi a mais competitiva, segundo ele.

- Acredito que foi o nível mais alto que enfrentamos aqui, haja visto a regata final e como foi disputada a regata final. Muita mudança de posição, o campeão olímpico de 2012 (o sueco Freddy Lööf) ficou fora da final, o campeão mundial da classe Star (Eivind Melleby, da Noruega) ficou fora da final. E venceu alguém que não era da classe Star. Mostramos que o nível da competição está subindo a cada ano. A tendência é continuar assim, vamos seguir treinando para ano que vem ter mais uma chance - completou.

*O repórter viaja a convite da SSL

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