Raulzinho ao L!: ‘Qualquer medalha teria um gosto muito especial’

Armador do Utah Jazz e da Seleção Brasileira acredita em boa campanha na Olimpíada, torce por fim da crise no basquete nacional e elogia grupo masculino

Basquete Raulzinho - Seleção (foto:Divulgação)
Raulzinho foi um dos destaques no Mundial do ano passado (Foto: Gregory Shamus/Getty Images/AFP)

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A vida de Raulzinho mudou muito em quatro anos. Afinal, o jovem que apareceu como uma ótima revelação do Minas no NBB logo viu que sua evolução no esporte seria mais rápida que uma transição da defesa ao ataque no basquete.

Neste período, o brasileiro foi para o basquete espanhol (em 2011), disputou sua primeira Olimpíada um ano depois e, em seguida, alcançou o ápice: foi escolhido por uma franquia da NBA no draft de 2013.

O ex-caçula da Seleção Brasileira de Rubén Magnano não para de evoluir. Tanto que já se tornou um dos principais jogadores do treinador da Seleção. Prova disso foi seu desempenho no último Mundial, quando teve papel de protagonista em algumas partidas, como na vitória sobre a Argentina nas oitavas de final da competição.

Em entrevista ao LANCE!, Raulzinho, de 23 anos, falou um pouco sobre a expectativa para a Olimpíada do ano que vem no Rio de Janeiro. Além de sonhar com uma medalha na competição, torce também para melhorias no basquete brasileiro assim como uma solução para o impasse no time feminino.


L!: Você é o único brasileiro que atua na NBA e é titular no momento. O Magnano falou recentemente que quer que os atletas estejam jogando regularmente. É algo que te preocupa faltando pouco mais de seis meses para a Olimpíada?
R: Não. Praticamente todos os jogadores estão atuando, uns mais tempo, outros menos, um ou outro está se recuperando de contusão. Mas nem chegamos ao meio da temporada ainda. É importante, claro, estar jogando, estar em atividade, mas acho que o fundamental é que todos estejam saudáveis, livres de lesões, sem problemas médicos, para que possamos fazer uma boa preparação. Teremos um bom período para treinar, para chegar bem e prontos para fazer o nosso melhor na Olimpíada do Rio.

L!: Você tem se comunicado com os demais brasileiros que atuam na NBA? Eles estão preocupados?

R: Nos encontramos quando nos enfrentamos e, na maioria das vezes, é sempre muito rápido, ali em quadra, no aquecimento antes das partidas. Não temos tempo de conversar muito. Como falei, acho que o mais importante é chegarmos bem, saudáveis, fazer uma boa preparação.

L!: Como vê os recentes problemas pelos quais o basquete brasileiro atravessa internamente, sobretudo na Seleção feminina?

R: Não posso falar sobre os problemas da Seleção feminina, porque não vivo o dia a dia das meninas. Tenho lido algumas coisas e acho que toda reivindicação por melhorias e por boas condições de trabalho é justa, porque os resultados vão ser cobrados. Espero que tudo isso se resolva da melhor maneira e o quanto antes, para que as meninas tenham tranquilidade para se prepararem e fazerem uma boa campanha na Olimpíada de 2016.

L!: Qual a sua expectativa para a Olimpíada? Pelos resultados recentes da Seleção, dá para sonhar com uma medalha?

R: A melhor possível. Temos um grupo forte, que vem conseguindo bons resultados e tem experiência em competições internacionais. Além disso, a atmosfera não poderia ser melhor. O Brasil vai jogar em casa, isso é algo que mexe com todos os atletas, com familiares e amigos por perto, com o povo brasileiro jogando com a gente, e isso é algo especial. Sonhar com medalha, sim, claro que é o nosso objetivo, mas sabemos que há seis, sete, oito seleções em condições de conquistar uma láurea. É uma competição dura, muito equilibrada, mas que nós temos chances, sim.

L!: É claro que os Estados Unidos são favoritos ao título. Dá para considerar que uma final com eles, em casa, já seria um gostinho de medalha de ouro?
R: Acho que qualquer medalha teria um gosto muito especial. Os Estados Unidos são muito fortes, mas há muitas seleções de altíssimo nível e que estarão nos Jogos, equipes das Américas, da Europa, países que merecem respeito e que vão brigar por pódio. Há muitas seleções fortes e apenas três vão conquistar medalhas. Queremos e acreditamos que temos chances de brigar por pódio e o Brasil vai lutar por isso com toda sua força.

L!: Você foi muito bem na Copa do Mundo de 2014 e é titular de um time na NBA. Você chega para a Olimpíada do Rio no seu melhor momento na carreira? E se vê no quinteto titular por isso?

R: Estou em um momento muito bom. Tenho tido bastante minutos em quadra, conseguido ajudar o time e me sentindo bastante confortável nos jogos, me entrosando cada vez mais com os outros jogadores. Quanto à Olimpíada, ainda é cedo falar, estamos em um “longe perto” de oito meses para os Jogos, mas com toda uma temporada da NBA pela frente, o período de preparação da Seleção Brasileira... Essa é uma resposta que só o Magnano pode dar e que vai depender muito, claro, de como eu estiver rendendo até o período do início dos Jogos Olímpicos.

L!: Qual recado você deixaria para o torcedor brasileiro?
R: Queria agradecer a todos pelas mensagens e o carinho comigo. É algo especial, porque faz eu me sentir querido e prezo muito a relação com os fãs. Temos a Olimpíada na nossa casa e vai ser um marco para todos, um momento único e histórico, inesquecível para atletas e para o povo brasileiro. Temos de curtir muito cada dia, cada momento. Vamos brigar por um pódio e conquistar uma medalha.

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