Novo ministro do Esporte é triunfo de Picciani e carrega passado polêmico

Leandro Cruz, que assumiu a pasta nesta semana, era braço-direito do antecessor, passou longo período em Brasília e ficou marcado por prisão em flagrante por porte ilegal de arma 

Leandro Cruz assume o cargo de ministro de Esporte
(Foto: Francisco Medeiros/ME)

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Empossado na última terça-feira no Ministério do Esporte, Leandro Cruz chegou ao cargo elogiado por antecessores e simbolizou uma vitória de Leonardo Picciani, que emplacou um de seus braços-direitos para concorrer à reeleição como deputado federal pelo MDB.

Considerado por políticos próximos um perfil capaz de liderar, o novo ministro carrega polêmicas em seu passado, incluindo uma prisão em flagrante por porte ilegal de arma, em 2006.

Na ocasião, Cruz era secretário de Trânsito, Transportes e Serviços Públicos da cidade de Nova Iguaçu (RJ), na Baixada Fluminense. Ele também foi acusado de desacato e chegou a passar uma noite na cadeia. O processo foi encerrado na Justiça, e Leandro posteriormente declarou não ter armas.

Outro episódio obscuro foi durante sua passagem pela Emlurb, empresa de limpeza urbana de Nova Iguaçu (RJ), em 2009. O Ministério Público do Rio apurou supostas irregularidades nos serviços de coleta, remoção e transporte de lixo da cidade.

A dispensa do procedimento licitatório para a contratação da Green Life Execução de Projetos Ambientais Ltda causou estranheza aos órgãos de controle. No entanto, o Tribunal de Contas do Estado do Rio acabou afastando a responsabilidade de Cruz no caso.

Ele teria assumido o cargo com uma greve de garis e às vésperas das festas de fim de ano, o que teria exigido a realização de uma contratação emergencial, segundo o Ministério do Esporte.

Nos últimos meses, Cruz venceu uma disputa com Fernando Avelino, secretário-executivo do Ministério, e Rogério Sampaio, ex-judoca e secretário nacional de Alto Rendimento. Pesou a preferência de Picciani, que deve auxiliar o colega no comando do Ministério.

– A confiança que nós tivemos de vários parlamentares, do ministro Leonardo Picciani, e acima de tudo, de todo o movimento esportivo e olímpico nos traz uma grande responsabilidade, que é tocar o esporte e o Ministério do Esporte nos próximos nove meses. Temos de manter o trabalho, sem descuidar do alto rendimento, da Lei de Incentivo ao Esporte e do controle antidopagem. Também é preciso manter o legado olímpico em movimento. Hoje, as arenas estão sempre ocupadas. Mas, além do esporte de alto rendimento, o Parque Olímpico tem de ser ocupado pela inclusão social – afirmou Cruz.

Antes de assumir o Ministério, Leandro foi Secretário Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS) da pasta, e foi responsável pela criação e desenvolvimento de novas políticas públicas no âmbito do esporte educacional.

Em 2009, ocupou a presidência da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do município. Também atuou como secretário da Defesa Civil de Nova Iguaçu. Leandro exerceu ainda a função de assessor especial em órgãos como a Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, além de ter sido assessor-chefe da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

O novo ministro viveu um longo período de atuação em Brasília. Por lá, atuou como assessor técnico da Liderança do PMDB na Câmara dos Deputados até 2015, onde trabalhou por sete anos com o deputado federal Leonardo Picciani.

– Leandro reúne qualidades difíceis de se reunir numa mesma liderança. O talento para a vida pública, a ambição, não no sentido vulgar, mas a ambição no sentido da busca da realização e da construção de coisas importantes. Ele é um homem preparado, capaz para o exercício das mais elevadas atividades da vida pública – afirmou Aldo Rebelo, que comandou a pasta entre 2011 e 2015.

Outro que não poupou elogios a Cruz foi Orlando Silva, que foi ministro do Esporte entre 2006 e 2011, nos governos de Lula e Dilma Rousseff.

– A responsabilidade que o ministro Leandro Cruz assume agora é, por um lado, em função do sucesso e do trabalho do ministro Picciani, e, por outro, a afirmação da vitória da política. Não há solução - nem para o esporte - fora da política. Leandro é um político capaz de dialogar, construir, mobilizar e liderar. Desejo muito sucesso. Sei da sua capacidade de liderar a equipe que assume neste momento – falou Silva.

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