‘Muhammad Ali será sempre o eterno campeão’

Muhammad Ali
Muhammad Ali ultrapassa os limites do esporte (Foto: Reprodução/Facebook)

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O lendário ex-pugilista americano Muhammad Ali morreu aos 74 anos, mas o seu mito - símbolo de atleta que ultrapassou os limites do esporte como nenhum outro - será eterno.

Ele sempre dizia: "Não quero ser líder, mas ser livre". Então foi maravilhoso ver como os fãs ficavam enlouquecidos com os movimentos de Ali no ringue, como se ele fosse um bailarino, sempre em perfeita harmonia e liberdade de ação.

O boxeador se aposentou da atividade em 1981 com a marca de 56 vitórias e cinco derrotas, o título mundial de peso pesado e a fama de melhor de todos os tempos.

As pessoas queriam vê-lo em qualquer parte do mundo. O promotor Don King cobrou mais de 10 milhões de dólares pela luta entre o campeão George Foreman e o desafiante Ali , em 30 de outubro de 1974, em Kinshasa, no Congo, tendo o então presidente Mobutu como espectador especial. Foi a maior bolsa da história até então. Cem mil fãs foram ao estádio.

Ali sabia cativar e atrair o público e demonstrava que lutava contra o branco opressor, como fez ao mudar o nome de nascimento Cassius Marcellus, nome de escravo. Ele se destacou na luta em defesa do povo negro.

Contra Foreman, embora soubesse que estava abaixo nas apostas (1-4), Ali disse sem rodeios: "Eu sou um sábio do boxe, um cientista do boxe. Sou professor de dança, um grande artista ". Ele derrotou Foreman no oitavo assalto, ganhando o segundo cinturão. O nome de Ali cresceu ainda mais e, depois de vencer um terceiro título em 1978, ele se tornou o desportista do século XX.

King foi quem melhor soube explorar a figura de Ali que, desde 1960, depois de ganhar a medalha de ouro de meio-pesado nos Jogos Olímpicos de Roma, era a personagem mais importante nos Estados Unidos e no mundo, dentro e fora do ringue.

O homem que começou a lutar boxe ainda menino, aos 12 anos, sob a supervisão do policial Joe Martin em Louisville, lançou a medalha olímpica no Rio Ohio depois de não ser atendido num restaurante por causa de discriminação racial.

Mais tarde, foi ele quem desafiou o campeão do mundo Sonny Linston. E ao destroná-lo em 1964, aos 22 anos, alardeou ser '' o melhor lutador da história ", realçando qualidades difíceis de igualar: agilidade, elegância, inteligência e força. Em 1967 Ali foi destituído por se recusar a cumprir o serviço militar e ir para a Guerra do Vietnã. Houve uma divisão entre os americanos que o apoiaram e seguiram suas palestras em universidades do país com o discurso da paz e os outros que o consideraram antipatriótico. Ainda assim, depois de vencer uma batalha legal, Ali ganhou uma nova oportunidade no ringue, apesar da desvantagem de uma inatividade que durou três anos, sete meses e quatro dias. Em 8 de Março de 1971, ele enfrentou Joe Frazier na "batalha do século", no Madison Square Garden, em Nova York.

Ali perdeu por pontos, depois de cair no décimo quinto e último assalto, ao receber o gancho de esquerda mais famoso do mundo. Mesmo assim, Ali foi capaz de interromper por duas horas a Guerra do Vietnã , quando soldados depuseram as armas e se sentaram em frente à TV para ver a luta.

Ali tornou-se muçulmano, lutando com ainda mais força fora do ringue contra a desigualdade social. " Tomei a decisão de ser um negro que não se deixa capturar pelos brancos".

No final Ali conseguiu que todos, pretos e brancos, o aceitassem como uma lenda única no mundo dos esportes e, especialmente, dentro da sociedade americana, ganhando a batalha da igualdade de direitos para todos, independentemente da cor da pele, da crença ou da religião.

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