Jovem de comunidade carente está perto de fazer história no badminton

Líder do ranking brasileiro, Ygor Coelho busca a classificação para a Rio-2016

brasileiro do badminton perto das Olimpíadas
Ygor Coelho  pode ser o primeiro brasileiro do badminton a jogar uma Olimpíada (Foto: Indira Amazone/Divulgação)

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O sonho olímpico está cada vez mais próximo para o jogador de badminton Ygor Coelho. O jovem, de 19 anos, é o melhor brasileiro no ranking e poderá conquistar a única vaga no simples masculino do esporte a que o Brasil tem direito por ser sede dos Jogos Rio-2016.

Caso seja qualificado, ele fará história ao ser o primeiro atleta do país a disputar o esporte em uma Olimpíada. A vida de Ygor já é repleta de vitórias. O menino "nasceu para o mundo" no projeto Miratus, criado e realizado pelo seu pai, Sebastião Dias de Oliveira, que atende a mais de 200 crianças, com aulas de reforço escolar, atividades de lazer, e, claro, a prática do badminton, para crianças e jovens da comunidade da Chacrinha, em Jacarepaguá.

Tudo foi conquistado com muito esforço e talento, mas Ygor e o pai não se esquecem de quem possibilitou a realização dos sonhos. A dupla ressalta que o apoio da LAMSA, concessionária que administra a Linha Amarela, e do Instituto Invepar, são fundamentais nas conquistas sociais do projeto e na vida esportiva de Ygor.

– Graças ao apoio da LAMSA pude ficar na minha casa, em janeiro de 2016, cuidei do meu corpo nessa parte final de preparação, com um preparador físico exclusivo. A empresa também me ajudou na ida, agora, para o torneio da Guatemala (não estava nos planos da Confederação). Pude estar nos torneios do ano passado, através de viagens internacionais, joguei campeonatos lá fora e subi no ranking de pontuação para os Jogos de 2016. Sem a LAMSA eu não poderia estar na Olimpíada – explica Ygor.

Desde o início, o pai foi fundamental no incentivo, mas não exigiu que o filho seguisse o esporte.

– Sempre morei na Chacrinha. Participei do Miratus e desde os três anos pratico o badminton. Não tive nenhuma pressão do meu pai. Não era obrigatório, fiz porque gostava. Na escola, as pessoas me zoavam, falavam que eu jogava peteca, mas hoje já conhecem um pouco e vão ainda mais depois da Olimpíada – disse o brasileiro, que está no Ensino Médio, estuda via internet e já é fluente em inglês.

– Indo para os Jogos, acredito que viro espelho para minha comunidade e para outras. Vamos ter novos talentos. Isso é uma motivação ainda maior. Algumas crianças e jovens já me pedem autógrafos. É muito legal ver as oportunidades que um projeto pode gerar. A Miratus mudou a vida da nossa comunidade. Meu pai é um herói, ele influencia mais de 200 crianças, um exemplo para todos, é um herói nato.

O atleta conta que sua agressividade no ataque é seu forte, além do uso de fintas, um diferencial da equipe brasileira. Para ter força na hora da competição, a rotina de treinamento é pesada.

– Treino de segunda a sábado, duas vezes por dia, sempre quatro horas por período. Terça e quinta também faço musculação. É importante cuidar bem do corpo, ter nutricionista, fisioterapeuta e médico. São 38 atletas na competição e quero ficar entre os 20 melhores. Depois dos Jogos de 2016, eu focarei na Olimpíada de 2020, no Japão, e em ser um dos favoritos das Américas para ganhar o Pan-Americano – disse Ygor, que espera contar com o apoio da torcida brasileira, sem temer a responsabilidade de competir em casa.

– A torcida vai me motivar. É uma pressão muito positiva. Será muito importante pra mim durante os Jogos –  comentou o jovem, que aprovou a estrutura da arena de competição oficial, testada no ano passado, durante mais um evento-teste dos Jogos Olímpicos.

O futuro reserva milhares de possibilidades para Ygor Coelho, mas o jovem não esquece das dificuldades do passado.

– Nesse ciclo olímpico, o mais difícil foi a decisão, em 2013, de tentar participar da Olimpíada. Cheguei dos Jogos Olímpicos da Juventude, fui direto para a Dinamarca e fiquei três meses longe da minha família, morando com um mexicano. Passei mal, pensei que ia morrer, mas consegui superar e estou forte na busca pelo sonho olímpico. Sei também que tenho muitos desafios pela frente e depois quero virar administrador na Miratus e ajudar sempre nesse projeto fundamental para a nossa comunidade.

Herói da comunidade e exemplo de projeto social
O ano de 1998 está marcado na vida de Sebastião Dias de Oliveira. Criado na Funabem, dos 7 aos 18 anos, recebeu oportunidades para mudar de vida, abraçou e conseguiu superar todas atividades.

Ao casar e ir morar na Chacrinha, ele quis retribuir toda ajuda que recebeu, criando o projeto Miratus, com o objetivo de lutar contra a falta de oportunidades e a ociosidade das crianças, jovens e adolescentes, ensinando-lhes a evitar males como a evasão escolar e o trabalho infantil, além da delinquência e as drogas. Hoje, o projeto atende a mais de 200 crianças.

– Dentro do Miratus temos aula de música, reforço escolar, passeios, atividades de lazer, reforço de informática e o esporte. Investi todo o esforço e ver o resultado dessas crianças é a minha maior conquista. A presença do Ygor nos Jogos Olímpicos representará muito para comunidades e para o país. É a prova que todas empresas devem investir dentro das comunidades.

O fundador da Miratus elogia o apoio da LAMSA e do Instituto Invepar no crescimento do projeto e da vida esportiva de Ygor Coelho.

– A LAMSA ajudou em todas etapas do Miratus. A empresa apostou no esporte como forma de inclusão e viu que o projeto é voltado para o desenvolvimento de crianças. Além disso, ela foi fundamental na construção do prédio que receberá um curso pré-vestibular. Foi a primeira empresa que esteve com a gente e nunca nos abandonou – disse Sebastião.

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