Holandês Dumoulin é campeão do Giro da Itália de ciclismo

Ciclista, que começou a última etapa em quarto, tira a diferença para o trio de ponteiros e se torna o primeiro holandês a vencer a prova<br>

Tom Dumoulin (Divulgação)
Tom Dumoulin, no Giro da Itália de ciclismo (Divulgação)

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A 100ª edição do Giro da Itália foi uma das mais equilibradas da história e prova disso ocorreu na 21ª e última etapa, contra-relógio de 30km entre Monza e Milão. O holandês Tom Dumoulin, que entrou na etapa em quarto lugar, fez valer o seu favoritismo neste tipo de prova (na qual os ciclistas correm sozinhos e não em grupo).

Ele saiu de uma desvantagem de 1m15s para o então primeiro colocado, o colombiano Nairo Quintana, para ficar com a camisa rosa (cor do líder) e se tornar o primeiro holandês a vencer uma das grandes provas do esporte (ao lado do Tour de France e Volta da Espanha).

Embora Nairo (campeão do Giro em 2014) tenha começado na frente, a
tendência era a vitória de Dumoulin, pois o colombiano é forte nas etapas tradicionais de estrada enquanto o holandês é especialista em contra o relógio, prova na qual foi medalha de prata nos Jogos do Rio (de suas 15 vitórias em etapas de Grand Slams, dez foram em contra-relógios).

Os pilotos largam de acordo com o posicionamento, com minutos de diferença. Por isso, Dumoulin largou 15 minutos antes de Nairo. Dumoulin usou a estratégia de usar uma coroa mais pesada (para pedalar menos, mas com muito maior força) e conseguiu tempo excelente. Logo na primeira metade da tomada de tempo, Dumoulin já havia ultrapassado o tempo total de Thibaut Pinot (que entrara em terceiro) e Vicenzo Nibali (que era o segundo).

Quando chegou com o tempo de 33m23s (segundo melhor tempo entre todos os competidores) ele ficou esperando a chegada dos três ponteiros, mas sabendo que apenas Quintana poderia superá-lo. Nibali fechou com 34m17 e ficou em segundo.

E Nairo Quintana com 34m47s assegurou apenas o terceiro lugar, por muito pouco não perdendo a posição para Nibali. Para se ter ideia do equilíbrio, Dumoulin venceu o Giro em 90h34min54s, Nairo chegou 31 segundos atrás e Nibali (campeão em 2016) em terceiro, nove segundos a mais do tempo de Nairo.

– Está sendo uma loucura, é incrível descrever isso, incrível, estava nervoso no início.

A festa holandesa foi completa, pois se Dumoulin foi campeão do giro e segundo colocado da etapa, o vencedor do trajeto Monza-Milão foi Jos Van Emden, com 33m08s.

A próxima prova do Grand Slam do Ciclismo será a Volta da França, a partir de 1 de julho. Nesta prova o favorito é o inglês Chris Froome, atual tricampeão e que não corre o Giro da Itália exatamente para se preparar para a competição francesa, a mais tradicional deste esporte

Justiça

A vitória de Tom Dumoulin acabou fazendo justiça ao ciclista. Ele liderava o Giro da Itália com folga quando, na etapa 16, teve uma diarreia durante a prova (sua foto procurando uma “moita salvadora” viralizou). Perdeu dois minutos por esta situação inusitada, o que o levou a ser ultrapassado por Quintana na etapa seguinte. Felizmente para ele, houve tempo para a recuperação.

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