Sem verba, ginástica brasileira perde referência na preparação olímpica

Técnico ucraniano Oleg Ostapenko deixa o país a oito meses dos Jogos Rio-2016 após clube não conseguir recursos por Lei de Incentivo. Ele era o treinador de promessa da Seleção

Oleg Ostapenko
Oleg Ostapenko deixa trabalho com a Seleção Brasileira de ginástica (Foto: Divulgação)

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* Publicado em 1/12/2015 às 9h49

A oito meses do início dos Jogos Rio-2016, a ginástica brasileira perdeu uma de suas referências na preparação olímpica. O técnico ucraniano Oleg Ostapenko, famoso por guiar Daiane dos Santos rumo à classificação para Atenas (GRE), em 2004, foi vítima de um corte de gastos que atinge a modalidade e deixará o país.

O Centro de Treinamento de Ginástica de Curitiba (Cegin), antiga sede da Seleção Brasileira, não conseguiu honrar os compromissos com o profissional neste ano. O pagamento era feito a partir da captação de recursos privados, via Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte.

O projeto original para manter não só o técnico, como toda a estrutura do local em funcionamento, era de cerca de R$ 2 milhões, mas o total obtido na última tentativa, em junho, foi de RS 1,1 milhão. A falta de interesse das empresas afetou todo o planejamento do Cegin.

Ostapenko era o treinador-chefe do Cegin e acompanhava as ginastas do clube na Seleção. Ele viajará para a Ucrânia no sábado com sua mulher Nadja, especialista em coreografias nas séries de solo. O casal pode aceitar proposta para trabalhar na Bielorrúsia, que passa por reestruturação no esporte.

– Não conseguimos os recursos necessários para mantê-lo. Está certo que ele não fica. Até junho deste ano, captamos o previsto. Depois, não atingimos o mesmo valor e tivemos de fazer vários cortes, algo em torno de 50% do projeto original – disse ao LANCE! a presidente do Cegin, Eliane Martins.

Além de não poder honrar os compromissos com o treinador, o clube teve de conter despesas na preparação das ginastas das categorias de base e da equipe médica para se adaptar à nova realidade. A também ucraniana Irina Iliachenko assumirá o cargo de treinadora-chefe.

Ostapenko foi o técnico de Daiane dos Santos na época da conquista do Mundial de solo em 2003. Ele estava no país desde 2012, quando iniciou sua segunda passagem. Antes, trabalhou no Brasil entre 2002 e 2008, período em que assumiu a função de treinador-chefe da Seleção, que hoje está a cargo do russo Alexander Alexandrov.

O ucraniano comandava uma das principais apostas da Seleção na capital paranaense: Lorrane Oliveira. No Mundial de Glasgow (SCO), neste ano, a jovem de 17 anos ficou em 18º no individual geral, melhor resultado do país. 

Não foi somente Ostapenko o afetado pela situação econômica do país. Antes, o bielorrusso Nikholay Hradoukin deixou o Cegin, mas em razão da alta do dólar.

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