Ex-ginastas dizem que ex-técnico da Seleção os filmava durante banho

Em nova denúncia contra Fernando de Carvalho Lopes, ex-atletas, que não quiseram ter os nomes revelados, reforçam acusações de que o profissional praticava assédio sexual 

Fernando de Carvalho Lopes
(Foto: Divulgação/CBG)

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A investigação que apura a conduta de Fernando de Carvalho Lopes, ex-técnico da Seleção Brasileira de ginástica artística acusado de abusar sexualmente de menores, ganhou novas denúncias de ex-atletas. Nomes que foram comandados por ele disseram à reportagem do Fantástico, da "Rede Globo", que o profissional os filmava enquanto eles tomavam banho. 

– Ele colocava a câmera dele para carregar no vestiário, em um banco que tinha lá, bem de frente para os chuveiros. E na casa dele também. Ele sempre deixava a câmera dele carregando em cima da pia, virada para o box. Até que teve uma vez que eu saí do banho e fui ver. Ela tava gravando e carregado - afirmou um ex-atleta, que já foi da Seleção Brasileira.

A vítima tinha dez anos na época em que sofreu os abusos. Segundo ela, a prática acontecia até enquanto eles dormiam.

– Ele pegou meu celular, abaixou meu shorts e fotografou. Ele fotografou meu pênis enquanto estava dormindo. Ele abusou de mim. Ele fez isso achando que eu não estava percebendo – disse o ex-ginasta.

Outro contou que o treinador passou uma pomada no órgão genital de menor quando ele tinha 11 anos, durante uma viagem. O atleta que sofreu os abusos lembrou o caso.

- Eu me machuquei na barra, fazendo exercício. Falei para ele "eu bati meu pênis na barra. Está doendo". Ele falou "vou ver se tem uma pomada pra passar. Vamos pro hotel que lá a gente vê o que faz" - disse o ex-ginasta.

Até agora, mais de 40 atletas ouvidos pelo Fantástico afirmaram que, durante a infância e a adolescência, foram vítimas de abusos sexuais praticados por Lopes. 

Na sexta-feira, a polícia foi à casa de Fernando e apreendeu CDs, DVDs, Pen Drives, fita cassete e um HD externo. O material vai passar por perícia. As investigações contra ele começaram em 2016 e não têm data para terminarem. A pena prevista em lei para esse tipo de crime é de 4 a 8 anos de reclusão para cada criança abusada.

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