Com indefinição de patrocínios, COB projeta menos recursos para Tóquio

Carlos Arthur Nuzman diz que entidade ainda trabalha para renovar com atuais apoiadores e descarta investimento na casa de R$ 1,4 bilhão, como nos Jogos Olímpicos do Rio este ano

CBVela e Marina da Glória fecham parceria pelos próximos 10 anos
(Foto: Edu Chagas/ CBVela)

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O Comitê Olímpico do Brasil (COB) vem sentindo os efeitos da crise econômica no país, o que já afeta o orçamento para os Jogos de Tóquio (JAP), em 2020. Com todos os contratos de patrocínio perto de se encerrarem neste mês, a entidade considera se abrir a novas frentes de financiamento para bancar a preparação das delegações.

Nos últimos quatro anos, o órgão contou com cerca de R$ 1,4 bilhãom, com meta de colocar a nação entre as dez primeiras no quadro de medalhas, considerando o total de pódios. O resultado foi o 12lugar na Olimpíada do Rio, em agosto. O certo é que o patamar não se repetirá no próximo quadriênio.

Os recursos provinham de fontes distintas, como Lei Agnelo/Piva, governo federal e patrocínios de confederações, clubes e atletas. Tanto os aportes públicos como privados tendem a sofrer uma diminuição. A saída é negociar com novas empresas.

– Não se pode comparar o patamar de investimento de Jogos Olímpicos dentro de casa. Nenhum país conseguiu (manter para o ciclo seguinte). Mas o importante é que eles existam e cresçam – disse o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

– A renovação não é fácil. Todos têm sentido. O período de final de ano não facilita, mas certamente teremos resultados. A manutenção de patrocinadores que já conhecem o trabalho seria muito importante. Sejamos nós, confederações ou atletas. Esperamos que sigam. Mas muitos que não estavam conosco mostraram interesse – declarou o cartola.

Mesmo quem subiu ao lugar mais alto do pódio olímpico não se livra da dor de cabeça devido à incerteza de verba. É o caso das velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs olímpicas na classe 49erFX. Elas aguardam a aprovação de recursos da Embratel por meio da Lei de Incentivo, bem como outras fontes.

– Eles estão esperando a aprovação do governo, mas com essa crise danada no estado fica um pouco difícil. O projeto não foi adiante. Mas ficamos felizes que outros patrocinadores continuam – disse Martine.

Nesta quinta-feira, Nuzman e as velejadoras participaram da cerimônia de uma parceria de 10 anos entre a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) e a BR Marinas, que administra a Marina da Glória. O local serviu de base para as competições da modalidade na Rio-2016.

As atletas autografaram o colete que foi usado por Kahena nos Jogos. Ele ficará na futura sede da CBVela, no mesmo local, exposto à visitação do público.

– Receber esta homenagem é uma honra para nós. Ganhamos a medalha de ouro aqui na Marina da Glória, que agora passa a ser a casa da vela brasileira. Esperamos que mais gente venha aqui para conhecer e praticar o nosso esporte – disse Martine.

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