Camp Nou lotado na final do Campeonato Francês de… Rúgbi?

Sem local de grande porte para a sua final nacional, franceses optam pelo estádio do Barça, que recebe o maior público da história deste esporte e vê um show do "Messi do rúgbi"


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O Camp Nou recebeu na noite desta sexta-feira 99.124 pessoas. Não para uma partida de futebol do Barça, mas para uma final do Campeonato Francês de .... Rúgbi! Entre o Racing e o Toulon. Após 26 anos o Racing venceu por 29 a 21 e voltou a levantar o caneco.

Antes que o leitor caia da cadeira: como está rolando a Eurocopa, a França não teria um local de grande porte para ser a sede da partida de um dos esportes mais populares do país e que normalmente seria jogada no Stade de France. A escolha recaiu em Barcelona e foi como um tiro certeiro: mais de 99 mil ingressos colocados à venda e todos eles vendidos, o que tornou esta partida a de maior audiência na história do esporte, já que os dois maiores  palcos que recebem os jogos são o Stade de France, capacidade de 81 mil, e o Twickenham, em Londres, o estádio mítico do rúgbi, 82 mil.

A imprensa também deu a devida importância. O principal jornal esportivo francês, o L'Équipe, em plena Euro e às portas do início das oitavas de final, deu 80% de sua capa para a apresentação da decisão. E as 12 primeiras páginas. Repetiu a dose para analisar a finalíssima.

O inusitado contou para tamanha audiência. Mas não foi apenas isso. Os dois times franceses são como Real Madrid, Barcelona ou Bayern: repletos de craques deste esporte. O Toulon conta com Habana, maior astro da África do Sul e Giteau, craque da Austrália. Do lado do Racing, o time conta com Dan Carter, neozelandês três vezes melhor do mundo (incluindo 2015), bicampeão da Copa do Mundo com o seu país e que foi contratado com um salário de 1,5 milhão de euros/ano, o maior da história deste esporte.

Só para lembrar: África do Sul, Austrália e Nova Zelândia são as três potências deste esporte e os principais celeiros. Num degrau abaixo estão os países da Grã-Bretanha, Argentina, França e Fiji. E cada um dos finalistas conta com pelo menos um jogador de todas as seleções acima.
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Com a nata reunida, o jogo ainda teve um atrativo e tanto a mais. Dan Carter é o Messi. E o cara do rúgbi estaria jogando na casa do cara do futebol. Não por acaso, a imprensa da Europa divulgou à exaustão os números de cada um. De Grana, Messi dá de lavada, ganha 36 milhões de euros/ano contra a "modesta" quantia de 1 milhão de Carter. Mas o neozelandês tem seus trunfos. Messi não ganhou Copa. Carter tem duas. Messi tem 500 gols, mas Carter é o Pelé do rúgbi, o recordista de pontos, entrando na final com 1598.

Entrou porque Carter justificou toda a sua fama. Fechou a sua primeira temporada na equipe acertando cinco chutes e fazendo 15 dos 29 pontos do time. Agora com 1613 pontos na carreira, o camisa 10 (coincidência?) ganhou o prêmio de melhor em campo e levou o time ao sexto título nacional, pois a outra fera do Racing, o ídolo francês Machenaud foi expulso ainda no primeiro tempo.

Com isso, o Racing segue a sua recuperação. O time que caíra no início do século para a segunda divisão é o campeão francês. Resta buscar o sucesso continental. Com tantos astros e entre eles o melhor do mundo, pode sonhar com o título. E com o interesse dos torcedores. Vide o exemplo no Camp Nou.

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