Bruno Prada propõe mudanças no COB: ‘Legado dos Jogos não existiu’

O medalhista olímpico e tetracampeão mundial foi nomeado para a Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Vela na última sexta-feira

Nomeado para a Comissão de Atletas da vela, Bruno Prada propõe mudanças no COB
Bruno Prada conquistou duas medalhas olímpicas ao lado de Robert Scheidt (Foto: Luhan Grolla / YCP)

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Em meio as investigações envolvendo a escolha do Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos de 2016, o mais novo membro da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Vela (CBVela) - escolhido com outros quatro esportistas na última sexta-feira - Bruno Prada vê um momento complicado para o esporte brasileiro. 

De acordo com o medalhista olímpico e tetracampeão mundial, o escândalo envolvendo o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), nomeada Operação Unfair Play (jogo sujo), traz a tona a falta de legado após a Rio-2016.

-A conta olímpica chegou. O legado dos Jogos não existiu e o esporte brasileiro vai andar 20 anos para trás - afirmou o  o velejador mais votado pelos filiados à CBVela, que completou:

- Estas primeiras denúncias são apenas sobre a candidatura. Imagine quando a investigação tomar o rumo das obras e prestação de serviços? Pode ser um momento importante para que nosso esporte venha a ter novos dirigentes e líderes que tragam novo formato de gestão como, por exemplo, a limitação de mandato.

Ganhador de duas medalhas olímpicas (prata e bronze) ao lado de Robert Scheidt e tetracampeão mundial de Star, o atleta do Yacht Club Paulista (YCP) obteve 94 votos. Também foram eleitos: Isabel Swan (RJ/71), Samuel Albrecht (RS/67), Bruno Bethlem (RJ/62) e Bruno Fontes (SC/60). Votaram em cinco candidatos, 280 velejadores registrados em suas respectivas federações estaduais.

'COB deveria seguir o exemplo da CBVela'

A Comissão de Atletas, com mandato válido até 31 de dezembro de 2020, foi nomeada no dia primeiro de setembro, quatro dias antes do esquema da candidatura olímpica brasileira ser revelado pela Polícia Federal. Os representantes poderão compor colegiados e integrar chapas para eleição aos cargos de direção. A CBVela se torna assim, a primeira entidade olímpica do País a ter o voto para eleição presidencial aberto aos atletas.

- Toda participação por voto direto é benéfica. A vela está criando o modelo que, enfim, atribui voz aos atletas, por enquanto restrito aos olímpicos, mas no futuro será importante incluirmos a vela jovem, de oceano, categoria máster. Tudo a seu tempo - avalia Prada, que completa:

- O COB deveria ser o primeiro a seguir o exemplo da CBVela, abrindo suas eleições aos atletas. O voto indireto foi extinto no país há 30 anos. Não podemos permanecer com essa prática. Não existe nada mais nocivo ao esporte. É o voto direto que garante legitimidade na escolha e evita o perpetuamento no poder. O exemplo começa de cima.

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