Brasileiros fazem história no mundial de stand up paddle

Luiz Diniz conquista o ouro no SUP Wave; Aline Adisaka é a primeira atleta da história do evento a chegar em três finais distintas

Brasileiros fazem história no ISA World SUP Championship, na Dinamarca
Luiz Diniz sagrou-se campeão mundial de stand up paddle Divulgação

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O Brasil fez história no Campeonato Mundial de Stand Up Paddle (SUP) da Associação Internacional de Surfe (ISA, em inglês), disputado em Vorupør, na Dinamarca. Na última quinta-feira, Luiz Diniz, sagrou-se campeão mundial no SUP, enquanto Aline Adisaka foi a primeira atleta da história do ISA a fazer final em três modalidades no mesmo evento (sprint, wave e técnico).

Indo de desconhecido a medalhista de outo,  Luiz Diniz, atraiu os olhares da modalidade ao redor do mundo. O novo campeão, que até ano passado dividia seu tempo entre o SUP e o surf de pranchinha, superou o australiano Harry Maskell, o francês Benoit Carpentier e o havaiano Mo Freitas.

- Agora só penso naquela sensação de dever cumprido. Tudo feito, tudo certo. Cara, foi bem difícil, para vir para cá, mas no final tudo se encaixou. Deus colocou as coisas na ordem, na sequência certa. Tive paciência, fé e esperança para chegar ao lugar mais alto do pódio. Foi uma honra representar o Brasil e sair daqui com o ouro - vibrou Luiz Diniz

O novo campeão mundial revelou duas estratégias para a importante conquista.

- Não me afobei e acreditei no meu potencial. Isso que me manteve vivo para vir aqui e vencer. Agradeço, primeiramente, a Deus, por me manter firme e forte, cheio de esperança e por ter me guiado. Agora é voltar para casa, colocar o pé no chão e seguir o jogo em busca de novas conquistas- comentou o atleta de 25 anos.

O início no SUP, segundo ele, aconteceu por acaso.

- Ao ver o Camelo Seabra, que tenho como um pai, na água, reparei na dificuldade sobre aquela prancha minúscula e aquilo me desafiou. Pedi para tentar, tomei várias quedas, mas após alguns minutos fiz algumas ondas e aquilo ficou na minha cabeça - recordou o surfista, que completou:

- Foi aí que o Carmelo enxergou meu potencial e começou a me incentivar. Minha primeira competição foi no Guarujaense e o grau de adrenalina me deixou como nunca tinha estado antes e me encontrei no esporte - lembrou Bolinha, como também é conhecido entre os amigos do surf.

Ainda no SUP, Caio Vaz, que já tem título de campeão mundial profissional e teve a maior somatória do evento, terminou em quinto lugar.

Feito histórico para Aline Adisaka

A bicampeã brasileira de sup, Aline Adisaka, foi a quarta colocada no último sábado, ficando muito próximo da medalha de bronze. Antes, havia garantido o sexto lugar no sprint, isso depois de ter sido atrapalhada por uma rival, que caiu em cima dela durante a prova decisiva (se repetisse o tempo da semifinal, seria bronze).

- Muito show ser a primeira atleta da história do ISA Games a fazer final nas três provas - destacou.

Aline competiu primeiro na sprint, uma prova que não admite erros.

- A canadense caiu no meio da disputa em cima de mim e tive de parar e começar a remar de novo. Ou seja, já era. Mesmo assim, finalizei em sexto. Foi muito bom. Agora, tem a final do race técnico, que estava sinistro para se classificar. Eu e a Babi Brasil conseguimos - contou a atleta.

Já no SUP, ela teve de superar o cansaço acumulado pelas disputas de sprint e técnico.

- A final do SUP foi muito irado. Não teve repescagem, devido às condições do mar, então não podia perder. Foi sinistro, exaustivo. Eu venho fazendo provas todos os dias. Fui morta. Acabei não me encontrando na final, achando ondas boas, mas consegui a medalha de cobre. Está show, estou muito feliz.

Aline relembrou a luta para conseguir custear sua viagem. Ela vendeu pranchas, equipamentos e só conseguiu fechar um patrocínio na véspera.No placar final, a australiana Shakira Westdorp foi a campeã, seguida da francesa Justine Dupont. Aline ficou a apenas 18 centésimos do bronze, conquistado pela americana Emmy Merrill – 7,34 a 7,16.

- Para mim, que nem viria, estou super grata. Cobre é como um ouro para mim.

Outra brasileira na disputa, Gabriela Sztamfater ficou em décimo lugar.

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