Werdum avalia rigor em antidoping e sugere liberação de ‘TRT para todos’

Ao LANCE!, ex-campeão dos pesados apoia Mark Hunt, crê em doping consciente de "bombado" Lesnar e propõe fim de banimento da terapia de reposição hormonal

Werdum é ex-campeão dos pesados do UFC
(FOTO: Divulgação/INOVAFOTO)

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Os últimos casos de doping no UFC sacudiram o mundo das lutas, especialmente por terem como protagonistas astros como Jon Jones e Brock Lesnar. Um dos nomes expressivos que formaram uma opinião a respeito do caso foi Fabricio Werdum. O ex-campeão dos pesados falou ao LANCE! sobre o rigor aplicado pela Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos), criticou o "bombado" Lesnar e refletiu sobre o controle antidoping, sugerindo a liberação de uma espécie de TRT (Terapia de Reposição de Testosterona) sob uso controlado pela própria agência.

Para o lutador, embora eficiente, o combate ao doping está sendo feito de forma exagerada. Ao declarar seu apoio a Mark Hunt, que se revoltou com o doping de Lesnar e soltou o verbo contra o UFC, pedindo parte da bolsa do americano, Werdum avaliou o trabalho da Usada e sugeriu uma espécia de liberação da terapia de reposição hormonal, mas feita de forma controlada e com limites, independente da idade e de casos específicos de lutadores.

- Ele (Hunt) está certo, tem que protestar mesmo, está no direito. Se não oferecerem nada a ele, ele tem direito de sair do UFC. Foram injustos com ele. Não falo nem do UFC, acho que é mais culpa da comissão atlética mesmo. Eu apoio o Hunt. Está muito restrito esse negócio do doping. Acho que tinha que liberar alguma coisa como o TRT, mas para todos, não só para alguns. Tinham que determinar um limite. O atleta de MMA treina muito, tem um desgaste físico grande. Tinha que liberar o TRT para todo mundo. Tem que ser para todos mesmo. Hoje dá para controlar tudo. Controla no corpo do cara até o limite "X". Passou, é doping. E para todo mundo, independente da idade ou do caso. Tinha que liberar um TRT para os atletas de alto rendimento. Seria bom para todo mundo, renderia mais na luta, a galera ficaria mais disposta na hora de lutar, não vejo porque não. O show seria maior. Penso assim. Tem que ter um limite, claro, mas seria um TRT comum, que dê para controlar. Essa coisa da comissão estar direto na tua casa... Fazem vários testes, está demais, tocam na sua casa às seis da manhã. Não fala nem pra tua mulher onde tu vai, agora tem que falar pra comissão atlética (risos)? Tudo tem que falar com eles. Acho que está demais. Todos pensam igual, tenho certeza - afirmou o lutador, em conversa pelo telefone com o L!.

Werdum explicou que recentemente viajou para a Tailândia, onde gravou cenas do filme Kickboxer e teve de informar cada passo através de um aplicativo oferecido pela Usada, para informar o endereço de suas estadias, agenda da semana, com horários e tudo mais.


Ainda sobre o caso de Hunt, quem nocauteou em 2014, quando conquistou o cinturão interino dos pesados do UFC, Fabricio acredita que Brock Lesnar sabia que estava lutando dopado, e que aceitou o confronto apenas se importando com o retorno financeiro.

- O Brock estava muito forte, seco, estava sem gordura, no auge do ciclo, dava para ver nitidamente. Acho que ele já sabia que ia cair (no doping). Não posso dizer, acho que o UFC não sabia, mas o Brock sabia. Ele fez o ciclo e não estava limpo. Foi na cara dura. Ganhou um dinheiro forte, não ia continuar lutando, só queria a parte financeira e conseguiu. Acho que tem que entrar num acordo, pois o Mark Hunt aceitou essa luta e tem que pegar e dar uma porcentagem da bolsa, ele merece. Mark está com a razão mesmo. O cara foi pego no doping e como fica isso? Está meio estranho, o Hunt merece uma porcentagem do Lesnar. O UFC não é a prioridade dele. Negócio dele é o WEC (evento de lutas coreografadas). Temos que ver até onde ele queria continuar. Ele queria o dinheiro, pensou só na parte financeira. Caso contrário não lutaria sabendo que estava "bombado" - criticou.

Após inúmeras polêmicas, em fevereiro de 2014, o TRT foi banido pela Comissão Atlética do Estado de Nevada e consequentemente outras comissões adotaram a mesma conduta. O tratamento de reposição de testosterona era liberado pelas comissões atléticas para casos onde lutadores entravam com um pedido prévio, comprovavam que seu organismo não produzia uma quantidade normal de testosterona e assim ganhavam a liberação para fazer o uso da terapia antes de suas lutas. Os atletas mais famosos a fazerem o polêmico uso do tratamento foram Vitor Belfort, Chael Sonnen, Dan Henderson, entre outros.

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