Boxeadora reclama de preconceito e diz: ‘Quero ser citada pelo talento’

Mikaela Mayer comenta popularidade alavancada pela beleza, cita preconceito com boxe feminino nos Estados Unidos e fala sobre possibilidade de migrar para o MMA no futuro

Mikaela Mayer é atleta da seleção olímpica de boxe dos Estados Unidos
(FOTO: Reprodução)

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A Olimpíada Rio-2016 reúne um número grande de belas mulheres em diversas modalidades que ganharam o apelido de musas. Embora muitas atletas lidem bem com a posição, existem outras que aceitam, mas fazem questão de reforçar que o mais importante é se reconhecida por sua qualidade técnica. Este é o caso de Mikaela Mayer, boxeadora peso ligeiro da seleção americana. 

Aos 26 anos, Mikaela disputa sua primeira Olimpíada. Ela foi medalha de prata na eliminatória para Londres-2012 e ficou de fora da competição. Pela terceira vez no Rio de Janeiro, a lutadora é ativa em suas redes sociais, onde tem publicado registros da chegada ao Rio de Janeiro e tem recebido, como de costume, uma grande quantidade de elogios a sua beleza. Ela diz que o estereótipo a incomoda, mas que seus resultados falam por si só.

- Eu já ouvi muitas pessoas dizendo que eu não pareço uma lutadora de boxe. Isso me incomoda um pouco, pois quero ser reconhecida pelo meu talento e minhas habilidades. Sei que meus resultados falam por si. Estou na Olimpíada e acho que isso fala por si só. Mulheres no boxe são de tantos tamanhos diferentes, complexos diferentes. Eu sou assim - revelou a lutadora, ao ser questionada sobre o assunto pelo LANCE!.

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Filha de pais hippies, Mayer se tornou boxeadora aos 17 anos, após ser introduzida no mundo das lutas através de treinos de Muay Thai e Kickboxing. Apesar da escolha pelo boxe, ela cita a dificuldade de ser um atleta da modalidade nos Estados Unidos. Segundo ela, ainda existe muito preconceito enfrentado por mulheres na nobre arte.

- Acho que ainda existe preconceito quando se fala em boxe feminino. Nos Estados Unidos nós não estamos nos vídeos de melhores momentos, não aparecemos na TV. As pessoas não entendem que ainda não somos um grande esporte. Sabemos que ainda temos um grande caminho a percorrer, mas acho que já chegamos a boa parte do caminho. Quando comecei a treinar, em 2007, era a única menina na academia. É ótimo ver quatro, cinco lutadoras na academia hoje em dia. Tínhamos poucas meninas antigamente. A competição feminina esta crescendo e é muito legal ver isso - avaliou.


Além de Muay Thai, Kickboxing e atualmente o boxe, Mikaela tem outro esporte ligado a sua pessoa: o MMA. Ela já chegou a declarar que pensa em se aventurar na modalidade, mas hoje em dia trata o assunto com mais frieza, de forma cautelosa.

- Eu ainda tenho muito a conquistar no boxe, ainda quero disputar mais uma Olimpíada e construir minha carreira olímpica. Não vejo MMA no meu futuro, mas nunca digo nunca. Definitivamente sou muito perguntada sobre isso. Ainda tenho muito a alcançar no boxe, tenho 26 anos, ainda tenho muito a aprender e quero participar de outra Olimpíada. Acho que o boxe feminino precisa de pessoas como eu e Claressa para ajudar a modalidade a brilhar e crescer. Especialmente no boxe profissional. Ninguém nunca me procurou (para oferecer um contrato no MMA), mas eu não passaria a chance fácil, tenho certeza de que vai aparecer algo - explicou a lutadora.

Questionada a respeito de diversas atletas do boxe que migraram ou pensam em migrar para o MMA, Mikaela acredita que as lutadoras que fazem esse movimento estão em busca de maior popularidade e retorno financeiro.

- As lutadoras ficam diferentes na TV quando se trata de MMA. Elas estão fazendo dinheiro, conquistando o reconhecimento que merecem. Acho que algumas estão indo nessa direção, mas acho que algumas atletas estão correndo atrás de encarar e superar o que passamos no boxe feminino - avaliou a atleta.

As competições do boxe na Olimpíada Rio-2016 começam neste sábado.

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