‘Guardiola uruguaio’, técnico mudou até alimentação do Barcelona-EQU

Sucesso de Guillermo Almada à frente do adversário do Grêmio na semifinal da Libertadores já o coloca como favorito para dirigir Equador ou Uruguai após a Copa de 2018

Guillermo Almada
O uruguaio Guillermo Almada, de 48 anos, dirige o Barcelona-EQU desde 2015 (Foto: API)

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Toda comparação carrega uma certa dose de risco, mas Guillermo Almada parece não se incomodar com o apelido que recebeu logo após assumir o Barcelona de Guayaquil, em junho de 2015: o Pep Guardiola uruguaio.

Seja ele ou não uma versão sul-americana do icônico treinador do Barcelona catalão, atualmente no Manchester City, é inegável a ascensão rápida de Almada, nascido há 48 anos em Montevidéu, um ex-meia de carreira mediana nos campos, que saltou da Terceira Divisão do Uruguai, com o modesto Tacuarembó, para as semifinais da Copa Libertadores em menos de dez temporadas como treinador.

Almada chegou ao clube de Guayaquil como uma aposta, em 2015, após classificar o River Plate uruguaio pela primeira vez à Libertadores, implantando um estilo parecido com o que chamam atualmente de "futebol moderno", baseado em posse de bola e marcação adiantada e agressiva.

A campanha irregular no Campeonato Equatoriano daquele ano rendeu apenas vaga na Sul-Americana. Respaldado pela diretoria, o treinador passou a mudar ainda mais os métodos de trabalho do Barcelona para 2016, e teve o esforço recompensado com o título nacional, quebrando jejum de quatro anos e obtido com pontuação recorde (99 pontos na tabela acumulada) e 90 gols marcados, o melhor ataque da história do torneio desde 2010.

Entre as mudanças de hábito inclui-se uma alimentação mais balanceada para o elenco, conforme ele revelou em entrevista à agência EFE nesta semana. Segundo Almada, as constantes checagens de percentual de gordura e massa muscular dos atletas comprovam o sucesso da nova rotina.

- Recomendei, de imediato, a contratação de um nutricionista, e começamos um planejamento individual e coletivo, que envolveu também as famílias, para guiar um pouco melhor a alimentação em casa. Obviamente, não foi fácil para os jogadores. Tentamos não impor nada. Tratamos de convencê-los para que entendessem que as melhorias seriam individuais e coletivas - afirmou.

Adversário do Grêmio por uma lugar na decisão da Libertadores, o Barcelona treinado por Almada ficou em segundo lugar no Grupo A, com os mesmos 10 pontos do Botafogo, mas com saldo de gols inferior. Desta forma, avançou à fase final do torneio pela primeira vez em 13 anos.

Nos mata-matas, os equatorianos já deixaram dois brasileiros pelo caminho: Palmeiras (nas oitavas de final) e Santos (nas quartas). Passar por mais um significará manter viva a chance de levar o clube de Guayaquil a uma conquista inédita - foi à final duas vezes, em 1990 e 1998, mas perdeu ambas.

Também colocará ainda mais em evidência a já alta cotação de Almada no mercado. A imprensa sul-americana o tem colocado para assumir uma seleção após a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Equador e Uruguai seriam os principais interessados no "Guardiola uruguaio", apontado pela revista britânica "Four Four Two", em ranking publicado em junho, o 45º melhor treinador do mundo.

O primeiro duelo entre Grêmio e Barcelona será no próximo dia 25, em Guayaquil, com volta marcada para 1º de novembro, na Arena. A outra semifinal da Libertadores será entre argentinos: River Plate x Lanús.

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