Brasil leva ouro na Paralimpíada, vai à decisões e dá show no basquete

Primeiro dia dos Jogos Paralímpicos tem manhã movimentada aos brasileiros, que levaram um ouro e uma prata no atletismo, e bateram facilmente a Argentina no basquete

Ricardo Costa conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil na Paralimpíada do Rio de Janeiro (Foto:AFP)
Ricardo Costa conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil na Paralimpíada do Rio de Janeiro (Foto:AFP)

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O primeiro dia dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro ficará guardado na memória dos brasileiros. Tão logo as disputas começaram, o Brasil já pôde se orgulhar de uma coisa: conquistar duas medalhas nas primeiras provas da manhã e, de quebra, terminar o período na liderança do quadro geral de láureas.

A primeira medalha do país veio com Odair Santos, que conquistou a prata nos 5.000m da classe T11 (para deficientes visuais) no atletismo. O paulista de 35 anos, dono de sete medalhas em Paralimpíadas, abriu a contagem para o país na busca pelo Top 5. Ao fim da prova, ainda teve tempo de emocionar ainda mais os fãs, ao explicar o porquê tem a foto de suas filhas Julia e Milena impressas nas lentes de seus óculos:

- Elas estão em minhas lentes e no meu coração. O sentimento de competir em casa já é fantástico, e tê-las comigo aqui torna isso muito mais especial. Não posso enxergar, então não sei como seus rostos são, mas posso sentir. Elas são minhas duas guias extras.

Quem se emocionou com a conquista de Odair, mal podia esperar o que aconteceria na sequência. Na disputa da final do salto em distância na classe T11, o brasileiro Ricardo Costa era o segundo melhor. Até o último salto.

O paulista de 34 anos, então, entrou na pista, pronto para bater a marca de 6,44m de Lex Gillette (EUA). Preparou-se, ouviu as instruções do treinador e os gritos do guia que o guiava na faixa. Saltou. E venceu.

Com 6,52m, o brasileiro tornou-se o primeiro brasileiro campeão na Paralimpíada do Rio de Janeiro e, de quebra, colocou o Brasil na liderança do quadro de medalhas da competição.

- Conquistar essa medalha em casa é um orgulho para mim. É um momento que levarei para o resto da minha vida. Ontem, uma pessoa veio até mim e disse que os brasileiros entendiam apenas de futebol. Hoje, provei que eles estão errados. O brasileiro pode fazer tudo - disse Ricardo.

Os brasileiros, de fato, podem fazer tudo. E, nessa quinta-feira, os atletas paralímpicos do país mostraram que, na hora de ensinar a arte da superação de seus limites, eles são mestres.

Brasil avança à finais no atletismo e na natação

Além das duas medalhas conquistadas, o Brasil pode comemorar pelas vagas garantidas em diversas semifinais e finais no atletismo e na natação na manhã desta quinta-feira. Nas pistas do Engenhão, um trio em particular deu show.

Lorena Spoladore, Terezinha Guilhermina e Jerusa Geber conquistaram vagas na semifinal dos 100m rasos na classe T11 (para deficientes visuais). As três disputam a próxima fase nessa sexta-feira, a partir das 11h40, enquanto a final será às 18h52. Alice Correa, por sua vez, passou à semi nos 100m T12.

Na natação, as vagas nas decisões, que acontecem já na noite desta quinta-feira, foram várias. Entre as mulheres, Maiara Regina foi a única a passar pelas eliminatórias, avançando nos 100m livre na classe S3.

Já no masculino, Talisson Glock (100m costas S6), Caio Oliveira (400m livre S8), Thomaz Matera (100m borboleta S13), Daniel Dias (200m livre S5) e Italo Pereira (100m costas S7) também passaram.

Brasileiros dão show em esportes coletivos

Não foi apenas de natação e atletismo que "viveu" a primeira manhã dos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro. Os esportes coletivos também deram às caras e, com eles, novos shows das equipes brasileiras.

No Futebol de 7 (para atletas com deficiência decorrentes de paralisia ou lesão cerebral), o Brasil derrotou a Grã-Bretanha por 2 a 1. Já no goalball (atletas com deficiência visual), os brasileiros bateram a Suécia no masculino (9 a 6) e os Estados Unidos no feminino (7 a 3).

Mas o show derradeiro foi dado pelas mulheres do país no basquete em cadeira de rodas. Atuando contra a Argentina, as brasileiras não tomaram conhecimento das rivais, aplicando 85 a 19, a maior diferença do dia na modalidade.

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