Euforia de herói, medo de ser vilão… Tinga fala das ‘lições’ de 2006

Autor do segundo gol do título do Inter no título da Copa Libertadores, volante conta ao L! apreensão após ser expulso contra o São Paulo e vê conquista como 'divisor de águas'

Tinga (Foto: Alexandre Lops/Internacional)
          Tinga minimizou as marcas causadas pela perda do Brasileirão de 2005 (Foto: Alexandre Lops/Internacional)

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Mais do que um título, um aprendizado. É assim que Tinga recorda a conquista da Copa Libertadores da América pelo Internacional em 2006, feito que completa dez anos nesta terça-feira. Alçado a herói, por marcar o gol que selou o empate em 2 a 2 diante do São Paulo, naquele 16 de agosto, e expulso no minuto seguinte, o ex-volante lembra ao LANCE! as lições deixadas no Beira-Rio:

– Foi uma prova de que você pode sair de herói a vilão por minutos. Do mesmo jeito que foi um sucesso, poderia prejudicar o Internacional. Falo com muita humildade, aquela expulsão e os 20 minutos fora de campo valeram mais que o título. O título é um marco, um aprendizado, mas ficaram algumas lições. A de não achar que se é o melhor do mundo por estar próximo do título, e nem achar que se é o pior homem do mundo por causa de um tropeço. Tem de estar sempre com os pés no chão – disse o ex-volante, que recebera o segundo amarelo por tirar a camisa colorada e exibir uma mensagem.

Responsável por promover o jogo festivo desta terça-feira, às 20h30, no Beira-Rio, Tinga não esconde sua emoção de ter contribuído para o Colorado passar por um "divisor de águas" em sua história:

– Saber que a gente fez parte de uma mudança capaz de tornar o Internacional um clube realmente internacional é gratificante. A cada ano que passa, dá para ver a diferença que as melhorias que o Inter teve desde 2006, na quantidade de sócios, no Beira-Rio... Fico feliz de fazer parte disto.

Visto como um dos responsáveis pela união do elenco do Inter, o ex-volante contou como agia no dia a dia do clube:

– Eram 30 jogadores, em um trabalho de dia, com várias tribos, mas eu tinha facilidade de transitar por todas as elas. Como eu convivia bem com o Fernandão, ajudava outros jogadores que tinham dificuldades para se aproximar e conversar com ele.

As boas lembranças da volta olímpica fazem Tinga minimizar um sabor de "vingança" da perda do Brasileirão de 2005. Além do Inter perder a liderança para o Corinthians devido à "Máfia do Apito", que causou a remarcação de jogos, no empate em 1 a 1 entre as duas equipes no Pacaembu, a diretoria colorada questionou um pênalti de Fábio Costa sobre o volante (que recebeu o segundo amarelo por simulação no lance, e foi expulso).

– Não, vingança não é a expressão. A gente não conseguiu por força maior vencer o Brasileiro. Mas, depois de superarmos isto, nós fomos passo a passo deixando para trás os adversários da Libertadores e terminamos a competição premiados com a conquista.

O título da Libertadores, no entanto, trouxe outro sabor para Tinga: o da despedida, para atuar no Borussia Dortmund (ALE), onde ficou até 2010. Segundo o volante, as boas lembranças deixadas na trajetória até o título continental do Colorado rechaçaram a hipótese de uma frustração por não estar na decisão do Mundial de Clubes do mesmo ano:

– Já tinha chegado a uma aura de campeão, tive a possibilidade de ajudar a construir aquela festa, e usufruí do título. Ao mesmo tempo, vivi meu sonho como profissional no Inter e como pessoa, de jogar na Europa.

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