Superintendente do wrestling elogia chegada da Paulo Wanderley ao COB

Roberto Leitão, nome forte da CBW, acredita que a mudança de comando no Comitê Olímpico Brasileiro poderá ser positiva para as confederações esportivas

Roberto Leitão reconhece que a CBW sofre com a falta de um patrocinador mas mostra otimismo para 2018
Roberto Leitão reconhece que a CBW sofre com a falta de um patrocinador mas mostra otimismo para 2018 (Crédito: Divulgação)

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O cenário para o esporte olímpico brasileiro pós-Rio-2016 tem sido de dificuldade financeira para muitas confederações esportivas, graças à saída dos patrocinadores que as apoiavam até a Olimpíada. Esta é a realidade, por exemplo, da CBW (Confederação Brasileira de Wrestling), que tem a luta livre e a greco-romana dentro do programa dos Jogos Olímpicos.

Sem contar mais com o apoio da Caixa Econômica Federal, a CBW vem se mantendo somente com os recursos da Lei Agnelo/Piva. Com os cofres mais vazios, o reflexo na parte técnica seria inevitável, o que pôde ser constatado no último Campeonato Mundial, realizado em Paris. Na ocasião, os atletas brasileiros passaram em branco e sem resultados expressivos.

Mas o superintendente da CBW, Roberto Leitão, embora admita as dificuldades financeiras, vê um quadro positivo para sua modalidade em 2018. Além de projetar que o Brasil tem chances de mandar até cinco atletas para a Olimpíada de Tóquio-2020, Leitão está otimista com a mudança de comando no COB (Comitê Olímpico do Brasil), com a chegada de Paulo Wanderley, que assumiu o lugar de Carlos Arthur Nuzman. Confira a entrevista exclusiva ao LANCE!:

LANCE! - Neste momento de reconstrução do esporte olímpico brasileiro, onde até mesmo o antigo presidente do COB teve que renunciar após acusações de corrupção, como você pessoalmente avalia que seja o melhor caminho para Brasil fazer uma verdadeira mudança de rumo no esporte nacional?

Roberto Leitão - Independentemente da situação, a mudança é bem recebida. Com um nome como Paulo Wandereley na presidência do COB, creio que as Confederações serão mais atendidas em seus objetivos técnicos, pois ele passou os últimos anos administrando uma confederação e sabe as necessidades das entidades.

Como você avalia este início de ciclo olímpico para o wrestling do Brasil? O desempenho no último Campeonato Mundial de Paris ficou abaixo da expectativa da CBW?

​Obviamente sem um patrocinador máster, o momento do wrestling não está como planejamos. O resultado no Mundial foi dentro das nossas expectativas, balanceando os investimentos na preparação. Mas destaco que o rendimento no Pan-americano com 7 medalhas ( quatro pratas e três bronzes. O wrestling brasileiro subiu ao pódio nos três estilos da modalidade, livre, greco-romano e wrestling feminino e retratou um grande avanço em termos gerais da equipe e nossos atletas. Em 2013, no Pan do Panamá, conquistamos cinco. No Pan da Bahia, tivemos campeões olímpicos e mundiais e um alto nível de disputas. Creio ser este o grande legado técnico dos Jogos para o Wrestling.

Em que estágio se encontra a negociação para a renovação do contrato de patrocínio com a Caixa? A falta do patrocinador está afetando de alguma forma o desempenho dos atletas brasileiros neste primeiro ano do ciclo olímpico?

Não houve um acordo entre CBW e Caixa, talvez para 2018. Obviamente isto impacta diretamente na preparação e performance dos atletas, que precisam desta preparação. Atualmente, a Confederação vem trabalhando apenas com os recursos da Lei Piva

A Confederação já fez o planejamento para a temporada de 2018? Em quantas competições internacionais o Brasil pretende estar presente?

Sim. Estaremos nas principais competições, campeonatos mundiais e continentais nas categorias sênior (acima de 20 anos), júnior (entre 18 e 20) e cadete (15 a 17 anos)

Neste cenário de menor fluxo de dinheiro, como anda o trabalho na prospecção de novos talentos para o wrestling e com as categorias de base?

Nosso projeto para os Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires 2018 continua em andamento. Nos Jogos Sul-Americanos, realizados em Santigo (CHI), ganhamos oito medalhas em nove possíveis, sendo três medalhas de ouro. Em relação às escolinhas de luta, só se mantiveram aquelas em que as Federações puderam dar continuidade.

O Brasil trabalha com a expectativa do aparecimento de novos nomes no wrestling para os próximos anos ou há uma boa possibilidade de tentar buscar as vagas para a Olimpíada de Tóquio-2020 com praticamente os mesmos nomes que estiveram no Rio-2016?

Temos uma mescla de gerações. Alguns remanescentes do último ciclo como Aline Silva e Lais Nunes e novos nomes como Joílson Júnior, já medalhista pan-americano na categoria sênior e bicampeão pan-americano júnior. Além destes outros atletas que ficaram perto da vaga para os Jogos do Rio, podem se classificar para Tóquio 2020.

Em uma visão realista, a CBW acredita que conseguirá levar quantos atletas para os próximos Jogos Olímpicos?

Entre 3 e 5 atletas, considerando o mesmo critério. Se a eliminatória fosse ano, teríamos quatro atletas diretamente classificados e ainda mais três medalhistas que dependeriam de outros resultados para entrar ( como a classificação de um ou outro atletas pelo critério mundial).

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