“Teremos que jogar cada jogo da nossa chave como se fosse uma final”, disse Célia Costa sobre o handebol brasileiro na Rio 2016

Sobre a Liga Nacional a ponta lembra a importância de ter mais equipes na disputa.

Célia Costa pela Seleção Brasileira/ Foto: arquivo pessoal
Célia Costa pela Seleção Brasileira/ Foto: arquivo pessoal

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Célia da Costa Coppi, ponta direita da Metodista/São Bernardo e da Seleção Brasileira, conversou conosco e falou sobre os Jogos Olímpicos Rio2016, sobre o novo formato da Liga Nacional, sobre a sua carreira e a decisão de abandonar o handebol e depois voltar.

Célia é uma das jogadoras mais experientes da Seleção Brasileira e do Metodista, sendo uma atleta campeã (são 9 títulos da Liga Nacional, campeã Pan-americana pela Seleção, dentre outros títulos internacionais e nacionais). No entanto, nem sempre o caminho dela no esporte foi fácil, pelo contrário. A jogadora que começou no colégio, passou pelo Cascavel e o Maringá, ambas do Paraná. Indo para São Paulo jogou no primeiro time do Metodista Mesc São Bernardo, indo para o Santo André, e retornando para o São Bernardo, onde está a 11 temporadas, pensou em desistir do handebol, após ficar de fora da Seleção Brasileira de 2011 a 2013. “No início de 2013 decidi que seria meu último ano, pois estava cheia de treinar e treinar e não ser lembrada, e no fim daquele ano acabei com uma lesão no ombro, no qual meu médico disse que era cirúrgico. Eu disse a ele que não iria fazer a cirurgia, porque pararia de jogar no ano seguinte. Como não tinha mais incentivo para jogar, estava desanimada, decidi junto com meu esposo que seria meu último ano”, salientou.

No entanto, a chama pelo esporte reacendeu, e a ponta resolveu retornar ao sonho: “Em 2014, o Morten voltou a me convocar, após a lesão da Jéssica. E ascendeu novamente a vontade de estar na seleção, treinando e jogando, e comecei a ter uma oportunidade, mostrar que eu tinha condições de estar no grupo. Comecei a ser constantemente convocada, e quis buscar meu grande sonho, já que tinha voltado a seleção”, lembrou.

A atleta é admirada pela torcida, muito pela tranquilidade que tem em quadra, principalmente em momentos de tensão. Célia ressaltou que não sente a pressão do público, porém tem trabalho dobrado para lidar com a pressão que existe dentro dela, pois, como ela mesmo admite, se cobra muito. E no momento mais importante na carreira, a ponta destaca “ter que entrar para bater aquele sete metros contra França no Mundial da Dinamarca e fazer!”

Célia tem duas metas para 2016. Uma é ajudar a equipe que defende a conquistar o máximo de títulos possíveis neste ano, entre elas a Liga Nacional e os campeonatos regionais. A outra é estar entre as 14 selecionadas que disputarão as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em agosto.

Sobre a participação da Seleção Brasileira nas Olimpíadas, a jogadora acredita que além de superar as equipes da primeira fase dos jogos, o time nacional terá como desafio aprender a lidar com a pressão da mídia e das pessoas que cobrarão uma medalha. E a mesma acredita na possibilidade das brasileiras subirem ao pódio, porém, ressalta que “estamos vivendo um momento muito bom, hoje temos um reconhecimento de todo o mundo, acredito que podemos medalhar sim, teremos que jogar cada jogo da nossa chave como se fosse uma final, serão jogos duros e difíceis”.

Célia ganhou Prêmio de Reconhecimento da Federação Paranaense pelo que já fez pelo esporte/ Foto: Arquivo Pessoal
Célia ganhou Prêmio de Reconhecimento da Federação Paranaense pelo que já fez pelo esporte/ Foto: Arquivo Pessoal

A Metodista/São Bernardo disputará a Liga Nacional neste ano, e jogadora falou sobre o novo formato que a competição, a principal do País, terá. Para a ponta direita quanto mais equipes participarem da Liga, mais o handebol brasileiro ganhará. “Todas as equipes do Brasil poderão participar nesse novo formato, dando oportunidade para as equipes do norte e nordeste. Nós atletas só temos a ganhar com novos times disputando”.

Para Célia o desenvolvimento do handebol no Brasil se deu graças a ida de muitas jogadoras para a Europa, pois estas tiveram a oportunidade de treinar e jogar partidas de alto nível, ao mesmo tempo trouxeram essa experiência. Mas ainda falta muito. “Falta investimentos de grandes empresa nos clubes brasileiros, falta técnicos pensando na iniciação esportiva sem se preocupar que a criança ganhará algum jogo ou campeonato, temos que pensar na base, pensar em ensinar sem se preocupar com o Vencer, para termos uma renovação futuramente”, finalizou.

Você poderá ver a conversa completa que tivemos com Célia no blog Dois Minutos: http://blogs.lance.com.br/doisminutos/celia-costa-falou-sobre-sua-carreira-selecao-brasileira-e-sobre-liga-nacioal-confira/

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