Viradas, falhas e camisa 10 iluminado: o empate do Atlético-PR diante do Capiatá-PAR

Furacão se complicou na Libertadores e precisa vencer fora de casa

Atlético-PR X Desportivo Capiatá
Furacão levou gols em bolas paradas e nas costas do sistema defensivo. (Heuler Andrey / AFP)

Escrito por

Em um duelo atípico, o Atlético-PR empatou por 3 a 3 com o Deportivo Capiatá-PAR na quarta-feira, na Arena da Baixada, pela terceira fase da Copa Libertadores. O confronto teve duas viradas, expulsão, camisa 10 se destacando e falhas da zaga rubro-negra.

O Atlético-PR começou com uma baixa: Carlos Alberto foi vetado pelo departamento médico por conta de uma lesão na panturrilha. Assim, Gedoz foi o escolhido para jogar centralizado novamente, em uma posição que não se sente tão confortável, já que jogava na Bélgica como extremo esquerdo. Mesmo assim foi o jogador da noite, com dois gols.

- Ele (Paulo Autuori) me passou toda a confiança. Lógico que eu me sinto confortável jogando pelos lados do campo, ele também sabe. Eu estava jogando muito atrás, não estava chegando junto com o Grafite, onde deveria. Mas minha posição, onde me sinto confortável, é pelos lados, mas não posso falar que não quero jogar. Libertadores, eu jogo até de goleiro se for preciso - declarou o meia.

A partida iniciou com o time paraguaio fazendo a lição de casa: começou marcando como o Millonarios-COL fez na fase passada, com a marcação alta e os jogadores dificultando a saída de bola. Weverton era acionado e, mesmo assim, era obrigado a despachar a bola para a frente.

Com dificuldades na criação de jogadas, a alternativa era a bola parada. Gedoz, logo no início, cobrou direto do lado esquerdo e acertou a trave. Aos 19, após Grafite não desistir do lance, o zagueiro fez falta boba quando a bola já estava com o goleiro. Em cobrança frontal, o camisa 10 confirmou sua especialidade, bateu no lado do arqueiro e, com um leve desvio, abriu o placar.

O gol melhorou o Furacão, que começou a trocar mais passes no segundo terço do campo e via Gedoz distribuir bem, invertendo jogadas e conseguindo achar espaços. Em uma jogada pela direita, Jonathan tabelou com Nikão e cruzou na pequena área, mas Pablo entrou um pouco atrasado e mandou para fora. Depois, Gedoz recebeu de Sidcley no meio e chutou próximo da trave.

Aos poucos, entretanto, o Capiatá se soltava e via o lado esquerdo da zaga atleticana como a melhor forma de entrar. Por duas vezes, a bola era alçada nas costas do sistema defensivo, mas o passe final era errado. Mas o caminho estava se provando correto.

O empate saiu com a bola perdida no meio atleticano e no contra-ataque rápido do adversário. A bola foi jogada do lado esquerdo do ataque e lançada na vertical nas costas de Sidcley - Pablo não acompanhou o oponente que cabeceou para Noguera, entrando sozinho na área, finalizar para as redes, com 43.

lance gol Capiatá
Sidcley fecha a linha, Pablo não acompanha e atleta do Capiatá-PAR aparece livre nas costas da zaga. (Reprodução/RPC)

Na segunda etapa, o Atlético-PR queria voltar a ficar na frente e Gedoz mandou uma bomba de longe por cima do travessão. Mas, na bola parada e jogada parecida com o primeiro gol, levou a virada. Aos 8, falta levantada nas costas de Sidcley, que não alcançou e Nestor Gonzalez aproveitou o desvio para o meio, tirando de Weverton.

A situação parecia dramática até que Gedoz, novamente, recebeu perto da meia lua e chutou em direção a gol - Paredes cortou com a mão dentro da área. No pênalti, o camisa 10 bateu forte e alto para empatar, quatro minutos depois. Na sequência, com 15, Paredes mais uma vez fez falta e foi expulso.

Era o cenário que precisava para acontecer a virada. Lucho, que não teve bom desempenho, saiu para a entrada de João Pedro. Gedoz, com o pé lesionado, foi substituído por Matheus Rosseto. Os meninos deram mais dinâmica na saída de bola e faziam a bola girar, junto com Otávio, que voltou a jogar bem, para criar espaços. O time paraguaio era muito disciplinado - apesar de caçula na competição, a equipe conta atletas experientes e rodados em torneio internacionais. Além disso, abusava da catimba para diminuir o ímpeto do rival aos olhos da arbitragem, que nada fazia.

Com duas linhas de 4 bem próximas e fechado em seu campo de defesa, o Capiatá não deixava que o Furacão conseguisse chegar com a bola no chão. No alto, então, com 39, Nikão cruzou da esquerda, o zagueiro Paulo André desviou de cabeça e Pablo, que até tentava, mas pouco incomodava no duelo, mandou uma bomba quase da pequena área perto do ângulo. Grafite, um pouco antes, já havia perdido uma chance em lance parecido.

A segunda virada no jogo mostrava um bom poder reação do clube brasileiro, que demonstrava que iria atrás do quarto para levar uma vantagem boa. Um balde de água fria, por outro lado, veio aos 43: em cobrança de escanteio, Gonzalez desviou de cabeça no primeiro pau e balançou a rede.

O sistema defensivo, que contava com a volta de Thiago Heleno, sofreu metade dos gols que levou em toda a Série A de 2016 jogando na Arena em apenas um jogo. É bom destacar que o zagueiro não teve nenhuma culpa nos gols e ganhou praticamente todos os duelos que teve na partida. O posicionamento geral, entretanto, falhou e foi reconhecido por Paulo Autuori.

- Não tem que lamentar nada, a não ser os nossos erros. Nós erramos. Erramos onde normalmente não costumamos errar. Defensivamente, tivemos dificuldades e não estivemos no nosso nível. Falhar em situações como essas não são situações fáceis porque o gol vale muito nesta fase. Tomar três gols, não sei o que é isso há muito tempo, mas vamos em frente - disse o técnico após a igualdade.

Na próxima quarta-feira, às 21h45, no Estádio Erico Galeano, em Capiatá-PAR, as equipes voltam a se enfrentar. O empate obriga o Atlético-PR a vencer fora de casa ou avançar por empates improváveis a partir de 4 a 4. Já o Deportivo Capiatá joga por qualquer triunfo ou empates até 2 a 2. Quem passar da terceira fase entra no grupo 4, com Flamengo, San Lorenzo-ARG e Universidad do Chile-CHI.

- Temos uma equipe que sabe reagir e vamos lá para isso. Não podemos nos abater de maneira nenhuma. Quando nós erramos, não tem que lamentar. absolutamente nada, a não ser assumir os erros. É levantar. Estou há bastante tempo nisso e sei que, no futebol, acontecem essas coisas. É um jogo difícil, mas um jogo diferente.

News do Lance!

Receba boletins diários no seu e-mail para ficar por dentro do que rola no mundo dos esportes e no seu time do coração!

backgroundNewsletter