Tragédia anunciada? Coritiba cai para Série B após seis anos lutando contra rebaixamento

Desde que voltou à Série A, Coxa não brigou na tabela de baixo somente em 2011. Time paranaense disputou a Segundona pela última vez em 2010.

Chapecoense x Coritiba
Coxa não evitou a queda em Chapecó. Mesmo saindo na frente, equipe levou a virada no último lance do jogo. (Divulgação/Coritiba)

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De 2012 a 2017, o Coritiba não teve outro objetivo ao fim da Série A: lutar contra o rebaixamento. Nesta temporada, enfim, o clube paranaense derrapou e acabou rebaixado para a Série B, após sofrer o gol derradeiro no último minuto diante da Chapecoense, na Arena Condá.

A tragédia anunciada era questão de tempo. O sentimento da torcida alviverde, que lutou até o fim ao lado da equipe, é o mesmo. A reflexão do torcedor, após a tristeza e raiva pela queda, é de que a hora iria chegar. E chegou.


Desde que voltou à elite, com o bicampeonato da Segundona em 2010, o Coxa só fez uma grande campanha. Em 2011, o time foi o oitavo colocado com 57 pontos e lutou por uma vaga na Taça Libertadores até a última rodada. A derrota por 1 a 0 no clássico contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada, impediu o sonho, mas o triunfo não evitou o rebaixamento do rival.

Depois disso, a briga foi embaixo da tabela, basicamente, com lapsos de bons começos na arrancada dos torneios. Em 2012, a permanência só foi garantida na penúltima rodada, quando perdeu em casa para o Cruzeiro e foi ajudado pelo tropeço do Sport diante do Fluminense - terminou em 13º. No ano seguinte, após chegar a liderar a competição antes da Copa das Confederações, o desempenho foi ladeira abaixo e o milagre aconteceu na última rodada, na vitória por 1 a 0 contra o São Paulo, em Itu, ficando em 11º.

Já há três anos, na penúltima rodada, o Coritiba venceu o Atlético-MG na Arena Independência por 2 a 1 e chegar aos 44 pontos, deixando o Vitória fora de alcance. Fechou na 13ª posição. Em 2015, novamente no último confronto. O empate em 0 a 0 em casa com o Vasco da Gama evitou o descenso já que o Avaí também não saiu do zero com o Corinthians e caiu. O Verdão foi o 15º. No ano passado, o time paranaense teve uma luta mais tranquila, pelo menos em questão de rodadas. A equipe bateu o Santa Cruz em casa por 1 a 0 e ficou livre já na 35ª rodada, terminando em 15º.

Em 2017, no último domingo, o Coritiba dependia apenas de si e só precisava vencer a Chapecoense, fora de casa. Chegou a abrir o placar, mas levou o empate ainda na primeira etapa e sofreu o gol que decretou o rebaixamento no último minuto. O drama ainda foi pior porque, no mesmo momento, o Flamengo virava diante do Vitória, no Barradão. Assim, o empate era suficiente para evitar a queda. Com 43 pontos e em 17º, o Verdão caiu.

Presidente do clube, Rogério Bacellar sequer esteve em Chapecó com a delegação e postou uma nota oficial com pedido de desculpas pouco minutos depois do rebaixamento. O mandatário, que encerra sua gestão de três anos neste mês, não concorre a reeleição e nem apoia nenhuma das três chapas postulantes. O pleito acontece dia 9 de dezembro.

Confira a nota:

"À torcida do maior campeão do Paraná, nossas desculpas.
Ainda que não reflita as convicções e o nosso desejo de um Coxa campeão, a atual queda de divisão do Coritiba Foot Ball Club no futebol brasileiro é resultado das ações em conjunto de todos os responsáveis da diretoria, comissões técnicas e atletas.

Não houve, em nenhum momento nestes três anos, falta de empenho, envolvimento e responsabilidade por nossas ações. Oferecemos as melhores condições de trabalho para todos os profissionais e jogadores. Cuidamos zelosamente de nossa vida financeira. Potencializamos nossa equipe de trabalho. Fortalecemos a estrutura administrativa. Ainda assim, em campo, não obtivemos resultados na competição nacional.

As razões de queda não podem ser vistas superficialmente, resumidas em declarações, ações pontuais, culpa de uma ou de outra pessoa; não deveria ter sido assim em 2005 ou em 2009. Como nestas ocasiões, a queda foi resultado de uma lógica complexa, carregada de condições típicas deste esporte, de nosso clube; uma oscilação resultante da dinâmica histórica, da lógica financeira, de capital político e da aplicação de conhecimento a qual dirigentes eleitos (os ditos amadores) devem ser responsabilizados junto com aqueles que executam a atividade fim: entrar em campo.

Hoje, precisamos trilhar pelos caminhos capazes de quebrar paradigmas. Fortalecer medidas capazes de garantir ao Coxa um futuro seguro, sem risco de um colapso financeiro e com decisões técnicas acima de desejos políticos ou da passionalidade de torcedores. Somente o tempo irá mostrar que este processo pelo qual o Coritiba passa é imponderável para a adequação às exigências do mercado.

É nossa responsabilidade este momento. Levaremos esta marca para sempre. Todavia, levaremos também a certeza de caminhos seguros trilhados. Fica nosso desejo e esperança de um clube mais sólido e capaz de continuar sua história.

O Coritiba não irá parar. Em uma semana, o clube passará por uma eleição e nela será fundamental a participação dos sócios analisando, compreendendo, discutindo e separando discursos eleitoreiros daquilo que realmente se aplica à realidade deste esporte. Erros e acertos continuarão acontecendo. Resta a maturidade para entendermos nosso papel e como deveremos andar por nossos rumos.

Na próxima terça-feira será realizada uma coletiva de imprensa exclusiva para jornalistas na qual serão tratados todos os temas pertinentes do atual momento do Coritiba.

Saudações Alviverdes
Rogério Portugal Bacellar"

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