Turner pode estar por trás de desistência da Band de exibir o BR-16

Grupo americano, detentor do Canal Esporte Interativo, pode comprar 30% da emissora brasileira e aumentar poder de fogo do grupo na briga com a Globo 

Taça do Brasileirão
Taça do Campeonato Brasileiro (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

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A desistência da Band de dividir com a Globo a transmissão do Campeonato Brasileiro já a partir desta temporada pode não ser apenas uma consequência da crise econômica e da queda de faturamento publicitário. De acordo com o site Glamurama, de Joyce Pascowitch, a emissora paulista deve anunciar, até esta sexta-feira, a venda de 30% de seu capital para o grupo de mídia americano Turner.

Proprietária do Canal Esporte Interativo, a Turner já vem desafiando a Globo na luta pelos direitos de transmissão do Brasileirão em TV fechada, de 2019 a 2024. Se a compra de parte do capital da Band for confirmada, o poder de fogo do grupo se multiplica, já que poderá oferecer aos clubes um pacote ainda mais atraente, cobrindo tanto a TV aberta como a TV fechada.

A Band não confirma a negociação com a Turner. Uma fonte ouvida pelo LANCE!, contudo, garante que contatos entre a direção dos dois grupos começaram a ser feitos em meados do ano passado. O principal ponto de discussão não seria a questão econômica, mas a definição de uma forma de governança que garantisse ao grupo americano ter voz ativa no comando da Band, embora tendo participação restrita aos 30% que a legislação brasileira permite a sócios estrangeiros em empresas de comunicação nacionais.

A briga entre Turner e Globo começou em dezembro quando o Esporte Interativo ofereceu aos 20 clubes da série A um total de R$ 550 milhões para a transmissão do Brasileirão em TV fechada, nos canais do Esporte Interativo. Isso obrigou a Globo a aumentar de R$ 900 milhões para R$ 1,1 bilhão sua oferta pelo pacote de TV aberta (Globo), TV fechada (Sportv) e internet (Globo.com). Ainda assim, apenas R$ 100 milhões seriam destinados à TV fechada.

A falta de um canal aberto é apontado como um dos obstáculos mais fortes às pretensões do Esporte Interativo de entrar no futebol brasileiro, já que transmissões restritas à TV fechada reduziriam a visibilidade dos clubes e, consequentemente, diminuiriam o potencial dos contratos de patrocínio, com menor exposição das marcas. A inclusão da Band no baú de ofertas acabaria com esse problema.

Ao longo das negociações, a Turner chegou a assegurar que pagaria valor equivalente ao oferecido pela Globo, caso a emissora carioca se recusasse, em represália, a exibir em TV aberta os jogos dos clubes contratados pelo Esporte Interativo.

O balanço atual aponta que 15 clubes das séries A, B e C já teriam fechado acordo com o EI, sendo sete da primeira divisão - Internacional, Santos, Coritiba, Atlético-PR, Ponte Preta, Santa Cruz e Figueirense (esses dois últimos ainda sem uma confirmação atual). A Globo, em contrapartida, já assinou contratos com Flamengo, São Paulo e Corinthians, ao lado de Palmeiras e Vasco, os maiores geradores de audiência.

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