Opinião: ‘Quanto ‘vale’ ser campeão estadual?’

Vale muito! Palmeiras, por exemplo, entrou na Justiça para anular título do Corinthians de 2018 e o Flamengo mudou radicalmente após ser eliminado na semi pelo Botafogo

Estadual Botafogo e Corinthians
Voltem no tempo e relembrem a festa que fizeram jogadores e torcedores de Corinthians e Botafogo com os títulos estaduais de 2018 (Divulgação) 

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Para os amantes do futebol, como eu, a bola voltará a rolar no Brasil, com os campeonatos estaduais. Muitos podem dizer que é perda de tempo, que deveriam ser abolidos e tantas outras coisas. Os mais novos, nascidos nos anos 90 e 2000, não viram de perto como era a rivalidade entre os clubes, e quanto “valia” conquistar o Estadual. É bem verdade que estas competições estão esvaziadas por culpa das federações.

Mas o que eu quero dizer (e alertar) é sobre o quanto “vale” ser campeão. Especificamente os Campeonatos Carioca e Paulista, embora, repito, muitos gostam de desvalorizar, menosprezar e ridicularizar. Lembremos o ano passado: Palmeiras perdeu o título para o arquirrival Corinthians, no Allianz Parque, e ficou “chorando” meses, recorrendo à Justiça, e o presidente Mauricio Galiotte até rompeu com a Federação Paulista de Futebol. O “chororô”, que me desculpem os palmeirenses, só parou com o título do Campeonato Brasileiro – com méritos, diga-se de passagem. Então, “vale ou vale” levantar o troféu do Paulistão? Lógico que sim!

Agora, vamos pegar a ponte aérea e pousar no Rio de Janeiro. O Flamengo disse que priorizava todas as competições, mas morreu na semifinal do Campeonato Carioca para o Botafogo, que foi o campeão – também com méritos. E aí, “vale ou não vale”, até porque os rubro-negros tiveram que aguentar o primeiro “cheirinho” de 2018 (e houve reformulação geral no departamento de futebol após a eliminação)? Depois, o “cheiro” aumentou nas Copas Libertadores e do Brasil, além do Campeonato Brasileiro. E olha que com elenco recheado de “craques” e dinheiro (muito) no cofre.

Com isso, não menosprezem os estaduais. Caso algum clube – com os dirigentes e comissão técnica bancando – diga que a competição regional servirá apenas de laboratório para as disputas da Libertadores, Copa do Brasil, Sul-Americana e Campeonato Brasileiro, que avise logo aos seus torcedores, pois é a eles que as instituições devem respeito e subserviência (que no dicionário significa “submissão voluntária a alguém ou a alguma coisa”).

De qualquer forma, Flamengo e Palmeiras, pelos investimentos feitos ainda no ano passado e para esta temporada, têm obrigação, ao menos, de estarem na finalíssima dos seus estaduais. Vem (já vieram) aí Ricardo Goulart, Gabigol, Arrascaeta, etc... Não gosto do “etc...”, mas neste caso é proposital. Sim, estes dois times são os favoritos. Não adianta as torcidas dos outros clubes espernearem, porque essa é a realidade.

Porém, como eu escrevera na coluna anterior, “investimento e elencos milionários não garantem títulos”. Até mesmo porque, em São Paulo, Corinthians e o Tricolor melhoraram os seus elencos e vão fazer frente ao Alviverde. O Santos é o “azarão”, embora não deva ser esquecido. Time grande sempre dá a volta por cima quando se menos espera.

Voltemos a pegar a ponte aérea para a capital carioca: o Flamengo tem a obrigação em não ficar no “cheiro” novamente, principalmente pelos discursos de campanha do presidente Rodolfo Landin e do vice-presidente de futebol Marcos Braz. Que me perdoem tricolores, botafoguenses e vascaínos. Nenhum dos times titulares fazem frente ao chamado “time B” rubro-negro, ainda mais pela bagunça política que vivem Fluminense e Vasco. Entretanto, como dito acima e na coluna da semana passada, “jogadores de peso e elenco milionário não são sinônimos de títulos. Estamos avisados? Aliás, nós não, mas eles, sim! Depois não reclamem.

+ TOQUES

E a lateral direita? O técnico Abel Braga pediu mais um zagueiro. Está certo. Se quer ser campeão não só do Estadual, mas também da Libertadores (ou não passar vergonha como nos anos anteriores) tem mesmo que melhorar o sistema defensivo. Mas insisto, embora alguns leitores tenham questionado sobre a coluna na qual abordei diretamente a lateral direita. Como quer ser campeão com Pará “dono” do setor e Rodinei (menos pior) como o seu reserva? Não pode ser sério o Flamengo (leia-se diretoria e comissão técnica, esta comandada agora por Abel Braga) não contratar um jogador, mediano que seja, para a posição.

Não serve de parâmetro: Falei muito sobre os estaduais, que não podem ser menosprezado. Mas isso não quer dizer que o campeão ache que o restante do ano será mamão com açúcar e ainda com pitadas de mel. Peguem os exemplos de Botafogo e Corinthians. O primeiro caiu na Copa do Brasil e Sul-Americana e só escapou do rebaixamento à Série B do Brasileirão nas últimas rodadas. E o Timão a mesma coisa, sendo que fez feio na Libertadores e só chegou à final da Copa do Brasil jogando como “time pequeno”. Sim, foi isso mesmo. Se fechou na retranca para não tomar gol e explorar o contra-ataque. Deu certo contra o Flamengo, na semi, mas não teve o mesmo efeito contra o Cruzeiro. Que sirva de aprendizado, porque, para isso, o Estadual não serve como referência.
Até semana que vem, pessoal, e um ótimo fim de semana.

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