Opinião: ‘A operação por trás do Gigante’

André Moraes, diretor-presidente do Mineirão, explica vantagem de jogar no estádio

Mineirão
(Foto: Divulgação)

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Dos 853 municípios de Minas Gerais, apenas 57 possuem população acima de 62 mil habitantes. As outras 796 cidades mineiras poderiam colocar toda a sua população dentro do Estádio Mineirão, referência que expõe o desafio na gestão desse gigante cinquentenário de mais de 330 mil m² construídos e que, desde 2013, já recebeu mais de 5 milhões de pessoas. Somos um templo do futebol, referência em sustentabilidade, expoente em arena multiuso aberta diariamente, o que demanda dedicação intensa. Partindo desse ponto, outra questão vem à tona e deve ser ressaltada: a possibilidade de oferecer a um clube a liberdade de focar todas as suas atenções no que realmente importa para o torcedor: o seu time do coração, sem necessidade de investir tempo e recursos próprios em infraestrutura e nas operações pré e pós-jogo.

Por essa razão, são grandes os benefícios das parcerias entre os clubes e palcos como o Mineirão. Para jogar uma partida no complexo, as delegações arcam unicamente com as despesas diretas, o chamado custo operacional da partida, ou seja, não há relação com os valores fixos necessários para a manutenção da estrutura e a mão de obra diárias. Para se ter uma ideia, durante todo o ano passado, aqui jogaram Cruzeiro, Atlético, América e Villa Nova, que em suas partidas arcaram com menos de 18% do custo anual do Mineirão. Portanto, vale muito a pena jogar em uma arena onde os clubes não precisam se preocupar com sua onerosa manutenção.

Ao longo dos quatro primeiros anos de concessão, o aprendizado sobre essa complexa operação vem se transformando em melhor eficiência de custos e em benefícios dos clubes. A cada ano, nossa operação fica mais eficiente e menos onerosa. Os clubes entenderam melhor a relação entre a estimativa de público e os custos operacionais e passaram, de acordo com a expectativa e importância de cada partida, a abrir o estádio de forma mais sustentável e inteligente, com a possibilidade de fechar setores e deixar a margem entre público previsto e público presente cada vez mais próxima. Esse planejamento é primordial para potencializar os resultados.

Há ainda um relevante bônus: a possibilidade de explorar comercialmente o estádio, comercializar ingressos, negociar projetos de patrocínio e investir a renda da remuneração proveniente das receitas de alimentação, bares e estacionamento. Como exemplo, é possível citar a parceria entre o Mineirão e o Cruzeiro. Nesse caso, a concessionária arca ainda com 30% dos custos operacionais das partidas. Já o Atlético, que tem contratos pontuais, teve um retorno de renda líquida de bilheteria, em 2016, na proporção de R$ 4 para cada R$ 1 investido na operação do Mineirão, somando quase R$ 9 milhões para os cofres do clube em apenas dez partidas.

Além disso, o Gigante da Pampulha foi pensado, desde a sua concepção, para eventos além do futebol. Há um alto aproveitamento de cada um dos espaços que fazem parte do complexo, e, este ano, teremos um evento a cada três dias, entre jogos, shows e eventos corporativos e ao ar livre.

A gestão de uma máquina como essa foi pensada de acordo com nossa realidade local e para oferecer experiências únicas aos torcedores e aos clubes. Para tanto, há um forte empenho nos bastidores – que o grande público não vê –, o que exige um expressivo dispêndio financeiro. Todas as nossas forças têm como objetivo, entre outros, oferecer retorno e praticidade aos clubes, além de lembranças positivas para cada uma das pessoas que passam por aqui, com segurança e alta qualidade nos serviços prestados. Com isso, buscamos um crescimento sólido e inovador, mas que nunca deixou de reproduzir a essência do futebol e da tradição mineira, que são alguns dos pilares mais importantes deste negócio.

*André Moraes é diretor-presidente do Mineirão.

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