OPINIÃO: ‘O futuro dos Estaduais em meio às transformações do futebol’

Ednaldo Rodrigues, que compõe a comissão de reforma do Estatuto da CBF e é presidente da Federação Baiana de Futebol, comenta a questão que gera polêmica

Campeoato Paulista - Agua Santa x Palmeiras (foto:Cesar Greco/Palmeiras)
Campeoato Paulista - Agua Santa x Palmeiras (foto:Cesar Greco/Palmeiras)

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"Na Bahia, já tivemos campeonato estadual com 162 jogos e 36 datas (2006), com rodadas, religiosamente, nas quartas-feiras e domingos. O calendário do futebol brasileiro permitia e a maioria dos clubes preferia, principalmente por existir a expectativa de serem realizados até seis Ba-Vis.

Tempos que ficaram para trás de forma estratégica. Gradativamente, fomos propondo fórmulas mais enxutas visando a diminuição de tantos jogos, que sacrificavam em demasia os atletas pelo excesso de jogos e tempo diminuto para descanso e recuperação de eventuais lesões, além das acentuadas distâncias entre algumas cidades.

Em 2012, tivemos uma competição com 140 jogos. A partir de 2013, o Campeonato Baiano começou a se adequar à nova realidade do futebol brasileiro e realizamos um torneio com 76 partidas, fórmula repetida integralmente em 2014 em cumprimento ao Estatuto do Torcedor. Foi possível uma conciliação com os compromissos de nossos representantes tanto na Copa do Nordeste como na Copa do Brasil, porém os três representantes da Copa do Nordeste não jogaram a primeira fase da competição.

Em 2015 e 2016, uma nova fórmula, aprovada pela maioria dos clubes, reduziu ainda mais o nosso estadual: apenas 56 jogos, incluindo a disputa do rebaixamento, em um total de 12 datas, reduzindo em 2/3 (dois terços) o número de partidas e datas em relação à edição de 2006.

Com este formato, é possível conciliar com importantes competições disputadas paralelamente, como Copa do Nordeste e Copa do Brasil, com jogos realizados preferencialmente aos domingos, respeitando integralmente as férias de 30 dias dos atletas, de igual modo os 25 da pré-temporada dos clubes, além da pausa durante o Carnaval.

O futuro dos campeonatos estaduais, em curto prazo, será dentro desta filosofia: menos datas, consequentemente menos jogos. Em compensação, com partidas mais importantes e decisivas que despertarão o grande interesse dos torcedores.

A Federação Bahiana de Futebol (FBF) vem se adequando estrategicamente ao calendário nacional disposto pela CBF, tanto que em reunião do conselho técnico em 2015, com os clubes integrantes da Série B local, ficou definido que nos campeonatos estaduais da Série A de 2016 e 2017 dois times serão rebaixados e apenas um da B ascenderá à elite, para que em 2018 tenhamos dez equipes em cada divisão. Diminuindo a quantidade, com certeza teremos mais qualidade.”

*Ednaldo Rodrigues é presidente da Federação Baiana de Futebol e compõe a comissão de reforma do Estatuto da CBF.

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