Campeonato Carioca: ‘Conseguiram acabar com a importância dos turnos’

Assim como a competição no Rio, outros estaduais pelo Brasil também geram polêmica. Confira as análises dos especialistas do LANCE! e veja exemplos semelhantes na galeria

Carioca: 12 clubes se dividem em dois grupos e disputam dois turnos. Campeões não se classificam direto à final 
NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.

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A Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) incluiu alterações no regulamento do Campeonato Carioca de 2017. A mudança se deu na fórmula de disputa, passando a estabelecer uma fase preliminar e a competição principal com 12 clubes. Na fase seguinte à preliminar, ocorre a realização de dois turnos (Taças Guanabara e Rio) com semifinais e finais em jogos únicos. Desta forma, os campeões dos turnos não estarão mais classificados de forma direta à final do torneio.

O formato da competição gerou estranhamento. De acordo com os especialistas do LANCE!, o regulamento não favorece aos clubes nem aos torcedores, que cada vez mais deixam de comparecem aos estádios. Veja na galeria outros exemplos de estaduais que trazem polêmicas nos seus regulamentos.

EDUARDO TIRONI - Colunista do LANCE!

O formato do Campeonato Carioca é bizarro, para se dizer o mínimo. Há a final da Taça Rio, que não tem valor nenhum e depois a definição do campeonato em si, com outro emparelhamento. As semifinais do campeonato já estão definidas e teremos ainda mais jogos sem nenhum apelo. Resultado disso são os públicos ridículos, mesmo nos clássicos e desinteresse dos clubes.

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO - Colunista do LANCE!

A fórmula de disputa do Estadual do Rio é ruim. Banaliza as finais. Há finais demais. Mas o principal problema é a fragilidade das outras equipes, tirando os quatro grandes. Há clássicos em demasia, o que tira o glamour dos mesmos, e se nem jogos entre grandes chamam atenção imagine os contra os pequenos.

A fórmula de disputa é ruim, mas não apenas ela deveria ser repensada. O formato dos Estaduais, que não têm mais o glamour dos anos 60, 70 ou 80, também. Não podem ocupar quatro meses do ano no calendário de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.

ANDRÉ SCHMIDT - Blogueiro do LANCE!

Conseguiram acabar com a importância dos turnos. Acho que esse é o ponto chave da atual fórmula. A graça do Carioca sempre foi ter duas taças em jogo, com cada uma levando um clube para a final. Caso vencesse as duas, o time se sagraria automaticamente campeão estadual. Ou seja, o turno não só representava a conquista de uma taça, como lhe levaria antecipadamente para a decisão. Melhor que isso: ganhar as duas lhe daria o título. Portanto, era de suma importância vencê-la. Hoje não.

O atual formato trata as taças como disputas independentes que basicamente não dão nenhuma vantagem para quem as vence. Conseguiram estragar uma das poucas coisas que estava certa na fórmula de disputa.

Se eu pudesse dar um sugestão, seria um formato com 16 clubes divididos em 4 grupos - como na Copa do Mundo -, com 3 jogos na fase inicial. Os líderes avançam para a semi e depois a final. Isso deixaria cada turno com cinco jogos, totalizando 10 partidas no total. Caso dois times vencessem os turnos, teríamos outros dois duelos para decidir o Estadual com os ganhadores de cada taça. Ou seja, com um número máximo de 12 confrontos, sendo quatro decisões.

Aumentaria a disputa e a relevância dos jogos, no meu mode ver. Os jogos dos chamados pequenos - incluindo a pontuação - no Estadual poderia servir como prévia para uma 4ª divisão, disputada de forma regional entre todos os clubes da Série A de seus estados que não estão entre as três primeiras divisões. Essa seria outra coisa que ajudaria a valorizar a disputa, não apenas para os grandes.

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