Com leucemia e sem cura possível no Brasil, ex-Guarani faz apelo pela vida

Atacante Silas, de 30 anos, precisa de tratamento nos Estados Unidos para sobreviver. Sem dinheiro para o procedimento, ele pede ajuda e revela até tentativa por Neymar

GALERIA: Veja alguns dos clubes por onde Silas Brindeiro passou 
(Foto: Rodrigo Villalba)

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Ex-Guarani, o atacante Silas Brindeiro luta pela maior virada de sua vida. O jogador de 30 anos, que fez fama como goleador no interior de São Paulo, batalha contra a leucemia e passa por momento crítico. A doença surgiu pela primeira vez em dezembro de 2014 e foi diagnosticada como vencida em junho de 2016, após tratamento com quimioterapia. Porém, a leucemia voltou a atacar Silas em dezembro do ano passado, e a doença retornou mais forte. Na semana passada, o atleta recebeu a informação de que não há mais cura para sua leucemia no Brasil, por nenhum tipo de quimioterapia. A única solução é um tratamento que só existe em dois hospitais nos Estados Unidos e custa 300 mil dólares, R$ 925 mil na cotação atual. Sem condição de pagar o tratamento e correndo contra o tempo pela sobrevivência, Silas decidiu pedir ajuda pela verba publicamente. Em entrevista ao LANCE!, ele abriu o coração e fez apelos.

Silas
Silas Brindeiro: fé durante sua recuperação (Foto: Arquivo pessoal)

Desde que a leucemia voltou, no fim do ano passado, Silas esteve internado por quase todo o tempo no hospital Santa Helena, em Brasília (DF), para a realização de quimioterapia. No domingo passado, em um dos raros períodos fora do hospital, ele sentiu fortes dores no corpo e precisou ser internado de novo. Hoje, Silas está sem previsão de alta. A quimioterapia, feita de forma rápida, evita que a leucemia se espalhe pelo corpo, porém o tratamento já não consegue mais eliminar as células doentes. Somente o tratamento nos Estados Unidos é capaz de zerar as células doentes - e não se sabe até quando a quimioterapia feita no Brasil será capaz de impedir a expansão da leucemia.

O caminho para a cura é zerar as células doentes nos Estados Unidos, em tratamento que dura entre seis e oito meses, e voltar ao Brasil para transplante de medula óssea. Silas entrou na fila para receber doação em fevereiro de 2015 e, após angustiante espera, conseguiu um doador no mês passado (se tivesse conseguido quando venceu a doença na primeira vez, a chance de reincidência seria quase zero). A estrada para Silas é longa, mas ele não perde a esperança.

'Tenho que agradecer a Deus por estar respirando e me fornecer o dia de amanhã. A leucemia é uma doença que evolui de forma rápida'

- Hoje estou abalado, não vou mentir, mas tenho fé que vou sair dessa. Minha vida é dia após dia. Tenho que agradecer a Deus por estar respirando e me fornecer o dia de amanhã. A leucemia é uma doença que evolui de forma rápida. Estava bem no sábado, sem fazer esforço, e na madrugada tive uma crise com dores muito fortes. Se não tivesse vindo para o hospital rapidamente, poderia ter ido a óbito - disse Silas, complementando com um apelo especial:

- Deixo um pedido. Estou necessitado e existe apenas uma alternativa, que é o tratamento CAR-T cells, nos Estados Unidos. Só que é inviável financeiramente para mim. Minha única chance de vida é o transplante de medula óssea e só poderei receber o transplante quando estiver livre das células doentes. A medula está disponível agora. O médico não me deu um prazo, mas sei que não tenho muito tempo para esperar. Quem estiver lendo, peço se pode me ajudar. Estou no hospital Santa Helena, em Brasília. Recebi a notícia da necessidade do tratamento fora do Brasil há pouco tempo e logo tive uma crise, precisei ser internado, e não deu tempo para organizar um crowdfunding, nem criar um site para arrecadações. O que você contribuir vai estar me ajudando muito. Tenho certeza que Deus vai lhe dar em dobro.

A situação de Silas tem gerado forte mobilização entre os jogadores de futebol. Nomes como Alex, ex-Palmeiras e Cruzeiro, e Tulio de Melo, da Chapecoense, já publicaram postagens nas redes sociais incentivando doações. Silas revelou que seu médico tentou contato com Neymar, mas não obteve sucesso.

- Hoje só consigo viver para sustentar meu plano de saúde e medicações, não tenho contrato com nenhum clube. Sou beneficiário do INSS e minha esposa trabalha na área administrativa de outro hospital aqui em Brasília. Nossa renda é pequena, por isso estou pedindo ajuda. Meu médico tentou até o contato do Neymar, mas ele não tem tanta influência no meio esportivo. Chegar no Neymar é tão distante... Ele nunca me viu na vida. Tenho vergonha em chamá-lo nas redes sociais. Não quero ficar chamando a atenção, ser mal interpretado. Meu caso é de vida ou morte, e ficar mal falado seria algo triste - destacou Silas.

VÍDEO: SILAS BRINDEIRO EM AÇÃO


Silas descobriu a leucemia no começo da pré-temporada para 2015, quando estava no Capivariano (SP). Ao desconfiar de cansaço em excesso, o jogador fez exames e encontrou a doença. Depois de superar a doença pela primeira vez, o atacante paraense acertou com a Penapolense (SP) na metade do ano passado e disputou a Copa Paulista. A volta da leucemia foi durante as férias, em Brasília, terra natal de sua esposa:

- Quando dá a crise é uma dor horrível. É uma crise óssea. Dói a coluna, os joelhos, não consigo ficar de pé. Quando acontece, é ir para o hospital e dar entrada na emergência com quimioterapia, para evitar a progressão da doença, e remédios contra a dor. Não tem previsão de alta. Às vezes fico um mês aqui, depois vou para casa, depois volto... Tenho 7% de blastos no sangue (presença de mais de 20% de blastos no sangue é diagnóstico de leucemia aguda), não é um quadro perdido, mas ele não regride mais. Torço para que não aumente.

Apesar do quadro complicado, Silas ainda deseja voltar ao futebol profissional. 

- Sonho muito com minha volta ao futebol. Ano passado consegui voltar, mas infelizmente não tinha a medula para fazer o transplante. Retornar aos campos é meu objetivo sim, até porque não tenho outra ocupação. É do futebol que tiro meu sustento. Moro de aluguel, tenho uma vida simples. Preciso voltar a jogar porque gosto e porque é necessário - comentou Silas, fazendo uma confissão:

- Quando estou dormindo, o que mais acontece é eu sonhar que estou jogando. Vem um lance ou outro na cabeça, me bate uma coisa boa. Quando acordo, vejo meus vídeos, fico relembrando de tudo que já fiz. Ainda tenho fé que vou ficar bem, que vou voltar aos gramados. Isso ninguém me tira.

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