Audiência sobre Maracanã vira bate-boca entre presidentes de clubes

Com estádio como assunto principal, clubes expõem diferenças atuais de pensamento

Carlos Eduardo Pereira e Eurico Miranda em audiência sobre o Maracanã (Foto: Igor Siqueira)
Carlos Eduardo Pereira e Eurico Miranda em audiência sobre o Maracanã (Foto: Igor Siqueira)

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O objetivo era discutir o futuro do Maracanã, mas a audiência pública na Alerj virou palco de exposição de ressentimentos e teve um bate-boca ríspido entre os dirigentes de Flamengo, Vasco e Botafogo, com o Fluminense passando ao largo da confusão.

O clima esquentou com a chegada do cruz-maltino Eurico Miranda e do alvinegro Carlos Eduardo Pereira, que tomaram assento já no meio da audiência.

A tensão maior ficou entre o botafoguense e o flamenguista Eduardo Bandeira de Melo. Pereira tomou a palavra para falar sobre a utilização do Nilton Santos e fez um ataque direto ao Fla.

- O único que não tem acesso adequado é o Flamengo, pelos problemas de relacionamento em que os padrões éticos foram colocados de lado. Isso o Botafogo não vai compactuar. Não é com o clube, mas com a gestão, que trabalha de maneira inadequada. Se os compromissos éticos forem resgatados, a qualquer momento vamos discutir utilização - disparou o presidente do Botafogo.

Com a reunião já terminada, Pereira explicou qual o motivo da indignação do momento.

- Tínhamos combinado que os dois clubes teriam direitos iguais no Maracanã. E não foi o que aconteceu no domingo. Telão, cores, até crachá fizeram vermelho e preto e queriam que usássemos. Foi um descumprimento flagrante. Esse tipo de postura acirra os ânimos - disse o presidente do Botafogo.

Bandeira, ainda durante a audiência, retrucou:

- Eu achei estranho. Estou acostumado a estar em um ambiente com pessoas educadas. Disse que o Flamengo não adota ética. Mas o Flamengo nunca faltou com ética. Pelo menos na minha gestão. É um absurdo - sacramentou o mandatário do Flamengo.

Eurico Miranda, como de costume, não se furtou de uma discussão. E atacou a postura do Flamengo por entender, na visão vascaína, que o rival que o Maracanã só para si.

- O Maracanã não é do Flamengo. É do povo. E o Vasco faz parte desse povo - disparou Eurico.

Ao final da audiência, Bandeira foi perguntado sobre os ataques do Botafogo, e disparou:

- Eu não falei em pintar o Maracanã de vermelho e preto, apesar de o Maracanã ser vermelho e preto em sua essência. Domingo, estava com as cores porque éramos os mandantes. O Engenhão está todo pintado de preto e branco e jogamos lá. Isso é natural. Desde que o Maracanã foi reinaugurado é colocada sempre a cor do mandante. Se fosse Botafogo x Flamengo, poderia colocar preto e branco. Mas sempre tem alguém querendo aparecer.

Perguntado se poderia haver um sinal de paz entre Flamengo e Botafogo, culminando inclusive com a volta da presença da torcida rubro-negra no Nilton Santos, o presidente do Botafogo sintetizou:

- É mais fácil o sargento Garcia pegar o Zorro.

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