Atlético-PR traça projeto internacional para virar potência

Clube paranaense implementa mesma metodologia de trabalho das categorias de base ao profissional. Dentro do plano, a ousada meta é conquistar, até 2024, o título mundial<br>

Mesmo com o time reserva, Atlético-PR conseguiu se classificar para a final
&nbsp;Foto: Fabio Wosniak/ Site oficial

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Uma grande sala, com algumas divisórias baixas, livros em uma prateleira e informações sobre as condições físicas dos jogadores em um quadro, é compartilhada diariamente pelos técnicos de todas as categorias de base e por Paulo Autuori, o comandante do time profissional. Neste espaço, dentro do CT do Caju, o Atlético Paranaense rega diariamente, com muito cuidado, a semente principal do plano estratégico traçado até 2024: ser campeão mundial.

O clube decidiu implantar, a partir da equipe formada por meninos de 14 anos e estender até os profissionais, uma mesma metodologia de trabalho, com um sistema de jogo bem definido e uma forma de treinar com fundamentos bem claros. Ela deve ser aprendida quase no berço, entendida no sub-15, aprimorada no sub-17, ser bem executada no sub-20 até a chegada ao time de cima. Após a transição da base para o profissional, os gestores do Furacão apostam que aquela sementinha já estará gerando muitos frutos, sendo o diferencial em comparação com as demais forças do futebol nacional.

Ciente da distância financeira para os clubes com maiores orçamentos do país, o Atlético vê nesta filosofia uma vantagem competitiva para se aproximar, nos resultados, dos grandes de São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul.

Autuori se transformou, em maio de 2016, em uma das mais importantes engrenagens do projeto. Internamente ele carrega o rótulo de “manager”. Passa o dia no CT do Caju, entre os treinos da equipe e as reuniões com os treinadores da base, os executivos do projeto e a diretoria. Extrapola a condição do professor que treina o time, escolhe a tática, define os titulares e vê o jogo no banco de reservas:

– Aqui existe uma lógica. O aspecto infraestrutural é de altíssimo nível, existe a questão organizacional, mas tem uma coisa fundamental: a metodológica.

Outro pilar do projeto é William Thomas, gestor do Departamento de Inteligência de Futebol do Atlético desde 2012.

– O ambiente não está apenas no ganhar, empatar ou perder, que é uma dificuldade no Brasil. Felizmente o Atlético Paranaense projeta a longo prazo – diz William.

* O editor viajou a convite do Atlético

​Autuori vê posição de manager com bons olhos

Aos 60 anos, Paulo Autuori já anunciou que o Atlético Paranaense será o último clube treinado no Brasil. Para seguir, quer mesmo ir além do trabalho das quatro linhas, como manager.

– Me agrada desde que haja possibilidade disso. Hoje vejo o Atlético com essa realidade. Não vou dizer que vou continuar, cravar. Futebol a gente sabe como é. Temos de ir fazendo as coisas acontecerem com naturalidade. Detesto algo que não é espontâneo. As coisas devem acontecer com naturalidade. É fácil falar, mas é preciso dar respaldo. Hoje em dia há falta de líderes no Brasil, referências. Falam apenas para agradar as pessoas – diz Autuori.

O status atual do técnico no clube já é visto como uma evolução.

– Paulo não é simplista. Consegue abranger todas as variáveis da função. O manager tem que ser um dos grandes tomadores de decisão. O treinador, o presidente e o capitão da equipe, que na minha visão deveria ser outro status, devem ser os três pilares. O presidente (Mario Celso Petraglia mandatário do Conselho Deliberativo) e o Paulo aqui no Atlético já são – comenta William Thomas.

– Tenho plena confiança no desenvolvimento do trabalho com o Paulo. O clube está estruturado, não tem dívidas fiscais e tem o custo da reforma da Arena
equacionado. Nosso plano estratégico está traçado e acredito que temos as
condições para avançar - finaliza Petraglia.

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