Árbitros numa fria: Com erros graves, ‘geladeira’ ganha mais membros

Nos Estaduais, proporção não é  grande, mas integrantes da reciclagem vão aumentando

Árbitro Thiago Duarte Peixoto no Dérbi
Agência Palmeiras

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Errar é humano. Os árbitros são humanos. Logo, eles erram. Mas tem erro que vai além do nível de tolerância. Sabe aquele embaraçoso, que tira a graça do jogo? O jeito é apelar para a geladeira. Tanto para pegar um copo d'água para se acalmar quanto para, no sentido figurado, deixar o árbitro trapalhão fora de atividade para rever conceitos. E nos principais Estaduais do Brasil tem gente que até hoje ainda está "congelado".

Notoriamente, cinco árbitros foram afastados até agora nos Campeonatos Paulista e Carioca. Se o Rio Grande do Sul entrar na conta, o saldo pula para sete. E olha que não há punição tão severa para todos os erros.

O caso mais recente foi no domingo, quando Luiz Antonio Silva Santos, o Índio, e o auxiliar Daniel do Espírito Santo foram mandados para onde ninguém quer ir: a reciclagem. Também pudera. O pênalti a favor do Vasco no clássico contra o Flamengo foi absurdo e influenciou diretamente no resultado, proporcionando o gol de empate cruz-maltino.

Em São Paulo, o caso mais chamativo não gerou um gol, mas teve um nível de bizarrice ainda maior: Thiago Duarte Peixoto confundiu jogadores do Corinthians e, em pleno clássico contra o Palmeiras, expulsou Gabriel de forma equivocada. Se pelo menos ele admitiu o erro após a partida, Thiago, além de afastado pela Federação, acabou suspenso pela Justiça Desportiva.

Mas, afinal, os casos de "geladeira" são exceção ou regra? Na Ferj, que adotou a política de publicar vídeos anunciando o afastamento e dando os motivos para tal decisão, o discurso é valorizar o aproveitamento.

- Vamos aos números: duas polêmicas e três afastados. Com tantos jogos (84, até a rodada do fim de semana passado), o índice de aproveitamento é próximo dos 100% - argumentou Jorge Rabello, presidente da Comissão de Arbitragem do Rio.

Mas o que fazem os árbitros afastados, afinal? Coronel Marinho, que por mais de uma década esteve à frente dos árbitros da Federação Paulista e agora comanda a arbitragem nacional na CBF, explica ao LANCE!, citando o exemplo de Thiago Peixoto:

- Tem trabalho com psicólogo, que identifica problema emocional da pessoa. Há verificação na parte técnica, de repente algo de movimentação do árbitro.

Os árbitros precisam ficar ligados. Não só para manterem a integridade do jogo, mas se quiserem avançar na carreira a nível nacional.

- Estamos solicitando para os presidentes de comissões de cada para que mandem um relatório para gente e vermos como foi a performance, para ter um critério de escolha, sorteio. Estamos fazendo um ranqueamento novo, com calma - comentou o Coronel Marinho, a respeito do aproveitamento do que está sendo apresentado pelos árbitros nos Estaduais.

Errar é humano. Para reduzir isso, o jeito é aguardar a introdução definitiva da tecnologia no futebol. Até os árbitros vão agradecer e, de repente, frequentar cada vez menos o gélido ambiente da geladeira.

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