Após WO, atletas irregulares e goleadas, pior time de São Paulo planeja 2016 melhor

ECUS Suzano foi o lanterna na última divisão do futebol paulista, não apareceu para partida, teve quebra de ônibus, perdeu jogadores, pontos e levou 14 gols na mesma partida

Ecus Esporte Clube (foto:Divulgação)
Ecus Suzano ganhou apenas uma partida no ano passado, na última divisão do Paulista (foto:Divulgação)

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Sergio Chagas, presidente do ECUS Suzano, apenas agora está se recuperando do que aconteceu em 2015.

- Foi vergonha, não é? Espero que não se repita nunca mais e 2016 será melhor. Eu tenho um nome a zelar na cidade. Não posso passar por essas coisas - disse ele ao LANCE!

A trajetória da equipe do interior paulista no ano passado faria inveja ao Íbis, que se orgulha do título de “pior time do mundo”. Último colocado da quarta (e última) divisão de São Paulo, o ECUS fez tudo o que era possível para assegurar a lanterna. Perdeu pontos por escalações irregulares, colocou zagueiro para jogar como goleiro, deu W.O., fez poucos gols e sofreu muitos. Um caminhão de gols. Foram 60 em 18 jogos.

- Eu nem quero ter meu nome associado ao ECUS Suzano porque nunca vi uma avalanche de problemas tão grande como no ano passado. Acredito que a culpa nem seja apenas dos dirigentes do clube. Mas foi difícil ver tudo aquilo - afirma um dos atacantes do elenco em 2015. Ele pede para não ter o nome revelado porque, como deixou bem claro, quer esquecer que passou por Suzano na carreira.


Na reta final do Estadual, a equipe não parava de perder jogadores. Terminou o torneio com apenas oito inscritos e levou goleada de 14 a 2 da Mauaense. Algo que o presidente garante: não vai se repetir.

- Erramos em 2015. Fizemos uma terceirização em que abrimos mão de todo o poder sobre o futebol. Se eu pudesse ter feito uma intervenção para parar com aquilo, teria feito. Mas não podia. Contamos os dias para acabar o ano de uma vez - constata Chagas.

A terceirização foi feita com um grupo de empresários que atrasaram salários, deixaram o campo de treinamento virar um terrão e contrataram seis técnicos no espaço de 18 rodadas. O último deles, Ednei dos Reis, é dirigente do ECUS Suzano.

"Erramos em 2015. Contamos os dias para acabar o ano de uma vez 

A solução encontrada pelo presidente para evitar novo vexame e melhorar a imagem do clube foi… fazer uma nova parceria. Desta vez com outros empresários.

- A diferença é que agora é parceria, não terceirização. Parceria é parceria. Qualquer decisão só será tomada se houver consenso. Tenho certeza que vamos fazer um trabalho bacana. Estamos reformulando a base para ter um time não apenas em 2016, mas até 2020 - completa o presidente.

As dificuldades do ECUS não são novas. Somados os dois últimos anos, a equipe obteve apenas duas vitórias. Fundado em 1993, teve as maiores conquistas no vôlei. Jogando com o escudo do clube, o time da cidade venceu a Superliga nacional de vôlei masculino em 1993, 1994 e 1997.

- Ficou difícil ajudar. Havia falta de comprometimento de alguns jogadores -  queixou-se Cícero Silva, que foi o técnico nas cinco primeiras rodadas da Segunda Divisão.

Os atletas foram embora sem receber salários e se queixaram da falta de material e das condições precárias de treino. Apenas dois goleiros foram inscritos e ambos se machucaram. Pelas regras da Federação Paulista de Futebol (FPF), 28 jogadores poderiam ser inscritos e apenas três com idade superior a 23 anos. O zagueiro Lucas teve de jogar três vezes no gol.

No clássico local contra o Usac, o ECUS tentou dar um golpe na arbitragem. Colocou na súmula quatro nomes que não estavam inscritos na Federação. A irregularidade foi descoberta no intervalo e os intrusos foram excluídos. O time teve de atuar nos 45 minutos finais com nove e acabou derrotado. Nas semanas seguintes, a FPF aplicou a punição: perda de seis pontos. Na tabela final da competição, o clube de Suzano terminou com 1 ponto negativo.

Diante da Portuguesa Santista, a delegação do ECUS não apareceu no estádio Ulrico Mursa. O técnico Eduardo Vieira chegou a Santos de táxi para avisar ao árbitro que o ônibus havia quebrado no meio da estrada. Não teve jeito. Derrota por WO.

- Quem vai jogar na Segunda Divisão sabe que pode passar por problemas. Mas eu nunca vi tanta coisa junta igual ao ECUS no ano passado - completou o atacante.

Foi um suplício para o elenco, os seis técnicos, a torcida e também para o presidente:

- A minha vontade era mandar todo mundo embora. Para dizer a verdade, rezei para o ano acabar logo.

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