Último Brasil x Peru na Fonte Nova teve vaia e ovada em jogador

Empate sem gols na Copa América de 1989 é lembrado pela marcação da torcida local contra a equipe dirigida na época por Sebastião Lazaronni

Renato Gaúcho ovada
Renato Gaúcho leva ovada na entrada da Seleção no gramado da antiga Fonte Nova (Foto: Reprodução)

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O jogo Brasil x Peru desta terça-feira, válido pela quarta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, não será o primeiro entre estes dois países em Salvador. Em 3 de julho de 1989 as duas seleções mediram forças para 38 mil pessoas na antiga Fonte Nova. O duelo foi válido pela Copa América daquele ano, na última vez que o Brasil sediou o torneio continental -- e acabou sagrando-se campeão, findando um jejum de 40 anos sem o troféu continental.

A partida contra os peruanos terminou em 0 a 0. O técnico Dunga e o goleiro Taffarel, atual técnico e preparador de goleiro desta Seleção, respectivamente,
faziam parte daquele elenco, então treinado por Sebastião Lazzaroni. Apesar do empate, o que marcou mesmo aquele jogo foram dois fatos extracampo.

O primeiro foi uma ovada que o atacante Renato Gaúcho recebeu ao pisar no gramado do jogo.  A Seleção enfrentava dias difíceis em Salvador. Tudo porque Lazaroni havia cortado o atacante Charles dias antes da competição. O atacante era o xodó da torcida do Bahia, campeão brasileiro um ano antes. Durante toda a partida o time brasileiro foi bastante vaiado, a exemplo o que já havia ocorrido na estreia, também na Fonte Nova, quando venceu a Venezuela e no empate sem gols contra  Colômbia.


O clima de hostilidade era tão forte entre baianos e jogadores da Seleção que a CBF resolveu trocar a sede do último jogo, contra o Paraguai, ainda na fase de grupos, para Recife.

Outro fato curioso que chamou a atenção para o aquele Brasil e Peru foi uma imagem marcante captada pelas lentes do fotógrafo Sérgio Sade. Na época, o placar eletrônico da Fonte Nova exibia uma campanha preventiva de combate a febre amarela e malária (ambas transmitidas por mosquito). O slogan fazia um trocadilho entre o ato de contrair a doença e a forma como ela é transmitida: "É o fim da picada", dizia.

Sade, então, captou o momento exato que o placar sincronizada o resultado da partida (0 a 0) e o slogan sanitarista. A foto fez sucesso funcionando como um retrato do momento de crise daquela seleção.

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