Com troca de clube na Holanda, zagueiro brasileiro espera maior projeção


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Em fevereiro de 2008, Feyenoord e Zwolle disputavam as quartas de final da Copa da Holanda, competição que deu ao clube de Roterdã seu último título. Eric Botteghin, vestindo a camisa do Zwolle, esteve em campo e amargou sua primeira eliminação em território europeu.

Sete anos depois, o brasileiro de 28, que jamais atuou profissionalmente no seu país natal, foi contratado pelo antigo algoz Feyenoord, após um período dos sonhos com o Groningen, no qual foi eleito o melhor zagueiro e o terceiro melhor jogador da última temporada holandesa em prêmio dado pelo "Telegraaf", tradicional jornal local:

– Foi a cereja no bolo de um ano maravilhoso que eu tive, entrando para a história do clube, conquistando o primeiro título, a primeira Copa, qualificando o time direto para a fase de grupos da Liga Europa e no final receber um prêmio individual – celebrou Botteghin em entrevista ao LANCE!

Dizer que ficou para a história do clube não é exagero. A conquista da Copa da Holanda foi o primeiro título do Groningen desde a sua fundação, o que também proporcionou uma vaga direta para a fase de grupos da Liga Europa, algo que o Feyenoord não conseguiu. Mesmo com tantos fatores, deixar o clube foi praticamente inevitável:

– Essa foi uma das partes ruins de ter deixado o Groningen, porque não vou ter a oportunidade de jogar a Liga Europa, mas eu tive que tomar essa decisão de ir para um time maior, que eu tenha mais possibilidade de jogá-la nos próximos anos – declarou o brasileiro, de 28 anos.

Além de Eric Botteghin, Dirk Kuyt e Eljero Elia foram outros jogadores importantes que chegaram para que a equipe comandada por Giovanni Van Bronckhorst, ex-jogador da seleção holandesa, volte a disputar um título da Eredivisie, algo que não ocorre desde 1999.

– Os jogadores que o clube trouxe qualificaram o elenco, cada posição tem competição suficiente. A gente tem uma mistura de jovens com jogadores mais experientes, tem tudo para dar certo, para chegar lá na frente – disse o zagueiro.

A poucos meses de se tornar pai pela primeira vez e feliz com o passo dado na carreira, Eric já se mostra com plena noção do momento:

– Dá pra perceber que é time grande mesmo! – finalizou.

Por volta dos 14 anos, Bottehhin foi rejeitado nas categorias de base de grandes clubes paulistas, como Palmeiras e Corinthians. Quando pensou não ser mais possível se profissionalizar, buscou espaço em times menores, como o A.D. Guarulhos, onde jogou em campo de terra e com poucas bolas disponíveis.
De lá, seguiu para o Barueri, que o emprestou para o Internacional. Nos dois clubes, atuou na categoria sub-20. O destino, mais uma vez, mostrou-se presente na vida do zagueiro, convidando-o para disputar, com o time gaúcho, um torneio em Groningen (cidade de sua última equipe). O brasileiro, então com 19 anos, chamou a atenção do Zwolle, com quem assinou seu primeiro contrato como jogador profissional.

BATE-BOLA
ERIC BOTTEGHIN, ZAGUEIRO DO FEYENOORD

'Queria ir para a Inglaterra, mas é difícil falar não para o Feyenoord'

Por que você escolheu jogar no Feyenoord?
Pela grandeza do clube, por estar sempre disputando as competições continentais. É um time que sempre joga no topo da tabela, está entre os três maiores da Holanda e, por mais que faça alguns anos que não consegue ser campeão, sempre tem mais chances de brigar pelo título.

Você recebeu propostas de outros clubes além do Feyenoord?
Recebi proposta do Fulham e do Brighton, da Segunda Divisão da Inglaterra. Eu tinha interesse em ir para lá, mas de repente veio o Feyenoord, aí pesou, é difícil você falar não para um Feyenoord, pela grandeza do clube, por você jogar em um time grande, para ser campeão.

A sua saída do Groningen foi bem aceita pelos torcedores?
Essa minha saída foi uma novela, demorou, falou-se muito disso, então claro que algumas pessoas ficaram chateadas, queriam que eu tivesse ficado lá, mas muitas delas entenderam que é normal o jogador querer dar passos na carreira.

Esperava ser o terceiro melhor jogador da última temporada?
Eu me foquei no interesse do time e quando você foca nisso, as coisas acontecem naturalmente. Enquanto você fica pensando muito em ter que provar alguma coisa por querer uma transferência para outro time, algo que já aconteceu comigo no começo de carreira, as coisas não andam.

Quais são seus próximos passos daqui para frente?
Primeiro é conseguir a minha vaga de titular, conquistar o meu lugar aqui, como aconteceu no Groningen e tentar o máximo que a gente conseguir com o Feyenoord, a gente tem dois campeonatos que são a Copa e a Eredivisie, não vou dizer que a gente pode ser campeão, mas o objetivo do clube é ficar entre os três primeiros e ir pra Liga Europa.

CONHEÇA O FEYENOORD

História

Apesar de estar há sete anos sem levantar uma taça e há 16 semLANCE! levar a Eredivisie, o clube da cidade de Roterdã é o terceiro que mais conquistou títulos da Primeira Divisão holandesa: 14. Está atrás apenas do PSV (22) e do Ajax (33). Em 1970, foi o primeiro clube da Holanda a ser campeão europeu.

Time Atual

Após não ter conseguido a classificação para a Liga Europa na última rodada da temporada passada, o Feyenoord promete vir forte em 2015/2016 e contratou bons valores como Dirk Kuyt, ex-seleção holandesa, além de ter Giovanni Van Bronckhorst como técnico, um dos ídolos recentes do futebol do país.

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