OPINIÃO: A linha tênue da seleção chilena

Juan Ignacio Gardella Berra, do 'El Gráfico', analisa a escolha de Pizzi como treinador e critica a federação por não seguir uma linha na escolha do substituto de Sampaoli

Juan Antonio Pizzi
Pizzi é o novo treinador do Chile (Foto: Jose Jordan / AFP)

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Acredito que Pizzi é um bom treinador e capacitado, assim como penso que no futebol se pode ganhar de qualquer forma, não é necessário dar exemplos. O problema não é ele, e sim quem foram os responsáveis pela escolha.

Se o plano A era Bielsa e como segunda opção Berizzo, perfeito. Buscavam manter o que começou com Loco, e mesmo com a passagem de Borghi, se aperfeiçoou com Sampaoli, o único que nos levou ao lugar mais alto do pódio.
Deviam seguir nesta linha de trabalho.

Nas últimas semanas se falou muito em respeitar os contratos em vigor, que seria correto se Berizzo quisesse cumprir o seu vínculo com o Celta até o meio do ano. Se a Federação estava convencida que ele era o homem, após a recusa de seu mentor, teriam que esperá-lo. Mas não.

A Federação se deixou levar pela pressão e quiseram resolver a questão com o primeiro que aceitasse as condições, principalmente a econômica. Como de costume, se pensou no curto e não no longo prazo. A proximidade da próximas duas rodadas das Eliminatórias acelerou o processo, algo que pode custar caro. Se descartou, como se isso fosse um dogma, a opção de um interino para as partidas contra Argentina e Venezuela, como se Pizzi tenha um bom controle do grupo nestas partidas.


Reconheço que, como a maioria, não segui a carreira do treinador depois que ele deixou a Universidad Católica. Respeito sua passagem por lá, recordo de várias partida. Se passou um tempo desde aquele tempo e não me resta dúvidas que cresceu como treinador,  mas não tenho certeza se ele vai orientar o grupo, assim que fizer um gol, partir em busca do segundo. Não sei como seria o comportamento se precisassem segurar o resultado.

É preciso ver também a reação da torcida quando a equipe não for em busca do gol. O chileno se acostumou a ser protagonista durante a maior parte do jogo. Agora pode ser que isso mude. Pizzi, repito, tem méritos e pode (quero) que vá bem, e está pronto. Os dirigentes é que não estão preparados, já que não tiveram a paciência para continuar com essa linha de raciocínio que tanto nos trouxe êxito.

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