‘Messidependência’ tem os dias contados no Barcelona
Em grande fase, Neymar e Suárez mostram que há vida e futebol sem o atacante argentino
Em 2013, acometido por lesões, Messi perdeu o reinado de melhor jogador do mundo e deixou o Barcelona órfão do jogador que pode desequilibrar uma partida em apenas um lance. O time catalão não encontrou uma solução à altura e passou um longo período de dúvidas e instabilidade. Em 2015, parece que a "Messidependência" está com os dias contados. Suárez e Neymar brilharam nos últimos jogos e levaram a equipe à liderança isolada do Campeonato Espanhol e a um ponto da vaga nas oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa.
Empolgada com a atuação da dupla, a imprensa e a torcida catalã acabaram se esquecendo da ausência do camisa 10 argentino, fora dos gramados desde o fim de setembro, por conta de uma contusão no joelho esquerdo. Messi tem o retorno previsto para o fim deste mês. Ele pode, inclusive, jogar o clássico contra o Real Madrid, no dia 21, no Estádio Santiago Bernabéu.
Sem Messi, o Barcelona teve oito vitórias, um empate (com os reservas) e uma derrota. O desempenho de Suárez e Neymar chama ainda mais a atenção. Dos 21 gols marcados pelo time catalão neste período, 20 tiveram a participação de pelo menos um astro, seja com um gol ou com uma assistência, quase 100% de aproveitamento. Melhor, juntos, os dois participaram dos últimos dez gols do Barça, revezando entre o passe final e a bola colocada na rede adversária.
O argentino encontrará um Barça bem diferente daquele que venceu o Las Palmas por 2 a 1, quando teve o infortuno da lesão. Neymar ocupou o lugar que foi de Messi muitas vezes e passou a ser artilheiro isolado do Campeonato Espanhol, com 11 gols. Suárez é mais do que um coadjuvante de luxo. O uruguaio decidiu jogos importantes, como na dramática vitória sobre o Bayer Leverkusen por 2 a 1, no Camp Nou, pela segunda rodada da Champions.
Com Messi em campo, Barça foi goleado duas vezes nesta temporada: Bilbao e Celta
- Estou encantado em ter na equipe jogadores como Neymar, Suárez e Iniesta. Já disse e repito. Sou um privilegiado. São únicos e têm um grande nível coletivo. Buscamos sempre a harmonia. O que nos preocupa é saber se Messi estará bem. Somos infinitamente melhores com ele - responde o técnico do Barcelona, Luis Enrique.
Com a palavra: Joan Poqui (Mundo Deportivo)
Messi resolvia porque era o melhor do mundo e seguirá resolvendo. Mas o Barcelona tem outros argumentos e joga coletivamente. Sem Messi, o Barça deixou escapar apenas três pontos contra o Sevilla, numa partida em que jamais mereceu perder. Acho que terão de inventar outro termo. Pois "Messidependência" está cada vez mais próximo do fim.