Marcos Senna, ao L!: ‘Espanhóis me receberam como se eu fosse um deles’

Recém-aposentado, ex-volante relembra a época da naturalização e celebra com serenidade o fim de um ciclo no futebol: ‘Sensação de alívio. Fui na hora certa’

Marcos Senna - Espanha
Marcos Senna foi campeão europeu pela Espanha, em 2008, ao lado de Villa  (Foto: FELIX ORDONEZ)

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Marcos Senna encerrou a carreira como todo jogador sonha: ganhando uma taça e reconhecido pelos anos dedicados ao futebol. Em novembro do ano passado, o agora ex-volante pendurou as chuteiras ao lado do espanhol Raúl. Ambos foram alçados ao alto pelos companheiros do New York Cosmos, em uma demonstração da importância da dupla para o título da NASL, uma espécie de segundo campeonato nos Estados Unidos.

Em entrevista ao LANCE!, ex-Corinthians e Villarreal, Senna projetou o futuro fora das quatro linhas e passou a limpo os momentos mais marcantes da carreira, com ênfase na escolha pela seleção espanhola, em 2006.

Confira uma parte do papo com o ex-jogador:

LANCE: Como foram os primeiros dias como ex-jogador? Como se sente nesta condição?

MARCOS SENNA: Aos poucos, a ficha vai caindo. Planejei minha mente para o momento. Estava disposto a parar no meio do ano, mas o clube me
convenceu a estender um pouco mais o contrato. Sonhava com um fim tão bom quanto o ocorrido. Me sinto bem tranquilo. Creio que, quando a temporada voltar, saberei melhor como é estar aposentado. Aquela adrenalina foi embora. Ficou uma sensação de alívio.

VEJA FOTOS DA CARREIRA DE MARCOS SENNA


LANCE: Planos para o futuro?

MARCOS SENNA: Quero estudar, tirar as cartas de treinador, diretor esportivo e agente Fifa. Na Espanha, a federação facilitará toda documentação por conta do número de jogos que tenho pela seleção. O primeiro passo é ter os três diplomas. Depois, pensar em qual direção tomar. Posso adiantar que ser técnico é o último caminho.

L: Na época da naturalização, poucos jogadores brasileiros se aventuraram a vestir a camisa da Espanha. Você chegou a sofrer algum tipo de
preconceito, afinal, você era único que não era espanhol?

MS: No princípio, estava preocupado. Mas me trataram igual aos demais, como se eu fosse um deles. Me senti em casa desde a primeira convocação. Não falo nem dos jogadores. O povo espanhol foi maravilhoso.

L: Não tinha como defender a Seleção Brasileira?

MS: Era impossível. O (Carlos Alberto) Parreira (técnico da Seleção no período) já havia montado o time para a Copa do Mundo de 2006.
Além disso, ninguém conhecia o Villarreal. Era um time pequeno, com poucos sócios e sem o destaque que tem atualmente.

L: A melhor lembrança da Espanha foi a Euro-2008?

MS: Sem dúvida. O título do torneio marcou a mudança no estilo de jogo da seleção espanhola. E chegamos com muita desconfiança.

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