Ex-goleiro da seleção alemã estreia na luta livre: ‘Gosto de ser vilão’

Tim Wiese esteve na Copa de 2010 e abandonou o futebol em 2014, cansado das críticas. Nesta semana, ele começou carreira no telecatch em empresa dos Estados Unidos

Tim Wiese participa de exibição como lutador da WWE, companhia de luta livre dos Estados Unidos
(Foto: AFP PHOTO)

Escrito por

Tim Wiese, 34 anos, não teve qualquer reação ao saber que teria de incorporar o papel de vilão. Ele passou 15 anos fazendo isso, só que em outro esporte.

O ex-goleiro, integrante da seleção alemã na Copa de 2010, estreou na última quinta-feira na WWE, sigla que determina a World Wrestling Entertainment, a maior companhia de luta-livre do planeta. No Brasil, também conhecido como telecatch.

- Eu estava sempre perto dos torcedores adversários e era o mais xingado. O objetivo do futebol é o gol. Meu papel sempre foi evitá-lo. Ser vilão para mim não representa nenhuma novidade – explica o agora lutador, em declarações enviadas ao L! pela assessoria de imprensa da empresa.

Como um dos melhores goleiros alemães de sua geração, com seis partidas pela seleção e passagens por Kaiserslautern, Werder Bremen e Hoffenheim largou tudo para participar de uma marmelada chamou a atenção. A WWE chama seus espetáculos de “esporte de entretenimento”. Os resultados são combinados. Com 269 partidas pela liga nacional, Wiese recusou transferência para o Real Madrid com a explicação de que não queria ser reserva de Iker Casillas.


Ele afirma ter perdido a motivação no futebol. Não tinha mais paciência para a pressão de estar dentro de campo. A gota que transbordou o copo foi em 2013. O Hoffenheim o afastou por ter causado confusão em uma boate. Quando isso aconteceu, ele já havia se tornado vilão para a própria torcida. Declarou à imprensa desejar se transferir para um clube que disputa a Liga dos Campeões da Europa. Era vaiado em todas as partidas.

- Comecei a jogar futebol pelo prazer. Eu gostava daquilo. Depois se tornou um fardo na minha vida. Só críticas, reclamações, análises da imprensa… Cansei de ser criticado a cada gol que tomava. Não precisava mais daquilo.

Largou tudo em 2014. Para manter a forma, começou a praticar levantamento de peso. Ao se aposentou, tinha 90 quilos. Meses depois, graças a regime especial, bateu nos 130 quilos. Hoje, está com 120. Entrou em programação para queimar gordura e ganhar músculos. Come mais de um quilo de carne por dia. Em um evento da WWE na Alemanha, fez uma participação especial e agradou aos executivos da companhia.

- Eu assistia luta livre, mas nunca prestei muita atenção até que perguntaram se eu não queria tentar.

A WWE é uma empresa norte-americana avaliada em mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,2 bilhões). Seus principais lutadores têm status de pop stars em vários países, inclusive nos Estados Unidos. John Cena, o principal nome da marca, tem contrato de US$ 3 milhões por ano (R$ 9,6 milhões), sem contar porcentagem pela venda de merchandising. Os programas de TV estão nas emissoras da cabo há mais de 20 anos, sempre entre os mais assistidos. A WWE Network, canal online, tem 1,5 milhão de assinantes que pagam US$ 9,99 por mês (R$ 32).

Os números mostram que a escolha de Wiese pode ser lucrativa. Tão importante quanto saber lutar é ter personalidade, se mostrar confortável com o microfone na mão. Ser engraçado, ter empatia com o público. Ser amado ou odiado.

- Isso está no meu sangue. As pessoas costumam ficar com raiva de mim. Estou acostumado a dividir opiniões. Acho que por isso era tão detestado. Não mudei nada e gosto de ser vilão – se diverte o ex-goleiro.

Se era odiado em campo, por que não faturar com isso dentro do ringue?

News do Lance!

Receba boletins diários no seu e-mail para ficar por dentro do que rola no mundo dos esportes e no seu time do coração!

backgroundNewsletter