Qual esquema? L! mostra as opções táticas para a Juventus com CR7

Três zagueiros, 'regista' em trinca de volantes e português atuando como atacante de ofício: as alternativas da 'Velha Senhora' para a próxima temporada

Cristiano Ronaldo
Cristiano Ronaldo trocou o Real Madrid pelo clube italiano (Foto: FRANCISCO LEONG / AFP)

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Na última temporada, o treinador da Juventus, Massimiliano Allegri, superou um inicio fora da curva, chegando a ficar fora da zona da Champions League no Campeonato Italiano. Com o passar do tempo, o técnico fez alguns ajustes na equipe, que voltou a ser competitiva e conquistou o título nacional com quatro pontos de vantagem para o Napoli.

Com a contratação de Cristiano Ronaldo, anunciada nesta terça-feira, a tendência é que a hegemonia na elite do futebol italiano, que já dura sete temporadas, se mantenha. E há, claro, a expectativa de  voos maiores na Champions League, competição em que a 'Velha Senhora' bateu na trave duas vezes nos últimos anos - foi vice-campeã em 2014-15 e 2016-17.

O treinador italiano, porém, terá que se "virar" para escalar a equipe, já que há inúmeras opções - principalmente ofensivas. Além da chegada de Cristiano Ronaldo, João Cancelo e Emre Can também foram contratados e a tendência é que Gonzalo Higuaín deixe o clube. Dessa maneira, quais são as opções táticas que a Juventus possui para a temporada que irá começar em breve?

O usual 4-3-3 - Cristiano como atacante

Na última temporada, a tática usual da equipe de Massimiliano Allegri foi o 4-3-3, com um primeiro volante na base da jogada e dois um pouco mais avançados, além de um jogador em cada ponta. No decorrer dos jogos, Miralem Pjanic assumiu a posição desse "volante na base", tornando-se um "regista" - um primeiro volante que, apesar de atuar mais recuado, é responsável pela criação das jogadas desde o campo defensivo, o que qualifica os passes nessa área do campo.

Nesse esquema, Cristiano Ronaldo assumiria um posto de atacante, assim como faz na seleção portuguesa e, em alguns momentos no Real Madrid, quando invertia de posição com Karim Benzema. Apesar de manter boa forma física, o português está com 33 anos e, teoricamente, jogar pelos lados do campo com a função de recompor não seria a melhor opção.

O argentino Paulo Dybala, apesar de uma Copa do Mundo praticamente sem minutos em campo, é peça-chave nesse esquema, já que, partindo dos lados, sempre ocupa a região central do ataque, abrindo espaço para um avanço de João Cancelo, melhor lateral-direito do último Campeonato Italiano, e Alex Sandro, pela esquerda, ou até mesmo uma inversão com Douglas Costa, que gosta de se movimentar pelas duas lacunas do campo.

Matuidi, por sua vez, é fundamental por ocupar espaços na região central, já que sua energia dentro das quatro linhas permite que ele ataca e volte para defender sem maiores problemas. Na outra posição do meio-campo, Sami Khedira, que teve um desempenho ruim na Copa do Mundo mas é um homem de confiança de Allegri, e outro alemão, Emre Can, recém-contrato do Liverpool, disputam a vaga do volante que, em teoria, será responsável por cobrir Pjanic.

3-5-2 - Formação mais defensiva e com alas

Variação não muito utilizada por Allegri na última temporada, o 3-5-2 continua em pauta por ter sido a formação usada pela Juventus em anos passados e ainda ser útil em algumas ocasiões. Nesse caso, o apoio defensivo, consequentemente, é maior, já que há a presença de um terceiro zagueiro, que pode ser o experiente Andrea Barzagli, ou os jovens Daniele Rugani e Mattia Caldara, que retorna após empréstimo na Atalanta.

Nesse esquema, a dupla de ataque seria formada por Paulo Dybala, que ficaria responsável por permanecer mais recuado, e Cristiano Ronaldo, assumindo o papel de finalizador de jogadas. Como a cobertura defensiva é maior, os apoios dos alas Alex Sandro e João Cancelo ou Juan Cuadrado, que jogou nesta posição algumas vezes na última temporada, seria maior, com os dois sendo figurinha repetida - e até mesmo simultânea - na fase ofensiva.

A situação no meio-campo não é muito diferente da formação anterior: Pjanic regista, responsável pela criação de jogadas mesmo recuado, Emre Can ou Sami Khedira para dar apoio às subidas do bósnio e Blaise Matuidi na ocupação de espaços no meio-campo. Ainda é possível ver que Claudio Marchisio, que garantia ainda mais qualificação nos passes, é uma opção para esse esquema, mas suas recentes lesões não o ajudam a conquistar um espaço no time titular.

4-2-2-2 - Variação dentro das próprias partidas

Não era comum a formação inicial da Juventus ser baseada em um 4-2-2-2 "tradicional', com dois volantes, dois jogadores pelos lados do campo e dois atacantes. Era usual, porém, que essa fosse uma das variações do 4-3-3 durante os próprios jogos, uma arma que Allegri carregava para conseguir que sua equipe assumisse diferentes posturas dentro de um mesmo duelo, o que pode ser importante para balançar com a equipe adversária.

Nesse caso, Matuidi, o homem mais móvel da trinca do meio-campo, assumiria o papel como meia esquerda, dando auxílio e permitindo uma maior liberdade ao brasileiro Alex Sandro, que gosta de avançar. No outro lado, Douglas Costa seria uma espécie de 'válvula de escape' da equipe, e também seria importante pelas constantes mudanças de posição com Dybala, atuando pelo meio e ao lado de Cristiano Ronaldo.

Com a chegada de João Cancelo, um jogador mais ofensivo do que Stephan Lichtesteiner, titular na última temporada, mas que deixou a equipe rumo ao Arsenal, não seria exagero ver Juan Cuadrado na ala direita, já que o mesmo oferece mais estabilidade no setor, garantindo a mesma situação que acontece do outro lado: as subidas do lateral.

4-2-3-1 - Manduzkic pelos lados do campo

Esse esquema provavelmente não será muito utilizado, já que Massimiliano Allegri indicou que não gostaria de abir mão de seu regista. Com a presença de apenas dois volantes, é impossível que Pjanic exerça a função como ele faz ao lado de Matuidi e Khedira, por conta de, obviamente, ter um homem a menos no meio-campo.

Por outro lado, essa formação traria à tona outro fator que Allegri parece gostar: a presença de Mario Mandzukic pelos lados do campo. Originalmente um atacante, o croata, com o dedo do treinador italiano, passou a atuar pela esquerda, buscando mobilidade e uma presença maior nas jogadas de bola aérea, já que suas entradas em diagonal para a entrada da área são um prato cheio para cruzamentos vindos do lado oposto - como aconteceu na partida contra o Real Madrid, na Uefa Champions League. 

Nesse contexto, Cristiano seria de extrema importância, já que poderia se movimentar dentro da própria área, puxando os zagueiros adversários para a zona que ele ocupar, propiciando esses avanços de Manduzkic. Em certas situações, pode ser uma arma usada por Allegri, mas provavelmente não é a primeira opção do italiano.

4-3-3 - Cristiano pelo lado e Dybala 'falso nove'

O esquema que representaria a posição que Cristiano Ronaldo ocupava no Real Madrid, a grande diferença é que, com a iminente venda de Higuaín, Paulo Dybala atuaria como um "falso nove", diferentemente do que acontecia na Espanha, quando Benzema era um atacante de ofício.

Na prática, é algo muito utópico, já que, a partir das movimentações do português e do argentino, a formação ficaria muito parecida com o primeiro 4-3-3 apresentado, com Cristiano como atacante central e Dybala pelos lados. No fundo, é apenas mais uma variação para algo que tem muitas chances de acontecer: o gajo assumindo sua posição de centroavante.


* Sob supervisão do editor Hugo Mirandela

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