Atraso, ‘maratona’ e fome: O primeiro dia do Coronel Nunes na Conmebol

Novo presidente da CBF participou pela primeira vez de uma reunião na Conmebol

Coronel Nunes chega ao hotel da Conmebol (Foto: Igor Siqueira)
Coronel Nunes chega ao hotel da Conmebol (Foto: Igor Siqueira)

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Pela primeira vez ao longo dos seus 77 anos, Antonio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, foi o representante do Brasil em um encontro da Conmebol. Presidente em exercício da CBF desde que foi colocado pelo licenciado Marco Polo Del Nero em 7/1, o paraense chegou na tarde de segunda-feira em Assunção, onde nesta terça acontece a aclamação do novo comando da entidade (o paraguaio Alejandro Domínguez assume). E essa aventura no exterior foi bem diferente para Nunes.

A delegação brasileira foi a última a chegar, com o Coronel Nunes vindo no último dos dois carros que a trouxeram do aeroporto. Nunes, acompanhado de Fernando Sarney, vice da CBF e membro do Comitê Executivo da Fifa, Gustavo Feijó, outro vice da entidade, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista, veio em um voo fretado, depois de participar da premiação da Copa São Paulo de Juniores. (Rubens Lopes, da Ferj, viria, mas desistiu)

Assim que botou os pés em solo da Conmebol, pareceu que o instinto veio à tona ao se apresentar para a gerência do hotel e o staff da Conmebol.

- Nunes. CBF. Brasil.

Só faltou a continência.

Depois de atravessar o lobby dizendo que "iria se inteirar" sobre o veto que ele mesmo deu à Primeira Liga em 2016, o Coronel - que está seguindo orientações da própria CBF para não dar entrevistas - entrou no salão Copa América I, onde os colegas dirigentes o esperavam há mais de uma hora.

Jornalistas estrangeiros estranharam que aquele fosse o presidente da CBF.

Nunes arriscou um "portunhol" nas apresentações que teve. Uma que chamou atenção foi o curto diálogo que teve com Ángel Maria Villar, espanhol que está comandando a Uefa no lugar de Michel Platini.

Dentro da sala, Nunes foi um observador enquanto os outros dirigentes debatiam o rumo da eleição, as negociações sobre cargos na Fifa, pedidos dos clubes da Libertadores por mais dinheiro... A coisa ficou mais difícil quando o Príncipe Ali Bin Al Hussein fez sua exposição para tentar receber os votos da Conmebol para a eleição na Fifa. Ele falou em inglês. Um tradutor "salvou a pele" de alguns dirigentes. E, por causa de alguns brasileiros, o pedido (para esta e outras situações) é sempre que o espanhol seja falado mais devagar.

Foram cinco horas de uma reunião cansativa. A estreia de Nunes teve, na linguagem do campo-bola, primeiro e segundo tempos, além de prorrogação.

Mas a noite não acabou ali. Os dirigentes saíram do salão Copa América I, e Nunes avisou aos jornalistas, que tentavam mais respostas do presidente da CBF.

- Tô com fome - disse ele, entrando no local preparado para o jantar da cartolagem.

E então chegou ao fim a segunda-feira.

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