Casal da Rio 2016 oficializa união: ‘Juntamos nossa coleção de livros’

Após pedido de casamento emocionante e viral na Rio 2016, Izzy Cerullo, atleta de rúgbi da Seleção Brasileira, e Marjorie Enya oficializaram a união.

Izzy Cerullo e Marjorie Evya
Reprodução/Instagram

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Após se tornarem exemplo de representatividade nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o casal Isadora Cerullo e Marjorie Enya se casaram oficialmente na última semana, em um cartório na Carolina do Norte, EUA. Izzy é jogadora de rúgbi pela Seleção Brasileira e foi surpreendida por sua então namorada Marjorie com um pedido de casamento após um partida da Rio 2016, em Deodoro.

O casal “abriu” a temporada de pedidos de casamento nos Jogos, que foram muitos. O pedido de Marjorie para Izzy, no entanto, representou muito mais que um ato romântico, foi um ato de resistência e de visibilidade. Ao site ‘Uol’, quase um ano após o momento que marcou significativamente a competição, Marjorie relembrou e falou sobre a repercussão que foi dada ao pedido público:

— Nós recebemos muitas mensagens, em nossas redes sociais particulares, de pessoas que endossaram essa nossa suspeita de que é muito necessário esse tipo de atitude. Pessoas de Israel, da Índia, da África, dizendo: ‘Muito bonito o que vocês fizeram’ e agradecendo, dizendo que precisavam ver isso. Pessoas que realmente pesquisaram, acharam a gente no Facebook para mandar duas sentenças só para nos agradecer.

Marjorie conta que o pedido, que gerou o sentimento de representatividade e afirmação em apoiadores da causa LGBT+, não foi pensado para atingir toda essa repercussão:

— O pedido em si não foi uma estratégia para gerar repercussão, foi um momento genuíno de afeto. Muita gente também falou: ‘Elas querem aparecer, não tem necessidade de fazer publicamente’. Eu concordo. Em algum momento vai ser desnecessário esse tipo de ação em público. Mas hoje ainda é o momento. A gente necessita de afirmação sobre muita coisa. Sobre mulheres em espaço público, sobre mulheres que são gays e são felizes.

As brasileiras optaram por se casar na Carolina do Norte (EUA), por questões de orçamento e também porque lá, sem a oficialização da união, elas não teriam os mesmos direitos de um casal heterossexual. Izzy é filha de brasileiros, mas cresceu no país norte-americano, onde cursou Direitos Humanos na Universidade de Columbia:

— Se ela (Izzy) ficasse doente e precisasse ir ao hospital, eu não seria reconhecida como uma pessoa da família, por exemplo — explica Marjorie

Os planos do casal incluem uma festa maior em São Paulo, assim que o orçamento permitir e também uma festa para os amigos de Izzy nos Estados Unidos. Nas redes sociais, o casal fez um relato emocionante sobre a união. Confira abaixo na íntegra!

“O que todos temiam aconteceu: juntamos nossa coleção de livros.

Nunca foi sobre pertencer uma à outra, nunca será sobre nos tornarmos uma. Sempre será sobre sermos duas, e sobre fazer nossa parte para um mundo ao qual teremos orgulho de pertencer. Nunca será sobre a irreversibilidade deste marco, sempre será sobre as pequenas escolhas a cada dia que viabilizam uma parceria. Nunca será sobre exclusividade de afetos, sempre será sobre gerar transformação a partir de afetos, sempre novos, sempre antigos.

Ontem foi um dia para uma celebração que só pôde incluir poucas pessoas. Foi um dia para legitimar dentro de um sistema de símbolos e metáforas o que todos já sabiam. E um dia será o dia de celebrar, junto àqueles que "já sabiam", àqueles cuja ausência foi sentida ontem, e com todos aqueles que acreditam que o afeto pode ser revolucionário. Quando esse dia chegar, prometemos estender este convite.

E a parte que realmente importa do Soneto de Fidelidade não a do "ser eterno enquanto dure". É a parte sobre ser atento, "antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto". Casamos!”

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