Projeto estagnado: por que o Fluminense está parado no mercado

Lacunas deixadas na diretoria atrasam início das movimentações em busca de reforços; Presidente Abad indica nome para cargo vago desde saída de Fernando Veiga em novembro

Alexandre Torres, no meio, foi demitido do clube neste mês. Era um dos que buscava movimentações no mercado
(Foto: Mailson Santana/Fluminense)

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Antes mesmo da temporada acabar, a maioria dos clubes da elite já iniciavam o planejamento de 2018. Para o Fluminense foi diferente: até agora, caminha em passos lentos na busca por reforços. Enquanto os principais jogadores entram na mira de adversários, poucas expectativas de chegadas. Mas qual é o motivo da demora para iniciar um novo projeto?

Faltam peças não só no elenco, mas também na diretoria. Hoje, sem Alexandre Torres (diretor de futebol) e Fernando Veiga (Vice-Presidente de Futebol), demitidos recentemente, o clube se divide nas funções. Pedro Abad, que assumiu interinamente o cargo de Veiga, tem o auxílio de Marcelo Teixeira, responsável pelas divisões de base. Mas a busca por novos dirigentes é a prioridade para, então, entrar de vez nas negociações de jogadores.

Para os cargos vagos, Pedro Abad indicou Fabiano Camargo para o cargo de Vice-Presidente de Futebol e Miguel Pachá para o de Vice-Presidente de Interesses Legais. Ambos serão submetidos a homologação do Conselho Deliberativo - o problema é que até mesmo o cargo de presidente do Conselho está vago desde outubro, quando José Guisard Ferraz renunciou.

As negociações se arrastam até mesmo nos reforços para a diretoria. Na última semana, o clube conversou com Paulo Autuori para a vaga de Alexandre Torres, pela proximidade com Abel Braga. No entanto, não chegaram a um acordo financeiro e Autuori deve seguir no mercado em busca de clubes para comandar - não como dirigente, mas técnico. Antes de fechar com Fabiano Camargo, Abad também procurou Renê Simões para o cargo na vice-presidência de futebol, mas o convite foi recusado.

Os 'desfalques' na direção deixam não só a torcida como os próprios atletas apreensivos pelas indefinições para 2018. Assim que a casa estiver arrumada, a prioridade é resolver a situação de atletas em fim de contrato e voltando de empréstimo. Só depois, explorar o mercado.


PENDÊNCIAS PARA RESOLVER
Dos seis atletas com vínculo até 31 de dezembro, três já saíram: Renato (Ceará), Michael (Resende) e Pierre (dispensado). Os laterais Marlon e Lucas e o goleiro Matheus Phillipe ainda não foram oficialmente comunicados. O primeiro, titular de Abel, está emprestado pelo Criciúma, que aguarda uma proposta para cedê-lo em definitivo. O caso de Lucas é o mesmo, mas o Tricolor não fará força para comprá-lo e o camisa 2 deve voltar ao Palmeiras. O último, sem espaço, deve ser dispensado.

Se os dois laterais destros do elenco estão de saída, a procura por um nome é inevitável. E o Fluminense tem contrato com Wellington Silva, em fim de empréstimo com o Bahia, assim como o volante Edson. No ataque, Lucas Fernandes já foi desligado do Atlético-PR e pode ser emprestado novamente já que não está nos planos do treinador. Maranhão e Giovanni são outros atletas retornando em janeiro.

Assim que definir as pendências, o Fluminense irá ao mercado. As laterais e o meio de campo são os setores mais carentes do elenco. Caso perca Gustavo Scarpa ou Wellington nesta janela, o ataque também se tornará prioridade.

OS 'DESFALQUES' NA DIRETORIA
Vice-Presidente de Futebol
Desde a saída de Fernando Veiga, em novembro, Pedro Abad se desdobra no cargo interinamente. O clube teve conversas com Renê Simões, mas não chegou a um acordo. O nome mais próxima é Fabiano Camargo, que pode assumir na próxima semana.

Diretor de Futebol
Logo após o fim do Brasileirão, o clube anunciou a demissão de Alexandre Torres, responsável pela busca por reforços na janela. O cargo segue em aberto. Paulo Autuori foi procurado, mas não aceitou a proposta.

Vice-Presidente de Interesses Legais
No início do mês, Bruno Curi deixou o cargo por incompatibilidade de tempo. Abad indicou o nome de Miguel Pachá, que deve assumir nos próximos dias

Conselho Deliberativo
O cargo de presidente está vago desde outubro, quando José Guisard Ferraz renunciou por motivos pessoais.

Operação Limpidus
A ação da Polícia Civil na semana passada prendeu - e já soltou - dois funcionários do Fluminense: Artur Mahmoud, assessor de imprensa de Abad, e Filipe Dias, gestor de arenas. O polêmico caso atrasou as prioridades da diretoria.

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