Investimento com quantia de luvas de TV pode levar Flu a erro. Entenda!
Segundo especialista, opção do Tricolor das Laranjeiras em desembolsar R$ 40 milhões já em 2016 é equívoco bem corriqueiro no futebol nacional, e tende a 'maquiar' balanço financeiro
A luta do Fluminense por contar com reforços na sequência da temporada fez três nomes desembarcarem nas Laranjeiras, mas ainda pode dar muita dor de cabeça aos cofres do clube. A opção de gastar os R$ 40 milhões de luvas referentes a direitos de transmissão de televisão para contratações e fechamento de balanço financeiro de 2016 serviria apenas para "maquiar" as contas do último ano de Peter Siemsen como mandatário.
Segundo o Especialista em Análise Financeira da Academia LANCE!, Amir Somoggi, a quantia estabelecida no contrato de luvas costuma aparecer no balanço de maneira equivocada. O valor é lançado integralmente logo no primeiro ano, confundindo o torcedor e dando margem para clubes gastarem desenfreadamente:
"As luvas, embora representem um valor integral, estão diretamente associadas ao período do contrato em questão. Se por exemplo um clube recebe luvas de R$ 40 milhões por um contrato de quatro anos, esse clube deve registrar e principalmente utilizar o valor de R$ 10 milhões por ano, em 4 anos. Além de ser contabilmente correto, a entidade pode planejar melhor o uso desses recursos a cada ano, sem usar integralmente os valores recebidos já no primeiro ano".
Somoggi afirma que uma medida nos estatutos dos clubes pode ser o melhor caminho para evitar uma confusão que, segundo ele, "passa uma falsa sensação que o clube está em uma melhor situação financeira, do que realmente está":
"Como muitos presidentes de clubes utilizam esse artificio para melhorar os números de sua gestão, o único caminho é incluir nos estatutos dos clubes a proibição de usar os valores recebidos de luvas integralmente. E sim utilizá-los pelo período do contrato".
O consultor de marketing e gestão esportiva também aponta as perspectivas que um ajuste da divulgação das luvas pode render ao balanço financeiro:
"Ganha o clube que terá mais previsibilidade na gestão dos recursos a cada ano para equilibrar suas finanças, mesmo com mudanças no seu comando".